Manuel Maria Portela
Manuel Maria Portela (Setúbal, 8 de dezembro de 1833 — Setúbal, 28 de fevereiro de 1906) foi um poeta, jornalista e estudioso e divulgador da história de Setúbal.[1][2][3]
Biografia
editarNascido a 8 de dezembro de 1833, filho de Manuel Rodrigues Portela e Doroteia Angélica Perdigão, Manuel Maria Portela começou a colaborar na imprensa a partir dos trinta anos, inicialmente com poesia, mais tarde com prosa sobre Setúbal, a sua região e a sua história.
Foi colaborador do jornal Correio de Setúbal e redactor da Voz do Progresso (1864) e do Jornal de Setúbal desde a sua fundação, em 1866. Em 1872 assumiu o cargo de redactor principal da Gazeta Setubalense.
O seu primeiro livro, Ensaios poéticos, foi publicado em 1865.[4]
Promotor activo da obra e da memória de Bocage, foi o principal promotor da colocação, em 10 de abril de 1864, de uma lápide na casa onde o poeta nasceu. Nesta casa encontra-se hoje instalado um núcleo do Museu de Setúbal, a Casa de Bocage e esteve presente desde o primeiro momento no movimento que conduziu à edificação de uma estátua do poeta em Setúbal.
Empregado da Câmara Municipal de Setúbal, Portela reuniu informação para a história de Setúbal que utilizou nos artigos e obras que publicou. Contribuiu com abundantes informações para o capítulo sobre Setúbal da obra de Pinho Leal Portugal Antigo e Moderno, tendo editado, em 1895, um conjunto de anotações sobre esse mesmo capítulo.[5]
Os resultados da sua pesquisa documental nos arquivos do município de Setúbal foram igualmente utilizados por Alberto Pimentel para a elaboração da obra Memória sobre a história e administração do município de Setúbal.[6]
Faleceu, em 28 de fevereiro de 1906, na sua casa sita na Rua Nova de São João, em Setúbal.[nota 1]
Homenagens
editarA Câmara Municipal de Setúbal homenageou-o atribuindo o seu nome à artéria da cidade onde viveu e faleceu.[1][2][3][7]
Está representado no Tríptico dos Setubalenses Ilustres, no painel central.
Notas
- ↑ Tem hoje o n.º 40 da Avenida Manuel Maria Portela.
Obras publicadas
editar- Ensaios poéticos: poesia. Lisboa, Tipografia do Panorama, 1865.
- Hino do Liceu Municipal Setubalense. Música de António do Nascimento e Oliveira. Lisboa, Tipografia Universal, 1869.
- Homenagem à memória do poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage. Lisboa, Tipografia Portuguesa, 1871.
- Prefácio aos Enigmas poéticos, de Frei Francisco de Santo Inácio Carvalho. Rio de Janeiro, 1879.
- Ao Summo Pontífice Leão XIII: Hino. Música de António do Nascimento e Oliveira. Lisboa, Litografia Aliança, 1880.
- Notícia dos monumentos nacionais e edifícios e lugares notáveis do concelho de Setúbal. Lisboa, Matos Moreira & Cardosos, 1882.
- Os ecos do ermo, 1882.
- Lírica e lendas do Brasil. 1884.
- Anotações ao capítulo sobre Setúbal no Portugal Antigo e Moderno. Setúbal, Tipografia da Casa Havaneza, 1895.
- Diário histórico setubalense. Setúbal, Tipografia Simões, 1915.[8]
Referências
- ↑ a b ENVIA, João Francisco. Setubalenses de Mérito. Setúbal, ed. a., 2003. ISBN 972-97298-4-0
- ↑ a b PIRES, Daniel; MARCOS, Fernando. ROSA, Quaresma (coordenação e textos). Setúbal terra de poetas e cantadores. Setúbal, Centro de Estudos Bocageanos, 2001. ISBN 972-98682-0-4.
- ↑ a b Registo de batismo de Manuel Maria Portela.
- ↑ Ensaios poéticos: poesia. Lisboa, Tipografia do Panorama, 1865.
- ↑ Cf. Anotações ao capítulo sobre Setúbal no Portugal Antigo e Moderno. Setúbal, Tipografia da Casa Havaneza, 1895.
- ↑ Lisboa, Tipografia de G. A. Gutierres da Silva, 1877. Reedição fac-similada, com prefácio de Albérico Alho: Setúbal, Câmara Municipal de Setúbal, 1992.
- ↑ Manuel Maria Portela na página e-Cultura.
- ↑ Para o conjunto das obras cf. Manuel Maria Portela, no catálogo geral da Biblioteca Nacional de Portugal.