Loco Mía foi um grupo espanhol criado em meados da década de 1980, representava o espírito libertino da região de Ibiza. Ficaram conhecidos por seus abanicos (leques) e ombreras (ombreiras).[1] Apenas com os dois primeiros álbuns, intitulados Taiyo e Loco Vox, conseguiram vender 2,5 milhões de cópias, tornando-se um dos grupos espanhóis de maior reconhecimento mundial.[2]

Loco Mía
Informação geral
Origem Ibiza
País Espanha
Gênero(s) música pop, europop, latino
Período em atividade 1984 - 1996
Gravadora(s) Hispavox (EMI)
Integrantes Francesc Picas
Manuel Arjona
Carlos Armas
Juan Antonio Fuentes
Ex-integrantes Xavier Font
Santos Blanco
Página oficial http://www.locomia.com

História editar

Este grupo musical nasceu na ilha de Ibiza em 1984.[3] No principio se dedicavam a atuar de maneira informal na famosa discoteca KU aonde obtiveram grande êxito, pois em suas atuações usavam algo que a mais ninguém havia imaginado usar antes, os famosos leques.[4] Os integrantes eram Xavier Font (criador do grupo), Carlos Armas, Manuel Arjona e Juan Antonio Fuentes.[5]

Em 1989, decidem estabelecer-se como um grupo musical formal para cantar e dançar suas próprias músicas. Neste mesmo ano firmaram contrato com a casa discográfica EMI e lançaram seu primeiro álbum intitulado Taiyo, que significa "sol" em japonês.[6][2] Em relação ao contrato, o empresário e a gravadora fizeram várias exigências para os rapazes, a fim de poder vender sua imagem para o maior número de pessoas, em especial jovens adolescentes, visto que as chamadas boy bands angariavam bastante retorno financeiro.[7] Entre as exigências estava o fato de terem de esconder sua sexualidade, uma vez que os quatro eram gays.[7] Outra questão é em relação as vozes, o grupo não tinha talentos vocais e a voz do primeiro single é do próprio empresário, Gil.[7] Tal fato ficou desconhecido por anos, até um documentário, em três episódios, do canal Movistar Plus+, estrear em junho de 2022.[8]

Em 1992, depois de terem editado dois discos e conquistado toda a América do Norte, América Latina, Europa e Japão, o grupo se desintegrou devido a problemas entre seu criador Xavier Font e o ex-empresário José Luis Gil.[5]

Após várias tentativas de retorno sem sucesso, com novos integrantes e até mesmo com a formação antiga, lançaram em meados de 2001 um disco chamado Corazón e realizaram até uma pequena turnê pelo México. Aqueles que esperavam ver os velhos Locomia, semi disfarçados, tiveram uma surpresa. Com o look que se parecia mais com as bandas de teen pop atuais. Dos integrantes atuais, só se manteve um, seu criador Xavier Font. No mesmo ano, tentaram a sorte no Eurovision, com a canção intitulada "Música", que performaram utilizando grandes leques, como esperado.[9] Também performaram em um desastroso show ao vivo no concurso Eurocanción, no qual o vencedor foi um iniciante de Teruel, chamado David Civera.[9]

Os membros originais tiveram vários destinos diferentes. Xavier, tornou um estilista e tem uma loja em Barcelona e uma sex shop. Em 1997, ele raspou todo o cabelo e tatuou o nome do grupo no couro cabeludo. Carlos Armas, o de cabelos longos, formou um curioso grupo chamado "Vatikano", mas logo o abandonou para se dedicar ao mundo empresarial e agora trabalha em um restaurante de sua família, em Tenerife.[2] Francesc Picas (primeira voz da canção Locomia, substituto de Xavier) seguiu carreira solo por um tempo, é escritor e poeta de vários livros de prosa e poesias.[10] Juan Antonio Fuentes, o loiro, trabalhou na linha férrea AVE, em Madrid, Espanha, onde foi policial. Atualmente é gerente de um restaurante em um importante hotel de Barcelona.[10] Santos (Substituto de Juan Antonio Fuentes, também loiro e muito parecido com ele) trabalhou durante um tempo como bailarino da Televisión Española, converteu-se em religioso, e trabalhou em abrigos de apoio para sem-teto até sua morte por embolia pulmonar em junho de 2018, aos 46 anos.[10] Manolo Arjona é o único que segue trabalhando como um Loco Mia nos finais de semana na discoteca Bikini, em Ibiza.[10]

Participantes editar

A formação original do Loco Mía contava com Xavier Font, Manuel Arjona, Carlos Armas, Francesc Picas, Juan Antonio Fuentes e Santos Blanco.[11]

Discografia editar

Álbuns de estúdio editar

Ano Álbum Certificações Vendas
1989 Taiyo
1991 Loco Vox
1992 Party Time
1999 Samba Pasion
2001 Corazon
2013 Imperium

