Lwenapithekus Samussuku

Hitler Jessy Tshikonde, também conhecido por Lwenapithekus Samussuku[1] (Luena, 31 de dezembro de 1989), é um cientista social, músico e ativista político angolano.[2]

Hitler Samussuku
Lwenapithekus Samussuku
Pintura no Mural da Cidadania 2022
Político(a) de Angola
Dados pessoais
Nome completo Hitler Jessy Tshikonde
Nascimento 31 de dezembro de 1989 (34 anos)
Luena, Angola
Nacionalidade Angolano
Progenitores Mãe: Doroteia Mussavo Jessy
Pai: Kanyimbo Tshikonde
Religião Ateu
Profissão Activista e Rapper
Website http://handeka.org/

Foi candidato à deputado pela plataforma Frente Patriotica Unida na qual fazem parte os partidos políticos União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Bloco Democrático e PRA JÁ-Servir Angola.[3]

Biografia editar

Nasceu na cidade de Luena, na província do Moxico, filho de Doroteia Mussavo Jessy e Kanyimbo Tshikonde. Cedo partiu para a capital de Luanda devido a guerra civil.

Educação editar

É licenciado em ciências políticas pela Universidade Agostinho Neto.[4] No seu trabalho de fim do curso, abordou a questão da legitimidade política em Angola, obteve a nota final de 18 valores.

Activismo musical e político editar

Entrou no Hip hop muito cedo, mas só em 2008 é que se integrou ao grupo de hip hop de intervenção conhecido por Terceira Divisão,[5] em que participou em três faixas musicais e outros espetáculos.[6][7] Aos 20 de junho de 2015, foi detido pelas autoridades angolanas[8] acusado inicialmente de tentativa de golpe de Estado, e mais tarde de actos subversivos contra a segurança do Estado com mais 16 companheiros.[9] A partir de 2016, iniciou uma colaboração com o activista José Patrocínio, através da associação cívica Omunga num programa designado a construir uma estratégia de intervenção política entre os activistas das diversas províncias de Angola.[carece de fontes?] A estratégia propunha fomentar movimentos sociais centrados nos problemas das comunidades: Projecto AGIR, Plataforma Cazenga em Acção, Mudar Viana, Núcleo Belas em Acção, Lauleno (Moxico), Okulinga (Matala), Bloco Despertar (Namibe), Balumuka (Malanje).[carece de fontes?]

Em 2017, alegou ser vítima de uma agressão policial na sequência de uma marcha política,[10][11] onde os agentes o teriam atingido com bastões e o arrastado para uma carrinha policial. Uma das fotos que apresentou mostrava um corte profundo na testa, que disse ter requerido pontos.[12]

No dia 10 de maio de 2019, Lwenapithekus Samussuku foi preso por agentes da segurança do Estado por ter feito um vídeo a criticar duramente o presidente de Angola.[13] A Human Rights Watch condenou a acção praticada pelas autoridades angolanas num comunicado público.[14] Três dias depois, o activista foi liberto pela Procuradoria-Geral de Angola para responder em liberdade.[15]

Aos 22 de junho de 2019, foi eleito na assembleia ordinária da associação cívica Handeka como o novo vice-presidente.[16] A eleição veio após ganhar bastante protagonismo pelo movimento 15+2.[17]

Em setembro de 2019 o Serviço de Investigação Criminal (SIC) o convocou para saber da sua disponibilidade para pedir desculpas ao Presidente João Lourenço, por causa de um vídeo na qual as autoridades classificam como critico a figura do Chefe de Estado. Como resposta, disse apenas que "não tenho nada a declarar".[18]

Aos 23 de janeiro de 2020, Lwenapithekus Samussuku e outros activistas ficaram detidos das 9h00 às 16h30 na sequência de uma manifestação a favor do Pacote Legislativo Autárquico.[19]


Referências

  1. Samussuku People Pill.
  2. «Angola Fala Só: Bilhete de Identidade de Hitler Samussuku». VOA. Consultado em 24 de julho de 2022 
  3. Cordeiro, Ana Dias. «Activistas em Angola sabem esta segunda-feira se ficam presos ou em liberdade». PÚBLICO. Consultado em 24 de julho de 2022 
  4. «Activistas solicitam autorização para concluir estudos». Rede Angola - Notícias independentes sobre Angola. 10 de fevereiro de 2016. Consultado em 24 de julho de 2022 
  5. «Artista Desafiador III: 3ª Divisão». Central Angola 7311 (em inglês). 16 de setembro de 2013. Consultado em 24 de julho de 2022 
  6. http://marimba.selutu.com/movimento-terceira-divisao-abandona-concerto-de-mck-por-censura-da-organizacao-2/
  7. «Profile of Human Rights Defender Samussuko in Angola». Hans Thoolen on Human Rights Defenders and their awards (em inglês). 18 de outubro de 2018. Consultado em 24 de julho de 2022 
  8. http://misa.org/issues/afex-condemns-imprisonment-of-17-angolan-human-rights-activists/
  9. «Histórico do caso: Angola 15+2». Front Line Defenders. 30 de junho de 2016. Consultado em 24 de julho de 2022 
  10. «Activista descreve como foi torturado pela polícia angolana». CLUB-K ANGOLA - Notícias Imparciais de Angola. Consultado em 24 de julho de 2022 
  11. «Polícia agride manifestantes». Jornal Folha 8. 24 de fevereiro de 2017. Consultado em 24 de julho de 2022 
  12. «Angola: Polícia agride manifestantes pacíficos, usando cães». Human Rights Watch. 1 de março de 2017. Consultado em 10 de junho de 2019 
  13. «HITLER SAMUSSUKU: O NOVO PRESO POLÍTICO DETIDO POR CRITICAR JOÃO LOURENÇO». Radio Angola (em inglês). 13 de maio de 2019. Consultado em 30 de maio de 2019 
  14. «Angola: Abusive Arrest of Activist». Human Rights Watch (em inglês). 17 de maio de 2019. Consultado em 30 de maio de 2019 
  15. «Hitler "Samussuku" posto em liberdade – DW – 13/05/2019». dw.com. Consultado em 12 de março de 2024 
  16. «Hitler Samussuku é o novo Vice Presidente da Associação Cívica HANDEKA». CLUB-K ANGOLA - Notícias Imparciais de Angola. Consultado em 24 de julho de 2022 
  17. Hossi, Son Jamba (22 de junho de 2019). «Hitler Samussuku é o novo Vice Presidente da Associação Cívica HANDEKA». Epito Repórter. Consultado em 24 de julho de 2022 
  18. SIC notifica activista para pedir desculpas ao PR. Club K. 26 de setembro de 2019.
  19. «Polícia reprime manifestação em Luanda contra gradualismo nas autárquicas». RFI. 23 de janeiro de 2020. Consultado em 24 de julho de 2022