Manuel Monteiro

antigo presidente do CDS-PP e fundador do Partido da Nova Democracia
 Nota: Se procura o fadista português, veja Manuel Monteiro (fadista).

Manuel Fernando da Silva Monteiro (Lisboa, 1 de Abril de 1962) é um jurista, professor universitário e político português. Liderou o CDS – Partido Popular entre 1992 e 1998, anos em que serviu como deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu. Actualmente preside ao think-tank democrata-cristão IDL – Instituto Amaro da Costa, desde 18 de Abril de 2023.[1]

Manuel Monteiro
Presidente da Juventude Centrista
Período 1985 a 1989
Antecessor(a) Jorge Goes
Sucessor(a) Martim Borges de Freitas
Presidente do CDS – Partido Popular
Período 22 de Março de 1992
a 22 de Março de 1998
Antecessor(a) Diogo Freitas do Amaral
Sucessor(a) Paulo Portas
Presidente da Nova Democracia
Período 18 de Junho de 2003
a 15 de Novembro de 2008
Sucessor(a) Joel Viana
Presidente do IDL – Instituto Amaro da Costa
Período 18 de Abril de 2023
presente
Antecessor(a) Diogo Feio
Dados pessoais
Nome completo Manuel Fernando da Silva Monteiro
Nascimento 1 de abril de 1962 (61 anos)
Lisboa, Portugal
Nacionalidade português
Alma mater Universidade Católica Portuguesa
Universidade de Paris (Sorbonne)
Universidade Lusíada
Partido CDS-PP (1975–2003)
PND (2003–2009)
Independente (2009–2020)
CDS-PP (2020–presente)
Religião Católico
Profissão Jurista
Professor universitário

Biografia editar

Nascido em Lisboa, passou a infância em Anissó, pequena localidade rural no concelho de Vieira do Minho.

Estudou no Liceu Passos Manuel, em Lisboa, onde foi colega de turma de António Costa. Nesses anos, aderiu à Juventude Centrista, chegando à presidência desta estrutura em 1985. Poucos anos depois, em 1992, assumiu a liderança do Centro Democrático Social, apoiado por Adriano Moreira e Nuno Krus Abecasis. No congresso do partido, realizado em Lisboa, derrotou Basílio Horta (candidato próximo de Freitas do Amaral) e António Lobo Xavier.[2]

Protagonizou uma renovação geracional no CDS, liderando o leque de novos dirigentes que ficaria conhecido como o grupo dos cinco, juntamente com Jorge Ferreira, Gonçalo Ribeiro da Costa, Luís Nobre Guedes e Luís Queiró. Este grupo tinha, de facto, um sexto elemento fora do partido: Paulo Portas, então director d'O Independente, semanário que tinha Nobre Guedes como accionista maioritário.[3] Portas somente em 1995 viria a dar a cara pelo partido, sendo candidato pelo círculo de Aveiro, nas eleições legislativas daquele ano.

Promoveu o reposicionamento doutrinário do CDS, refundando-o como Partido Popular. O novo CDS–PP afirmou-se como partido de Direita, e não de Centro, como anteriormente. Esta mudança no partido fez-se sentir sobretudo nas questões europeias, que passou a priorizar a defesa da soberania nacional.[4] Em referendo interno, 90% dos militantes do CDS–PP defenderam a oposição ao Tratado de Maastricht. Monteiro passou então a defender o abrandamento da crescente integração europeia, opondo-se fortemente à ideia de federalismo, sendo eleito deputado ao Parlamento Europeu nas eleições europeias de 1994. Aí, foi vice-presidente do Grupo Parlamentar da União para a Europa das Nações.

Monteiro destacou-se como forte opositor ao governo de maioria absoluta de Cavaco Silva, que terminou em 1995. Nas eleições legislativas desse ano, o PSD agora liderado por Fernando Nogueira sofre uma pesada derrota, tendo o CDS–PP alcançado uma das maiores votações da sua história, passando de 5 para 15 deputados eleitos.

Em 1998, Monteiro anuncia a demissão da liderança do partido, invocando o mau resultado nas eleições autárquicas do ano anterior. No congresso para a sua sucessão, em Braga, apoiou a candidatura de Maria José Nogueira Pinto contra a do seu antigo aliado Paulo Portas. Monteiro diria mais tarde, em entrevista, que a zanga com Portas «destruiu o sonho do PP».[5]

Afastado do CDS–PP desde 1998, em 2003 desfilia-se e funda um novo partido, a Nova Democracia, cuja liderança abandonou em Novembro de 2008.[6] O partido não obtém sucesso e Monteiro afasta-se de quaisquer actividades partidárias a partir de fins de 2009.

Após vários anos de afastamento de qualquer evento do CDS–PP, em 2016 participa nas comemorações do 42º aniversário da Juventude Popular, enquanto antigo líder desta estrutura, a convite de Francisco Rodrigues dos Santos. No ano seguinte, nas autárquicas de 2017, participa na campanha de Francisco Camacho à junta de freguesia de Alvalade.

Em Setembro de 2019, voltou a filiar-se no CDS–PP, na concelhia da Póvoa de Varzim.[7] Participa na campanha das legislativas de 2022, tendo discursado na apresentação de candidatura de José Paulo Areia de Carvalho, como cabeça de lista pelo círculo de Braga.[8]

A 3 de Abril de 2022, no 29º congresso do CDS–PP, em Guimarães, declarou apoio à candidatura de Nuno Melo à liderança do partido. Considerou que estando o CDS–PP fora da Assembleia da República, Nuno Melo é o nome certo para liderar o partido, uma vez que é deputado europeu. Monteiro demonstrou-se ainda «perfeitamente disponível» para ajudar o futuro do presidente, «sem cargos, sem qualquer estatuto» a não ser o de antigo líder da Juventude Centrista e do CDS-PP.[9]

A 18 de Abril de 2023, sucede a Diogo Feio na presidência do IDL – Instituto Amaro da Costa[10], tendo sido eleito por unanimidade entre os sócios do instituto.[1] Logo em seguida, Monteiro anunciou a criação da Academia IDL, destinada a jovens, tendo por primeira iniciativa um curso breve de formação política acerca do Conservadorismo e da Democracia-Cristã.[11]

Referências

Precedido por
Jorge Goes
Presidente da Juventude Centrista
1985 – 1989
Sucedido por
Martim Borges de Freitas
Precedido por
Diogo Freitas do Amaral
Presidente do CDS – Partido Popular
1992 – 1998
Sucedido por
Paulo Portas
Precedido por
Presidente da Nova Democracia
2003 – 2008
Sucedido por
Joel Viana
Precedido por
Diogo Feio
Presidente do IDL – Instituto Amaro da Costa
2023 – presente
Sucedido por