María a Balteira

soldadeira galega

María Peres, também conhecida como A Balteira (Armea, Coirós, século XIII — depois de 1257), foi uma soldadeira[1] galega.[2][3]

María Balteira
María a Balteira
Uma das miniaturas do Cancioneiro da Ajuda, onde se vê uma soldadeira a dançar e a tocar o pandeiro.
Nome completo María Peres, María Pérez
Pseudónimo(s) A Balteira
Nascimento século XIII
Armea, Coirós, Reino da Galiza
Morte Depois de 1257
Ocupação Soldadeira

Biografia editar

A sua biografia foi descrita num documento assinado no Mosteiro de Santa Maria de Sobrado dos Monges em 1257.

Era filha de Pedro Eanes de Guimarães e de Azenda Peláez. Chegou a comprar uma bula da cruzada em Toledo para que as suas propriedades não fossem afetadas enquanto trabalhava fora.

No contrato que assinou, vendeu ao mosteiro a sua quinta em Armeá, em troca de proteção. Recebeu duzentos e trinta soldos do abade, e também diversas quantidades de alimentos e tecidos que recebia anualmente. Pela sua parte, ela deu ao mosteiro vários mantéis a cada ano. Em consideração, María Pérez foi sepultada no mosteiro, e o seu corpo levado num túmulo com um cobertor vermelho.[4]

Lírica medieval editar

As soldadeiras faziam parte da tradição lírica medieval galego-portuguesa e elas dançavam, enquanto os jograis cantavam.[5] Foi referenciada em várias cantigas de escárnio e maldizer.[6]

María frequentou as cortes de Fernando III e Afonso X de Leão e Castela, tendo este último dedicado-lhe uma cantiga.

María é citada em quinze cantigas, sendo a maioria de autores de Betanzos, como ela, Pero Garcia de Ambroa e Pedro Amigo de Sevilha, mas também de Pero da Ponte.

Referências

  1. «Maria Peres Balteira». Cantigas Medievais Galego-Portuguesas. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Consultado em 5 de abril de 2018 
  2. «María Balteira». Álbum de Mulleres (em galego). Conselho da Cultura Galega. Consultado em 5 de abril de 2018 
  3. Ventura, Joaquim (2017). «O contrato de María Pérez Balteira con Sobrado». Grial (em galego) (215): 134-141 
  4. Pidal, Ramón Menéndez (1941). Poesía árabe y poesía europea (em espanhol). Madrid: Espasa-Calpe. A julgar pelas miniaturas do Cancioneiro da Ajuda, a soldadeira tinha um grande papel na representação da lírica galego-portuguesa. 
  5. Lopes, Graça Videira. A Sátira nos cancioneiros medievais galego-portugueses. Lisboa: Editorial Estampa. p. 221. ISBN 972-33-1079-1. É, aliás, a única destas mulheres de quem é possível traçar uma biografia mínima. Originária de Armea na Galiza, Maria Peres teria nascido numa família da pequena nobreza, de quem vai herdar algumas propriedades... Do documento de venda de uma dessa suas herdades ao mosteiro galego de Sobrado, datado em 1257... se depreende que deve ter acabado confortavelmente os seus dias como familiar deste mosteiro. 

Bibliografia editar

  • Salazar, Andrés Martínez (1897). «Una gallega célebre en el siglo XIII». Madrid. Revista Crítica de Historia y Literatura Españolas, Portuguesas e Hispanoamericanas (em espanhol): 298-304 
  • Lapa, Manuel Rodrigues (1995). Cantigas de escarnho e de mal dizer dos cancioneiros medievais galego-portugueses Edição crítica e vocabulário do prof. M. Rodrigues Lapa ed. Lisboa: Edições João Sá da Costa. ISBN 972-9230-42-0 
  • Ventura, Joaquim (2015). C. Alvar (coord.), ed. «A verdadeira cruzada de María Pérez Balteira». San Millán de la Cogolla: Centro Internacional de Investigación de la Lengua Española. Estudios de literatura medieval en la Península Ibérica (em espanhol): 1167-1182 
  • «María Pérez, Balteira, ou, María Balteira na Literatura medieval. Escolma de textos» (PDF) (em galego). Conselho da Cultura Galega. Consultado em 5 de abril de 2018 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em galego cujo título é «María Balteira», especificamente desta versão.
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