Luta Democrática foi um jornal brasileiro, fundado em 3 de fevereiro de 1954 pelo político fluminense Tenório Cavalcanti, que seria responsável pela sua orientação política e editorial[1][2].

Jornal Luta Democrática, Ano 1, primeira edição. Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 1954.
Jornal Luta Democrática, Ano 1, primeira edição. "Um jornal feito por homens que lutam pelos que não podem lutar". Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 1954.

História editar

No seu auge, em 1962, chegou a circular com uma tiragem diária de 150 mil exemplares. Era o terceiro maior jornal do Rio de Janeiro, atrás apenas de O Globo e O Dia[3].

Criado como ferramenta política de seu fundador[4], o jornal apresentou logo na sua primeira edição o sensacionalismo que seria sua principal característica, assim como a oposição ao governo de Getúlio Vargas. A primeira página dizia: Hediondo e misterioso crime na Gruta da Imprensa; Lançaram o maestrio no fundo do mar; Getúlio seria o mandante do crime.

Nas páginas internas, a seção Vida, paixão e drama de Tenório Cavalcanti contava na forma de história em quadrinhos a trajetória do fundador do jornal.

Depois do Golpe Militar de 1964, a cassação de Tenório e a alta no preço do papel provocaram a decadência da Luta Democrática. A partir de 1970, seu proprietário arrendou o jornal sucessivamente aos jornalistas Raul Azêdo Netto, Boris Nikolasievski e Evandro Mendes da Costa e, em 1980, à empresa Edigrajo.

 
Papel Timbrado do Jornal Luta Democrática, assinado por Tenório Cavalcanti. 26 de novembro de 1959.

Em 1980, a Edigrajo, ao devolver a marca, lançou nas bancas um concorrente, intitulado Luta, o jornal do povo. Tenório mais uma vez arrendou a Luta Democrática a Evandro Mendes da Costa. Ao mesmo tempo, travava uma batalha judicial para que a Edigrajo suspendesse a circulação do "jornal do povo". As duas publicações, porém, acabaram não resistindo à falta de leitores e se extinguiram pouco depois.

Referências

  1. PEDROSO, Rosa Nívea. A construção do discurso de sedução em um jornal sensacionalista. São Paulo: Annablume, 2001
  2. EME, Ana Lucia S. Imprensa e Baixada Fluminense: múltiplas representações Arquivado em 25 de outubro de 2010, no Wayback Machine.. Ciberlegenda nº 14, 2004
  3. SIQUEIRA, Carla Vieira. Sexo, Crime e Sindicato: Sensacionalismo e populismo nos jornais Ultima Hora, O Dia e Luta Democrática no segundo governo Vargas (1951-1954). Tese de Doutorado em História, PUC/RJ, 2002
  4. SILVA, Claudio Araújo de Sousa. O lugar de Tenório Cavalcanti na política do Rio de Janeiro: uma análise sobre o ano de 1954. Mediações: Revista de Ciências Sociais V. 16, nº 1 (2011)
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