A longa duração é um conceito introduzido pelo historiador francês Fernand Braudel e utilizado pela tradição historiográfica da escola dos Annales.

Utilizado por ele em sua tese doutorado de 1949 intitulada La Méditerranée et le monde méditerranéen à l'époque de Philippe II, introduziu uma nova maneira de abordagem dos acontecimentos históricos: aqueles que transcorrem na longa duração.

Ao lado da história tradicional (dita factual e condenada pelos Annales) das "oscilações breves, rápidas, nervosas"[1] e da história cíclica e conjuntural (história econômica e social) caracterizada pelas fases lentas, ele introduz a história quase imóvel que se interessa pelos fenômenos extremamente longos (evolução das paisagens, história do homem na sua relação com o meio). Em 1958, por ocasião de uma controvérsia com Claude Lévi-Strauss, ele teoriza em sua obra A Longa Duração o modelo da pluralidade dos tempos históricos (estrutural / conjuntural / fatual).

Jacques Le Goff propôs, baseado no conceito de longa duração, a ideia de Longa Idade Média. Concerne à uma Idade Média longínqua, ela seria gestada por uma Antiguidade tardia, essa prolongada até o séc. X. Possuindo três sequências divididas em: uma Idade Média Central, indo do ano 1000 a 1348; uma Idade Média tardia, da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), indo até a Reforma Protestante (1517); terminando, no que tange as estruturas políticas, com a Revolução Francesa (1789), e no plano intelectual, com a Revolução Industrial do séc. XIX.[2]

Ver também editar

Referências

  1. La Méditerranée et le monde méditerranéen à l'époque de Philippe II, Armand Colin, 1949, p. XIII.
  2. AMALVI, Christian (2017). «Idade Média». In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário temático do Ocidente medieval. São Paulo: Unesp. p. 612 

Bibliografia editar

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