Álbuns de compilação editar

Ano Título Melhor posição
MEX
[18]
2007 Loco Mia
(CD+DVD)
69

Singles editar

Lista de singles, com posições nas paradas selecionadas e certificações
Título Ano Melhores
posições
Certificações Álbum
ESP
[12]
EUA
Latin
Songs

[19]
URU
[20]
"Loco Mía" 1989 2 Taiyo
"Taiyo" 10
"Rumba Samba Mambo" 1990 6 27 1
"Loco Mix" 15 Loco Mix (single)
"Loco Vox" 1991 8 Loco Vox
"Fiesta Latina"
"Niña"
"Magia Negra"
"Te lo Voy a Dar (Pumba Pumba - Cha Cha Cha)" 1993 18 Party Time
"Obsesiva (Abgefahrn)"
"Party Time"
"Everybody Need Somebody"
"Move Your Body" 1994
"Ya No Lloro Más" (part. Encarnita Polo) 1996 Ya No Lloro Más (single)
"Samba Pasión" 1999 Samba Pasión (single)
"—" denota títulos que não entraram nas paradas, não foram lançados no país ou não há informação.

Curiosidades editar

Foram proibidos de se apresentar em algumas cidades da América Latina por supostamente serem homossexuais.

A canção Gorbachov é uma homenagem ao então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev.

Referências

  1. «O que é o Loco Mía? Relembre o grupo dance one-hit wonder, que perdeu dois integrantes em menos de um mês». G1. Globo.com. 17 de julho de 2018. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  2. a b c Quelart, Raquel (14 de junho de 2018). «¿Qué fue de los primeros componentes de Locomía?». La Vanguardia. Consultado em 25 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 14 de junho de 2018 
  3. «O que é o Loco Mía?». O Sul. 17 de julho de 2018. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  4. «El último muerto de Locomía: cómo Inglaterra le robó la cartera a España en Ibiza». El Confidencial. 12 de junho de 2022. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  5. a b Sanguino, Juan (12 de junho de 2022). «Locomía, paraíso perdido». Vanity Fair. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  6. Aram, André (16 de junho de 2020). «Foi um surto coletivo ou Locomia lacrava na TV nos anos 80?». GAY BLOG BR @gayblogbr. Consultado em 26 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 10 de julho de 2020 
  7. a b c d Cane, Miguel (19 de janeiro de 2022). «Locomía: ¿qué fue de los integrantes originales de la excéntrica banda?». Yahoo!. Spain. Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2022 
  8. «Locomía estrena su documental cuando se cumplen cuatro años de la muerte de dos de sus miembros». ¡Hola!. 22 de junho de 2022. Consultado em 27 de agosto de 2022. Cópia arquivada em 22 de junho de 2022 
  9. a b Medianoche, Mike (2 de maio de 2022). «Locomía, el grupo que al que un 'bandido' le robó la ocasión de ir a Eurovisión». Yahoo!. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  10. a b c d Quelart, Raquel (14 de junho de 2018). «Locomía, 36 años después: el antes y después grupo que rompió tabúes». El Comercio. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  11. «Fallece a los 46 años, Santos Blanco, excomponente de Locomía». Vinilo Negro. 15 de junho de 2018. Consultado em 25 de agosto de 2022 
  12. a b Salaverri, Fernando (Setembro de 2005). Sólo éxitos: año a año, 1959–2002 1st ed. Spain: Fundación Autor-SGAE. p. 927. ISBN 84-8048-639-2 
  13. Millen, Mànya (8 de novembro de 1990). «Loco Mía está no Brasil para lançar 'Taiyo', seu primeiro LP». O Globo. Rio de Janeiro. p. 2 (Caderno B) 
  14. a b c d «"Pandora" obtiene un disco de oro en Chile». El Siglo de Torreón (em espanhol). México. 28 de dezembro de 1991. p. 60. Cópia arquivada em 27 de agosto de 2022 
  15. a b «Cuidar el cuerpo y no destruirlo: grupo Locomía». El Siglo de Torreón (em espanhol). México. 29 de maio de 1991. p. 46. Cópia arquivada em 27 de agosto de 2022 
  16. a b «Las Ventas». www.locomia.com (em espanhol). Espanha. Consultado em 27 de agosto de 2022. Arquivado do original em 26 de outubro de 2005 
  17. «No somos homosexuales ni ambíguos, declaran los integrantes de "Locomía"». El Siglo de Torreón (em espanhol). México. 19 de novembro de 1991. p. 54. Cópia arquivada em 27 de agosto de 2022 
  18. Melhores posições no México:
  19. Billboard Hot Latin Tracks. Billboard (em inglês). 104 31 ed. [S.l.]: Nielsen Business Media, Inc. 1 de agosto de 1992. p. 33. ISSN 0006-2510. Consultado em 26 de agosto de 2022 
  20. «Faixa Quente: Outras Paradas». Jornal do Brazil. Rio de Janeiro. 27 de agosto de 1990. p. B5. Consultado em 26 de agosto de 2022 

Ligações externas editar