Marco Ápio Brádua
Marco Ápio Brádua (em latim: Marcus Appius Bradua; em grego clássico: Μαρκόν Άππιον Βραδούαν)[1], conhecido também pelo seu nome completo, Marco Atílio Metílio Brádua (em latim: Marcus Atilius Metilius Bradua) foi um senador romano eleito cônsul em 108 com Ápio Ânio Trebônio Galo[2].
Marco Ápio Brádua | |
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Cônsul do Império Romano | |
Consulado | 108 d.C. |
Origem
editarBrádua era membro da gente Atília, nascido e criado numa família de status consular e possivelmente patrícia[3] da Gália Cisalpina[3]. Seu pai, Marco Atílio Póstumo Brádua, serviu como procônsul da Ásia na época de Domiciano (r. 81-96)[3], e, como sugere o seu segundo nome, "Metílio", sua mãe provavelmente era da gente Metília[3]. Se for o caso, é possível que ele tenha sido sobrinho de Públio Metílio Nepos, cônsul sufecto em 91[3].
Carreira
editarProvavelmente por causa de seu status patrício, Brádua seguiu direto de questor para pretor, mas é possível também que, em algum momento, ele tenha servido como tribuno[3]. Em 108, Brádua foi eleito cônsul e, depois de seu mandato, foi admitido no Colégio de Pontífices.
Entre pelo menos 111 até 118, Brádua serviu como governador da Britânia. Além disto, sabe-se que ele governou uma das duas Germânias, mas não se sabe quando[4]. Em 122 ou 123, Brádua atingiu o ápice de sua carreira senatorial e foi nomeado procônsul da África. Depois do término de seu mandato, Brádua acompanhou o imperador Adriano em suas diversas viagens pelo Império[4]. Ele morreu depois do imperador em algum momento do reinado de Antonino Pio (r. 138-161)[4].
Família
editarBrádua se casou com Caucídia Tértula, uma nobre romana que pode ter sido de linhagem etrusca[5]. O casal teve pelo menos dois filhos, Marco Atílio Metílio Brádua Caucídio Tértulo [...] Basso[6][7], que serviu como procônsul da África no reinado de Antonino Pio[7], e Atília Caucídia Tértula[6], que se casou com o jovem Ápio Ânio Trebônio Galo, filho do colega de consulado de Brádua em 108[3].
Um dos governadores romanos da Mésia Inferior, Públio Vigélio Raio Plário Saturnino Atílio Braduano Caucídio Tértulo, que serviu entre 169 e 170, pode ter sido descendente do casamento de Brádua e Caucídia Tértula.
Homenagens póstumas
editarEm Olímpia, na Grécia, foi descoberta uma inscrição dedicada a Brádua por sua neta, Aspásia Ânia Régila[3]:
“ | A cidade de Eleans [homenageia] Marco Ápio Brádua, questor, pretor, [?procônsul de ... e da África?, conde?] do deus Adriano, consular da Germânia e da Britânia, pontifex, sodal Adrianal, avô materno de Régila, esposa de Herodes. | ” |
Numa outra, encontrada em Gwynedd e provavelmente de 126, se lê "[...] Bradua [...] Propretor", provavelmente uma referência ao seu mandato na Britânia[8][9].
Aspásia e Herodes Ático construíram em Olímpia uma êxedra com estátuas de vários de seus parentes e de membros da família imperial. Entre elas estava uma de Brádua, da qual restou apenas a cabeça, hoje exibida Museu Arqueológico de Olímpia[10].
Ver também
editarCônsul do Império Romano | ||
Precedido por: Lúcio Licínio Sura III com Quinto Sósio Senécio II |
Ápio Ânio Trebônio Galo 108 com Marco Ápio Brádua |
Sucedido por: Aulo Cornélio Palma Frontoniano II com Públio Calvísio Tulo Rusão |
Referências
- ↑ Birley, Roman government, p. 111
- ↑ Alison E. Cooley, The Cambridge Manual of Latin Epigraphy (Camrbidge: University Press, 2012), pp. 467ss
- ↑ a b c d e f g h Birley, Roman government, p. 112
- ↑ a b c Birley, Roman government, p .113
- ↑ Pomeroy, The murder of Regilla, pp. 14-15
- ↑ a b Pomeroy, The murder of Regilla, p.15
- ↑ a b Birley, The Roman government of Britain p. 113-114
- ↑ RIB 419
- ↑ «Marcus Appius (or Attius, or Atilius) Bradua» (em inglês). Roman Britain. Consultado em 30 de dezembro de 2017. Arquivado do original em 27 de março de 2010
- ↑ «Plancia Magna, Aurelia Paulina, and Regilla: Civic Donors» (em inglês). Site oficial do Museu Arqueológico de Olímpia
Bibliografia
editar- A. R. Birley, The Roman government of Britain, Oxford University Press, 2005
- S. B. Pomeroy, The murder of Regilla: a case of domestic violence in antiquity, Harvard University Press, 2007