Marcelo Teles Negrão (São Paulo, 10 de outubro de 1972) é um ex-voleibolista brasileiro, uma das grandes estrelas do voleibol nos anos 1990.

Marcelo Negrão
campeão olímpico
Voleibol
Nome completo Marcelo Teles Negrão
Representante Brasil
Nascimento 10 de outubro de 1972 (51 anos)
São Paulo, Brasil
Nacionalidade brasileira
Compleição Peso: 90 kg • Altura: 1,98 m
Posição Oposto
Clube Brasil Banespa
Itália Gabeca Montichiari
Itália Ecoplant Montichiari
Itália Sisley Treviso
Brasil Olympikus/Telesp
Brasil Philco/Santo André
Itália Piaggio Roma
Brasil Banespa
Itália Brillrover Sudtirol Alto Adige BZ
Brasil Ulbra/São Paulo
Brasil Fennab Zip Net/Suzano
Itália Giappone
Itália Carife Ferrara
Japão Sakai Blazer

A primeira convocação para a Seleção Brasileira de Voleibol Masculino veio aos 17 anos, e com essa idade se tornou titular da seleção adulta, onde serviu por muitos anos.[1]

Carreira editar

Negrão cresceu observando seu pai jogar vôlei de praia. Aos 11 anos, Marcelo já alcançava os 1,80m de altura, o que lhe garantiu uma vaga no time do Colégio Boa Viagem (CBV), em Recife, PE.[2]

Aos 14 anos, o Esporte Clube Banespa o contratou.[2] Em 1989, subiu para o time adulto do Banespa, ajudando o clube a conquistar o título de Tricampeão Paulista e Brasileiro nos anos de 89/90/91 e Campeão Sul-Americano de Clubes no ano de 91.

Após os Jogos Olímpicos de Verão de 1992, em Barcelona, veio o contrato para jogar na Itália, fazendo parte do time Gabeca-Ecoplant Montichiari.

O momento de consagração no voleibol italiano, porém, viria na temporada 1993-1994. Atuando no Sisley Treviso, comandado pelo grande treinador Gian Paolo Montali e atuando ao lado de grandes nomes do vôlei mundial da época como Tofoli, Bernardi, Zwerver e Gardini, Negrão ajudou com grande destaque a equipe a arrebatar dois importantes títulos.

Na Taça CEV de Voleibol Masculino, o Sisley Treviso derrotaria na decisão a forte esquadra do Volley Gonzaga Milano por dramáticos 3-2 (19-17 no tie break). Meses depois as duas grandes equipes decidiriam o Campeonato Italiano de Voleibol Masculino num sensacional playoff. No quinto jogo, o Milano abriria vantagem de dois sets a zero. Negrão então em noite inspirada a partir do terceiro set incendiou a equipe que empataria a partida em 2-2. No dramático tie break, caberia justamente a Marcelo Negrão fazer o ponto final (15-13) num indefensável ataque diagonal, fazendo a festa dos 12.000 fanáticos torcedores de Treviso que comemorariam ali o primeiro dos nove scudettos da equipe.

Em 2001, o jogador passou a conviver com problemas sérios no joelho (as tendinites cronicas começaram já em 1995[3]) e algumas cirurgias[4] fizeram com que ele parasse de jogar com pouco mais de 30 anos.

No fim da carreira, migrou-se para o Vôlei de Praia, obteve alguns resultados importantes. Atualmente, Marcelo Negrão trabalha como comentarista de TV e dá palestras por todo o Brasil.

Seleção Brasileira editar

Disputando o Campeonato Mundial Infanto-Juvenil, Marcelo Negrão ganhou o título de Melhor Jogador do Mundo da categoria e então foi direto para a Seleção Brasileira Adulta, em 1989, ainda aos 17 anos.[2] No ano seguinte, no Campeonato Mundial realizado no Rio, passou a ocupar a posição de titular.[5]

Em 1991 levou o Brasil ao título de Vice-Campeão no Campeonato Pan-Americano e Campeão Sul-Americano.[2]

Em 1992, com apenas 19 anos, fez parte da equipe que conquistou o primeiro ouro olímpico de um esporte coletivo para o Brasil, sendo o autor do saque que encerrou a partida da final contra a Holanda.[6] Neste torneio, Marcelo foi também um dos protagonistas de uma inovação tática feita pelo técnico José Roberto Guimarães. Para aproveitar as melhores características de cada um, o técnico usava Marcelo Negrão pelo meio de rede em algumas oportunidades, deslocando Carlão para as pontas.[7]

