Linha G (Metro do Porto)

futura linha do Metro do Porto


Casa da Música ↔ São Bento

Linha G
Mapa
Inauguração 2025 (−1 ano) (prevista)
Estações 4
Extensão 2,700 Km
Estado Em construção
Urban head station in tunnel
São Bento (ligação com a linha D)
Urban tunnel stop on track
Hospital de Santo António
Urban tunnel stop on track
Galiza
Urban End station in tunnel
Casa da Música (ligação com as linhas A, B, C, E, F, H)
Nome popular: Linha Rosa
Tempo médio de viagem: 5 minutos
Melhor frequência: 3 minutos
Comprimento: 2,7 km

A Linha G ou Linha Rosa, que se encontra em construção, será a 7.ª linha do Metro do Porto, conectando numa só linha as estações da Casa da Musica e São Bento, e posteriormente tornando-se na primeira linha circular do metro.[1]

O trajeto Casa da Música - São Bento estará pronto a entrar em operação em julho de 2025.[2]

História

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O projeto de desenvolvimento do metro do Porto apresentado em 2008 já previa uma "Circular Interna" a passar em São Bento e na Casa da Música, que incluiria trechos de várias linhas diferentes, com a construção de seis novas estações: Carmo, Palácio de Cristal, Faculdade de Letras e Bom Sucesso no percurso "São Bento - Casa da Música"; e Constituição e F. Magalhães entre a Casa de Música e Campanhã.[3] Quando de facto se retomou a expansão do metro, quase uma década depois, optou-se por refazer o plano e criar uma linha única circular e tornar mais direta a ligação de S. Bento com a Casa da Música com apenas duas novas estações (Galiza e Hospital Santo António). Para completar o percurso circular, construir-se-à eventualmente mais cinco estações (Avenida 25 de Abril, Praça Francisco Sá Carneiro, Covelo, Constituição e Constituição Poente).[1] A mudança do projeto, e a remoção da Estação Faculdade de Letras do plano em particular, foi criticada pela CDU.[4]

Neste novo projeto, a ligação "São Bento - Casa da Música", estimada em 181 milhões de euros, teria uma extensão de 2,746 quilómetros e seria toda ela em túnel,[5] "recuperando" o antigo túnel pedonal dos Congregados[6] e implicando o desvio do Rio da Vila na zona do Centro Histórico do Porto.[7] Com o início da obra planeado para 2019, estava previsto que a construção desta ligação demorasse 3 anos.[5] No entanto, a construção só começou efetivamente em 2021. E, um ano mais tarde, já depois de um aumento de financiamento de cerca de 29%, foi anunciado que a nova linha só estaria pronta em meados de 2025.[8][9][10]

Em janeiro de 2023, um período de forte pluviosidade deu origem a grandes enxurradas na Baixa do Porto, sendo que parte da lama arrastada teve origem nas obras relativas à Linha Rosa.[11] A Metro do Porto negou responsabilidade pelas inundações em si, mas, após acusações de o sistema de drenagem ter sido fragilizado pelas obras, foi pedido um estudo urgente ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil para avaliar as infraestruturas.[12] Em julho desse ano, o estudo ainda não tinha sido concluído, tendo o atraso sido justificado pela grande quantidade de dados e a meticulosidade da sua análise.[13] Já em setembro, os resultados foram finalmente anunciados, tendo sido concluído que as obras do metro haviam agravados as cheias, mas não seriam a única causa das mesmas.[14]

Em meados de 2024, apesar de o orçamento já se encontrar nos 304,7 milhões de euros, a data prevista de conclusão mantinha-se em julho de 2025.[2]

Impacto no Comércio Local

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Obras na Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados em 2022

No início de 2022, ainda no início da construção, começou a ser discutido o pagamento de indemnizações aos comerciantes afetados pelas obras. Quando confrontado com isto, o presidente da Câmara do Porto Rui Moreira comentou que «a competência por pagar eventuais indemnizações, e informar os comerciantes quando abrem frentes de obras, [era] da Metro do Porto, que o assumiu publicamente».[4] Em dezembro desse ano, já havia espaços nos arredores da Avenida dos Aliados que tinham fechado portas, atribuindo a culpa do decréscimo de faturação à dificuldade de acesso criada pelas obras. A alguns comerciantes, foi oferecido um espaço de venda temporário colocado na praça da Estação da Trindade. E, a outros, a metro do Porto garantiu que as indemnizações já tinham começado a ser pagas.[15]

Em 2023, as queixas chegavam à zona do Hospital Santo António, onde os comerciantes também se queixavam da falta de acessos criadas pelas obras, que prejudicava os negócios.[16] Já em 2024, a empresa responsável pelo Hard Rock Cafe do Porto levou a tribunal um pedido de indemnização de 1,7 milhões de euros à metro do Porto, alegando «um impacto profundamente negativo no negócio».[17] No final desse ano, a Metro do Porto adiantou que já tinha investido mais de 1,6 milhões de euros para apoiar os estabelecimentos comerciais, dos quais cerca de 840 mil euros diziam respeito a indemnizações a comerciantes, mais de 457 mil foram usados para promoção do comércio local e decoração de frentes de obra, e mais de 147 mil euros dedicados à segurança e vigilância do Largo dos Loios, Praça da Liberdade, Largo de S. Domingos, Rua de Mouzinho da Silveira e das Galerias da Trindade.[18]

