A lupa é um instrumento óptico munido de uma lente com capacidade de criar imagens virtuais ampliadas. É utilizada para observar com mais facilidade pequenos objetos e alguns detalhes ou superfícies. Também denominada microscópio simples, é constituída de uma única lente convergente. Para compreender como é o funcionamento da lupa, precisamos analisar tanto como a lupa conjuga imagens, como estas imagens (objetos virtuais para o nosso olho) acabam sendo projetadas na nossa retina. O olho humano só focaliza uma imagem de um objeto em sua retina se a distância entre o objeto e o olho for maior que a de um ponto específico ("Ponto Próximo").

Uma lupa comum

Notamos facilmente que quando o objeto está mais próximo do olho que a distância do Ponto Próximo a imagem se torna desfocada. A posição do ponto próximo é variável, de pessoa para pessoa. Sendo comum essa distância ser maior em pessoas mais idosas (explicando porque algumas pessoas não conseguem ler de perto, mas esticando o braço e aumentando a distância do papel para o olho, conseguem ler sem maiores problemas). Imagine um objeto posto sobre o Ponto Próximo de um olho humano. O tamanho da imagem produzida na retina varia com o ângulo α que o objeto ocupa no campo de visão. Quando aproximamos o objeto do olho, aumentamos este ângulo. Assim aumentamos a capacidade de observar detalhes do objeto, mas como ele está numa distância menor que do ponto próximo, o vemos fora de foco, perdendo nitidez.

Para fazermos com que esta imagem desfocada fique nítida novamente, colocamos uma lente convergente entre o olho e o objeto (importante que o objeto esteja mais próximo do olho do que o ponto focal da lente). O que o olho passa a enxergar é uma imagem virtual do objeto. Esta imagem fica mais distante do olho do que o Ponto Próximo, sendo uma imagem nítida. Apesar dessa ampliação, a lupa não serve para a observação de objetos muito pequenos como células,bactérias e insetos pequenos, pois nesses casos se faz necessário um aumento muito grande. A solução é associarmos duas ou mais lentes convergentes, como no microscópio composto.[1]

Imagem virtual construída pela lente convergente

Magnifying glass2

História editar

Em 1885 foi encontrada uma lupa de quartzo nas ruínas do palácio do rei Senaqueribe (708-681 a.C.) da Assíria. Relatos do historiador Plínio (23-79 d.C.), apresentam "Vidros Queimadores", os quais eram produzidos pelos romanos, ou seja, lentes usadas para iniciar o fogo, com auxilio da luz solar. Uma lente plano-convexa foi encontrada nas ruínas de Pompéia (Roma). Fabricando vidro desde o século VI a.C. chineses também conheciam lentes de aumento e de diminuição, usando também lentes para iniciar o fogo. Na China também já moldava lentes utilizando cristal de rocha natural, desde o século X.[2] No século XVIII as propriedades de uma lupa foram descritas por Roger Bacon, na Inglaterra. [3]

Referências

  1. Halliday, David;Krane, Kenneth S. e Resnick, Robert. Física 2, Quinta edição. Editora LTC. 2007. ISBN 978-85-216-1368-8
  2. [Gaspar, Alberto. Física Série Brasil. Editora Ática.2007.São Paulo-SP Brasil. ISBN 978-85-08-09343-4]
  3. Kriss, Timothy C.; Kriss, Vesna Martich (abril de 1998). «History of the Operating Microscope: From Magnifying Glass to Micro neurosurgery». Neurosurgery. 42 (4): 899–907. PMID 9574655. doi:10.1097/00006123-199804000-00116