Método de Sainte-Laguë

Na teoria do voto, o método de Sainte-Laguë é um procedimento para calcular coeficientes eleitorais e distribuir cadeiras em um câmara com voto proporcional, foi inventado pelo matemático francês André Sainte-Laguë.[1]

É um método similar ao método D'Hondt, a diferença são os divisores usados, o método de Sainte-Laguë não favorece os maiores partidos como o método D'Hondt.[2]

Este método é usado na Nova Zelândia,[3] Bósnia e Herzegovina,[4] Letônia,[5] Kosovo[6] e Alemanha.[7] Na Noruega,[8] na Dinamarca[9] e na Suécia[10] são usadas variantes modificadas do método.

DescriçãoEditar

O método consiste em sucessivas divisões: a cada cadeira alocada, é calculado um coeficiente eleitoral dado pela fórmula:[11]

 , onde:
  • V é o número total de votos recebido pelo partido e
  • s é número de cadeiras obtidas pelo partido até o momento. Todos os partidos começam com s=0 na primeira fase.

A cada fase, é atribuída uma cadeira ao partido com maior coeficiente eleitoral.

Exemplo:

Está-se a eleger os 11 deputados que ocuparam lugares no governo. Após todas as divisões feitas, vai-se escolhendo, de forma decrescente (do maior número de votos para o menor), os deputados.

Partido A Partido B Partido C Partido D
Votos 340 000 280 000 160 000 60 000
Cadeira 1 340 000(1) 280 000(2) 160 000(3) 60 000(7)
Cadeira 3 113 333,33(4) 93 333,33(5) 53 333,33(9) 20 000
Cadeira 5 68 000(6) 56 000(8) 32 000 12 000
Cadeira 7 48 571,43(10) 40 000(11) 22 857,14 8 571,43
Cadeira 9 37 777,78 31 111,11 17 777,78 6 666,67
Total de cadeiras 4 4 2 1

Portanto, depois de contadas 11 células da tabela, por ordem decrescente no total, obtém-se o número total de deputados eleitos.

Referências

  1. «André Sainte-Laguë (1882–1950)». Trinity College Dublin (em inglês). 27 de março de 2018. Consultado em 10 de julho de 2019 
  2. Lijphart, Arend (2003). «Degrees of proportionality of proportional representation formulas». In: Grofman, Bernard; Lijphart, Arend. Electoral Laws and Their Political Consequences. Col: Agathon series on representation (em inglês). 1. [S.l.]: Algora Publishing. pp. 170–179. ISBN 9780875862675 
  3. Electoral Comissiom. «New Zeland's Elctoral system» (PDF) (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2019 
  4. Coles, Kimberley (2007). Democratic Designs: International Intervention and Electoral Practices in Postwar Bosnia-Herzegovina (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 187. ISBN 978-0-472-06985-9. Consultado em 10 de julho de 2019 
  5. «Latvia Saeima, Electoral System». Inter-Parliamentary Union (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2019 
  6. Sörensen, Jens Stilhoff (2009). State Collapse and Reconstruction in the Periphery: Political Economy, Ethnicity and Development in Yugoslavia, Serbia and Kosovo (em inglês). [S.l.]: Berghahn Books. p. 227. ISBN 978-1-84545-919-2. Consultado em 10 de julho de 2019 
  7. «Election of Members and the allocation of seats». Deutscher Bundestag (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2019 
  8. Hylland, Aanund (21 de outubro de 2007). «Elections in Norway - Notes on the electoral system» (PDF). Det samfunnsvitenskapelige fakultet (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2019 
  9. «The Parliamentary Electoral System in Denmark». The Danish Parliament (em inglês). pp. 6–7. Consultado em 10 de julho de 2019 
  10. «A 
very
 brief
 description 
of
 the 
Swedish
 election 
system
 to 
the 
Riksdag» (PDF). Det samfunnsvitenskapelige fakultet (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2019 
  11. Gallagher, Michael. «Comparing Proportional Representation Electoral Systems: Quotas, Thresholds, Paradoxes and Majorities» (PDF). Cambridge University Press. Britsh Journal of Political Science (em inglês). 22 (4): 471-472. JSTOR 194023. Consultado em 10 de julho de 2019