Previsões

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As estimativas de 2017 apontavam para que, no primeiro ano de abertura, houvesse 7.95 milhões de validações (representando 11.5% do valor total), das quais 4.6 milhões captadas ao transporte privado; no quinto ano, já deveria haver 9.48 milhões de validações (12.8% do valor total); e, ao final de 20 anos, já deverá haver mais de 11 milhões de validações anuais (12.8% do valor total).[19] Em 2019, estimava-se que, no primeiro ano de abertura, houvesse 7.11 milhões de validações (9.2% do valor total), das quais 3.4 milhões captadas ao transporte privado; no quinto ano, já deveria haver 7,91 milhões de validações (9.7% do valor total); e, ao final de 20 anos, deveria haver 9.4 milhões de validações anuais (9.7% do valor total).[1] Já na revisão de 2023, estimava-se que, no primeiro ano de abertura, houvesse 5.38 milhões de validações (6.6% do valor total), das quais 2.6 milhões captadas ao transporte privado; no quinto ano, já deveria haver 8.09 milhões de validações (9.2% do valor total); e, ao final de 20 anos, deveria haver 9.8 milhões de validações anuais (representando 9.2% do valor total).[20]

A título de comparação, em 2022, o tronco comum do metro teve 33,1 milhões de validações e a linha amarela teve 20 milhões.[21]

Referências

  1. a b c «Análises Custo-Benefício 2019» (PDF). Metro do Porto. 24 de outubro de 2019 
  2. a b «Metro do Porto conclui primeiro túnel da Linha Rosa para abrir em julho de 2025». ECO. 8 de maio de 2024. Consultado em 4 de julho de 2024 
  3. «2ª e 3ª fases da rede do Metro». Metro do Porto. 1 de outubro de 2008 
  4. a b «Metro do Porto e Câmara atentos a comerciantes afetados por obras». Jornal de Notícias. 10 de maio de 2022. Consultado em 28 de novembro de 2024 
  5. a b Coentrão, Abel (6 de fevereiro de 2017). «Metro espera ganhar 20% de clientes com novas linhas no Porto e em Gaia». PÚBLICO 
  6. «Obras da Metro do Porto 'recuperam' túnel pedonal dos Congregados». Observador. 30 de maio de 2022 
  7. Coentrão, Abel (16 de junho de 2020). «Linha Rosa do metro do Porto evita subsolo de hospital e preserva praça da Galiza». PÚBLICO 
  8. Pinto, Mariana Correia (8 de setembro de 2022). «Governo garante financiamento extra para Linha Rosa do metro do Porto». PÚBLICO 
  9. Silva, Hugo (12 de novembro de 2022). «Obras da Linha Rosa ficarão prontas em meados de 2025». PÚBLICO 
  10. Silva, Hugo (6 de março de 2023). «Custo das obras do metro do Porto sobem cerca de 84 milhões de euros». PÚBLICO 
  11. Soares, Rosa (7 de janeiro de 2023). «Metro do Porto diz que "é descabido" relacionar obras com inundações na baixa». PÚBLICO 
  12. «Metro contrata LNEC para avaliar inundações na zona histórica do Porto». Porto Canal. 8 de janeiro de 2023 
  13. «"Não há nenhum segredo". Metro ainda aguarda conclusões do estudo do LNEC seis meses depois das cheias». Porto Canal. 7 de julho de 2023 
  14. «Obras do metro do Porto agravaram cheias de janeiro em 44%. Este e outros destaques do relatório do LNEC que demorou oito meses a chegar». Porto Canal. 20 de setembro de 2023 
  15. «Metro do Porto. Comerciantes não veem um fim para as obras na Linha Rosa». Rádio Renascença. 5 de dezembro de 2022. Consultado em 28 de novembro de 2024 
  16. «Obras do metro do Porto deixam comerciantes do Carregal desesperados». Jornal de Notícias. 17 de outubro de 2023. Consultado em 28 de novembro de 2024 
  17. «Hard Rock Café pede 1,7 milhões de euros à Metro do Porto por causa das obras da Linha Rosa». Observador. 6 de agosto de 2024. Consultado em 28 de novembro de 2024 
  18. «Metro do Porto pagou 840 mil euros de indemnizações pelas obras da linha Rosa». Observador. 3 de dezembro de 2024. Consultado em 5 de dezembro de 2024 
  19. «Análises Custo-Benefício 2017» (PDF). Metro do Porto. 9 de novembro de 2017 
  20. «Análises Custo-Benefício 2023» (PDF). Metro do Porto. 28 de abril de 2023 
  21. «Validações na linha do aeroporto do Metro do Porto cresceram quase 150% em 2022». Jornal de Notícias. 20 de janeiro de 2023