Sociedade dos Missionários da África

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Sociedade dos
Missionários da África

 
Missionarii Africæ


sigla
M. Afr.
Imagem: Sociedade dos Missionários da África
O cardeal Charles Martial Lavigerie, fundador da Ordem
Tipo: Sociedade de vida apostólica
Fundador (a): Charles Lavigerie
Local e data da fundação: Argel, 1868
Aprovação: 14 de maio de 1879, pelo Papa Leão XIII
Superior geral: Stanley Lubungo
Membros: 1466 (1078 padres em 2017)
Atividades: Missão evangelizadora da África
Sede: Via Aurelia, 269, 00165 Roma, Itália
Site oficial: http://www.missionariesofafrica.org/
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A Sociedade dos Missionários da África é uma sociedade de vida apostólica da Igreja Católica Apostólica Romana fundada em 1868, por Dom Charles Lavigerie, arcebispo de Argel.[1][2] Seu nome latino é Missionarii Africæ, o que determina sua sigla: (M Afr). São também chamados Padres Brancos (Patres Albi).

História editar

É na época da fome de 1867, deixando um grande número de crianças órfãs no que é hoje a costa norte da Argélia, que Lavigerie (nesse ano tornou-se bispo de Argel[nota 1]) prepara a criação da sua congregação para instruir e catequizar essas crianças (criação de aldeias cristãs) numa primeira etapa, e numa segunda etapa, evangelizar as populações do Saara e da África central. Após a criação da sociedade,[nota 2] inicia seus trabalhos em obras sociais, nas escolas e nos hospitais, sempre buscando o desenvolvimento dos povos, e pouco a pouco são instalados vários postos de missão em Cabília e no Saara. O fundador, que considerava a Argélia como uma porta aberta para um continente, exigia de seus missionários três coisas[carece de fontes?]:

  • Falar a língua do povo a quem se dirigia
  • Comer os seus alimentos
  • Desgastar as próprias vestes

Muitas vezes os missionários corriam perigo de vida, como por exemplo em 1876[nota 3] e 1881[nota 4] quando duas caravanas, atravessando o deserto para irem para o sul da Argélia, são massacradas. A sociedade desenvolver-se-á rapidamente. As suas constituições são aceites em 1879 e definitivamente aprovadas por Roma em 1908. Quando o fundador, já cardeal da Igreja Romana, morreu em 1892, duzentos e setenta e oito missionários, de cinco nacionalidades já estavam trabalhando em seis países: Argélia, Tunísia, Uganda, Tanzânia, Congo e Zâmbia.

Abriram a primeira casa em França em 1874, na Tunísia em 1875, em África de leste em 1878, na Bélgica em 1884, na Alemanha em 1894, no Sudão francês nesse mesmo ano, e no Quebeque em 1901. Após a Segunda Guerra Mundial, a sociedade torna-se uma das mais famosas instituições missionárias francófonas, muitas vezes mencionada na literatura ou cinema da época. O costume religioso obrigatório dos padres antes dos anos 1875-1965 consistia normalmente numa batina branca ou gandoura (túnica de origem berber) com um albornoz branco, um Rosário e uma cruz à volta do pescoço. Antes dos anos 1960, em época colonial, o superior residia em Maison-Carrée e os noviços em Tunis.

Atualidade editar

Os Padres Brancos eram 2098 em janeiro de 1998. A sociedade entrou no século XXI com mil seiscentos e oitenta e quatro missionários, de trinta e seis nacionalidades, trabalhando em quarenta e dois países da África, em trezentas e dez comunidades.

Em janeiro de 2006 eram nove bispos, 1498 sacerdotes, 156 irmãos, 16 clérigos, 5 associados e 354 seminaristas; em 2007 eram 1712 membros, dos quais cerca de 1400 sacerdotes, em 261[3] casas. Segundo as suas regras, não podem ser menos de três em cada casa. A sociedade dos missionários de África depende da congregação para a evangelização dos povos. O superior general da sociedade é eleito para um período de seis anos. É aceite qualquer nacionalidade em suas casas de formação localizadas em França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Alemanha e Quebeque.

A sede situa-se, desde 1952, em Roma. O superior general é Stanley Lubungo, do Zâmbia, eleito em maio de 2016.

Ramo feminino editar

Em 1869, o Cardeal Lavigerie funda o ramo feminino, com o nome de Missionárias de Nossa Senhora da África, em latim: 'Missionariæ Africæ (Sorores Albæ)

Superiores gerais editar

  • Charles Lavigerie (1868-1889)
  • Léon Livinhac (1889 – 1922)
  • Paul Voillard (1922 – 1936)
  • Joseph-Marie Birraux (1936 – 1947)
  • Louis-Marie-Joseph Durrieu (1947 – 1957)
  • Léon Volker (1957 – 1967)
  • Théoz Van Asten (1967 – 1974)
  • Jean-Marie Vasseur (1974 – 1980)
  • Robert Marie Gay (1980 – 1986)
  • Étienne Renaud (1986 – 1992)
  • Gothard Rosner (1992 – 1998)
  • François Richard (1998 – 2004)
  • Gérard Chabanon (2004 – 2010)
  • Richard Kuuia Baawobr (2010 – 2016)
  • Stanley Lubungo (desde 2016)

Notas

  1. No ano seguinte também foi nomeado delegado apostólico do Saara.
  2. A sociedade passou por uma crise após a revolta de Kabylie de 1870-1871, e todos os seminaristas a deixam. Volta em 1871, quando o seminário abre novamente as portas em Maison-Carrée, sob a direção do jesuíta François Terrasse. Os primeiros votos são pronunciados em outubro de 1872.
  3. Ménoret, Bouchand e Paulmier que deveriam ir a Tombuctu são traídos pelos seus guias e massacrados.
  4. Richard, Puoplard e Morat, partindo de Tripolitânia para o Sudão, caem numa emboscada e são assassinados

Referências

  1. «Missionaries of Africa» (em inglês). Consultado em 18 de março de 2013 
  2. «The origins of our Society» (em inglês). Consultado em 18 de março de 2013. Arquivado do original em 26 de novembro de 2015 
  3. Anuário pontifical, 2010

Ligações externas editar