No ano seguinte, continuou no auge. Foi eleito o melhor jogador do mundo em 1993, quando o Brasil foi campeão da Liga Mundial, em decisão realizada em São Paulo.[8]

Recordes editar

  • Em seu ataque, saltava 3,60m com a bola atingindo a velocidade de 150 km/h.[9] Esses dados foram incluídos no Guinness Book.[10]
  • No Gabeca de Montichiari, Marcelo colocou 74 bolas no chão em apenas um jogo.[11]

Títulos editar

Prêmios Individuais editar

  • 1988 - Melhor jogador da Copa Dan´up
  • 1989 - Melhor jogador do mundo do Mundial Infanto-Juvenil
  • 1989 - Melhor jogador de Brasil X Espanha
  • 1990 - Melhor atacante da Copa Brasil
  • 1991 - Melhor atacante do Mundial de Clubes
  • 1991 - Eleito um dos 6 jogadores da equipe ideal da World Cup
  • 1992 - Melhor atacante das Olimpíadas de Barcelona
  • 1992 - Melhor atacante da Liga Mundial
  • 1993 - Melhor Jogador do Mundo
  • 1994 - Melhor sacador do Campeonato Mundial de Voleibol Masculino de 1994

Conquistas editar

  • 1987 - Campeonato Metropolitano Juvenil – Bronze
  • 1987 - Campeonato Estadual Paulista Juvenil – Bronze
  • 1988 - Copa Metropolitana Infanto-Juvenil – Ouro
  • 1988 - Copa Metropolitana Juvenil – Prata
  • 1988 - Campeonato Estadual Paulista Juvenil – Ouro
  • 1988 - Campeonato Brasileiro Juvenil – Prata
  • 1989 - Campeonato Mundial Infanto-Juvenil – Ouro
  • 1989 - Campeonato Mundial Juvenil – Bronze
  • 1989 - Campeonato Paulista – Ouro
  • 1989 - Campeonato Brasileiro – Ouro
  • 1990 - Copa Brasil – Ouro
  • 1990 - Copa Nordeste – Prata
  • 1990 - Torneio Início – Ouro
  • 1990 - Campeonato Mundial de Clubes – Prata
  • 1990 - Campeonato Paulista – Bicampeão
  • 1990 - Campeonato Brasileiro – Bicampeão
  • 1990 - Liga Mundial – Bronze
  • 1991 - Campeonato Sul-Americano de Clubes – Ouro
  • 1991 - Campeonato Mundial de Clubes – Prata
  • 1991 - Campeonato Paulista – Tricampeão
  • 1991 - Campeonato Brasileiro – Tricampeão
  • 1991 - Campeonato Sul-Americano – Ouro
  • 1991 - Jogos Pan-Americanos – Prata
  • 1992 - Copa Super Four – Ouro
  • 1992 - Super Copa – Ouro
  • 1992 - Campeonato Sul-Americano de Clubes – Bicampeão
  • 1992 - Olimpíadas de Barcelona – Ouro
  • 1993 - Liga Mundial - Ouro
  • 1994 - Campeonato Italiano - Sisley Treviso

Referências

  1. rederecord.r7.com/ Dedicação desde cedo explica sucesso de Marcelo Negrão no vôlei
  2. a b c d e revistaestilobb.com.br/ A Revista Estilo BB entrevista Marcelo Negrão, campeão olímpico de vôlei pela Seleção Brasileira
  3. folha.uol.com.br/ Marcelo Negrão afirma que a dor já é parte de sua carreira
  4. terra.com.br/
  5. ds12.com.br/
  6. a b sportv.globo.com/ Após 20 anos, José Roberto revela segredo do ouro: Marcelo Negrão
  7. globoesporte.globo.com/ Na base da 'porrada', Marcelo Negrão deixou sua marca com ponto do ouro
  8. torcerpeloesporte.com.br/ Marcelo Negrão está na história do vôlei brasileiro
  9. brasil2016.gov.br/
  10. brandpress.com.br/
  11. globoesporte.globo.com/ Do ouro de 92 ao Rio 2016: Marcelo Negrão confia em pódio duplo no vôlei

Ligações externas editar

Fotos em [1] [2]

  Este artigo sobre voleibolista é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.