Nota: Este artigo é sobre uma distribuidora carioca. Para a exibidora goianiense, veja Lumière Empresa Cinematográfica.

Lumière Pictures Brasil é uma distribuidora de filmes brasileira fundada por Bruno Wainer e Marc Beauchamps em 1989. É conhecida internacionalmente pela participação em trâmites contratuais e estratégicos de distribuição de filmes importantes na história do cinema brasileiro, como Cidade de Deus, Central do Brasil e Olga.

Lumière Brasil
Fundação 1989
Fundador(es) Bruno Wainer
Marc Beauchamps

História editar

Bruno Wainer, foi estagiário e diretor executivo em conjunto de nomes notórios na história do Cinema Novo, como Arnaldo Jabor, Ruy Guerra e Joaquim Pedro de Andrade. Wainer participou do desenvolvimento de 18 filmes até no fim dos anos 1980, quando seu amigo francês Marc Beauchamps, o contactou lançando a proposta para lançar filmes francês no circuito brasileiro. Neste período o cinema no Brasil estava enfrentando grandes quedas de produção, com o governo Fernando Collor fechando a produtora estatal Embrafilme, criada em 1969.[1]

De imediato, Wainer aceita o convite de Beauchamps e viajou a França para conhecer o Festival de Cannes. Lá observaram os esquemas que envolve o processo de distribuição de um filme com os agentes de vendas, e conheceram o presidente da distribuidora Lumière France, com quem manteve contato. Wainer e Beauchamps então fecharam acordos e criaram uma subsidiária da Lumière no Brasil em 1989.[1]

Em fevereiro de 1997, Lumière já havia lançado mais de 7 mil títulos de muitas nacionalidades no mercado brasileiro. Neste ano a distribuidora fechou um contrato com Icatu — um grupo que controla um dos quatro maiores bancos de investimento, o Icatu, uma grande corretora de seguros, Icatu Hartford, e a maior financeira do país, Fininvest, entre outros negócios. "É a união da nossa experiência na área de distribuição de filmes com a deles, que são feras da área financeira" arremata Bruno Wainer á Folha de S.Paulo.[2] Com esta união, Lumière estaria com maiores subsídios e poder de compra nos momentos de fechamento de contratos para distribuição de filmes. Além disto, a nova distribuidora que estava se reformulando estaria iniciando outras negociações de contratos com Grupo Severiano Ribeiro, um dos maiores exibidores do Brasil, e Europa Vídeo, uma das três maiores distribuidoras independentes de filmes em home video. No fim destas grandes negociações, o primeiro filme a ser lançado pela "nova Lumière" foi O Paciente Inglês no mesmo ano.[2]

Em meados de 2000, Lumière foi anexada a produção do filme Cidade de Deus de Fernando Meirelles, como distribuidora e co-produtora. A empresa foi responsável por toda a estratégia de distribuição do filme, bem como os contratos fechados com Miramax e Wild Bunch — distribuidoras internacionais.[3]

No final de 2005, Bruno Wainer saiu da Lumière e, no mesmo ano fundou outra distribuidora independente, a Downtown Filmes, com o objetivo de distribuir apenas conteúdo brasileiro.[4][5] Em julho de 2013, o francês sócio-fundador Marc Beauchamps foi acusado de tráfico internacional de drogas e se afastou da administração da distribuidora. Lumière se encontra há muito tempo sem distribuir nenhum filme, porém oficialmente está empregada com estatuto de ativa.[6]

Referências

  1. a b «Aposta no escuro - Bruno Wainer é o principal distribuidor do Cinema Nacional». O Globo. 8 de agosto de 2013. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  2. a b Nogueira de Sá, Junia (22 de fevereiro de 1997). «Icatu e Lumière formam nova distribuidora». Folha de S.Paulo. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  3. Rodrigues Matta, João Paulo (29 de maio de 2009). «Cinema brasileiro e distribuição: Analise de Cidade de Deus» (PDF). Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  4. «Biografia de Bruno Wainer». Filme B. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  5. «Revista Filme B» (PDF). Novembro de 2010. Consultado em 18 de janeiro de 2016 
  6. Vasconsellos, Fábio (julho de 2013). «PF prende produtor de cinema francês acusado de tráfico internacional de drogas». O Globo. Consultado em 18 de janeiro de 2016