Movimento por uma Universidade Popular

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O Movimento Por Uma Universidade Popular (MUP) é, em síntese, o significado literal de seu nome: a busca organizada, contínua e consequente para que o ensino superior no Brasil seja baseado no conceito de uma universidade popular, com acesso universal e gratuito.[1][2][3]

Movimento por uma Universidade Popular
(MUP)
Movimento por uma Universidade Popular
Tipo Movimento estudantil
Fundação 2006
Estado legal Ativo
Línguas oficiais Português

História editar

Contexto editar

A construção de uma democracia efetiva em um sistema político é um desafio que mobiliza intelectuais e ativistas a partir de uma ampla discussão teórica de diferentes práticas sociais. O processo histórico de construção do sistema democrático representativo liberal nos remete há pouco mais de duzentos anos, quando se deu início ao mais importante movimento de transformação dos sistemas políticos modernos. É no século XX na América Latina que um elemento-chave da moderna concepção de universidade emerge.[4] Além de núcleo do conhecimento acumulado, da formação dos profissionais e fomentação da pesquisa, a universidade passaria a olhar para as demandas reais da sociedade, houve a necessidade do diálogo entre o conhecimento produzido fora dela e enfrentar os movimentos sociais que exigiam que rompesse seu casulo. Um dos momentos decisivos deste processo acontece na Argentina em 1918, em conjunto com a Revolução Mexicana e a Revolução Russa. A Reforma Universitária de Córdoba foi decisiva para a exigência de democratização, eficácia e um papel mais atuante do conhecimento acadêmico na sociedade.[5][6]

Construção editar

Os direcionamentos para a construção da Universidade popular foram delineados com maior expoência no Seminário Nacional sobre Universidade Popular (SENUP), ocorrido em 2011. São então seus eixos: Ciência e Tecnologia, autonomia e democracia. Esses eixos decorrem em proposições acerca da Universidade Popular a partir da construção de um projeto de universidade que seja, ao mesmo tempo, crítica e criadora de conhecimento novo e necessário às demandas do povo. Isso implica um trabalho direcionado à pesquisa acadêmica enquanto construção do saber; ao ensino como transmissão e apropriação do saber construído; e a extensão universitária como a objetivação ou materialização desses conhecimentos, enquanto construção de novos conhecimentos advindos do cotidiano sistematizado, pensado, debatido e repassado.[7]

Referências

  1. Lusa, Mailiz Garibotti; Martinelli, Tiago; Verdum, Carolina Piá; Almeida, Tiago Pacheco (2019). «MOVIMENTOS E LUTAS SOCIAIS EM PORTO ALEGRE (2010-2019): APONTAMENTOS INICIAIS DE PESQUISA». Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais 2019. Consultado em 22 de junho de 2020 
  2. Medeiros, Tanise Baptista de (2019). «Perspectivas para a construção de uma universidade pública e popular : a experiência do Grupo De Trabalho Universidade Popular (GTUP/UFRGS)». Consultado em 22 de junho de 2020 
  3. Maia, Layssa; Freire, Marina; Martins, Dennis Rodrigues; Addor, Felipe (15 de setembro de 2015). «A construção de um espaço para fortalecimento do poder popular na América Latina: o SIPPAL». Consultado em 22 de junho de 2020 
  4. «Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social - PPAL». nides.ufrj.br. Consultado em 22 de junho de 2020 
  5. «A reforma universitária de Córdoba (1918): um manifesto por uma universidade latino-americana». PUCP - Red Interdisciplinaria de Estudios Latinoamericanos del siglo XIX. Consultado em 22 de junho de 2020 
  6. «Movimento por uma Universidade Popular – UJC». ujc.org.br. Consultado em 22 de junho de 2020 
  7. Gonçalves, Carla Agda (28 de junho de 2013). «O Programa REUNI: significados e ressonâncias da implantação do curso de Serviço Social da UFG/CCG 2008/ 2012». Consultado em 22 de junho de 2020