Santa Margarida Bays (8 de setembro de 1815 – 27 de junho de 1879) foi uma católica suiça membra da Ordem Terceira de São Francisco. Ela trabalhava como costureira e servia como catequista.[1] Ela viveu uma vida simples como terciária franciscana e adaptou os princípios dos carismas franciscanos em sua própria vida e apostolado social. Isso se intensificou depois que ela foi curada de um câncer colorretal no dia 8 de dezembro de 1854 (dia em que o Beato Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição) e ela tomou isso como um sinal de maior serviço a Deus e ao próximo.[2]

Margarida Morel Bays
Margherita Bays
Leiga e Mística
Nascimento 8 de setembro de 1815
Friburgo, Suíça
Morte 27 de junho de 1879 (63 anos)
Friburgo, Suíça
Progenitores Mãe: Josefina Morel Bays
Pai: Pierre Antônio Bays
Veneração por Igreja Católica
Beatificação 29 de outubro de 1995
Basílica de São Pedro no Vaticano
por Papa João Paulo II
Canonização 13 de outubro de 2019
por Papa Francisco
Festa litúrgica 27 de junho
Atribuições Estigmas

Rosário

Padroeiro Terciários franciscanos
Portal dos Santos

Depois de sua morte em 1879, o Papa São João Paulo II a beatificou em 1995, depois de reconhecer um milagre atribuído a sua intercessão. Um outro milagre foi reconhecido pelo Papa Francisco em 2019, o que permitiu sua canonização.[3]

Vida editar

Infância e educação editar

Margarida Bays nasceu em La Pierraz - num vilarejo Chavannes-les-Forts em Friburgo - no dia 8 de setembro de 1815 e foi a segunda de sete filhos de Pierre-Antoine Bays e Josephine Morel.[2] Seus irmãos são:

  • Jean
  • Marie-Marguerite
  • Joseph
  • Blaise (morreu com 12 anoa)
  • Seraphine (a última a nascer)[1]
  • Claude

Seus pais eram fazendeiros e devotos. Ela demonstrava grande inteligência como estudante (estudou na escola de Chavannes-les-Forts) e demonstrava uma inclinação especial para a reflexão e contemplação (deixava de conversar com os amigos de escola para ficar na solidão e conversar com Deus). Em 1823 ela recebeu o Crisma e em 1926 a primeira Comunhão. A partir de 1830 ela fez estágio para ser costureira antes de oferecer seus serviços para diferentes famílias.

Em sua casa, no seu quarto, ela fez pequeno altar onde colocou flores e a imagem de Nossa Senhora. Margarida acordava cedo de manhã para pedir intercessão da Virgem Imaculada através da imagem antes de sair para fazer a tarefas da fazenda. No seu tempo livre ela contava às crianças sobre a vida de Jesus.[1]

Apesar da insistência dos que a cercavam, ela não quis ser professa religiosa, mas queria permanecer solteira como uma virgem para dedicar-se numa vida austera para Cristo. Mas a dor atingiu a sua casa: sua irmã Marie-Marguerite (conhecida como Mariette) viu a dissolução de seu casamento; seu irmão Joseph (de temperamento violento e de maneiras relaxadas) cumpriu uma sentença na prisão e o ancião Claude teve um filho fora do casamento - François - do qual Margarida - então com dezessete anos - cuidou em termos de educação. Claude se casou (com 46 anos na época) com Josette, que - de acordo com os depoimentos dos parentes - era uma mulher de caráter rude e indelicado, nunca perdendo a chance de humilhar e maltratar sua cunhada. Mas Margarida cuidou de Josette mesmo assim, quando ela ficou muito doente a beira da morte.[3]

Serviço aos pobres editar

Começou durante a sua adolescência porque alguns camponeses não encontravam emprego devido à introdução da mecanização na agricultura. Mas esses problemas não atrapalharam seus esforços para servir os pobres, pois ela levava leite e pão para eles e também lavava e remendava suas roupas ou até mesmo dava-lhes novas para usar.[3]

Sua devoção ao serviço para os pobres levou-a a descobrir a Ordem Franciscana Secular, da qual ela se tornou um membro.[1] Margarida frequentava a missa regularmente apesar de uma caminhada de 20 minutos para a vila vizinha de Siviriez e participava da Adoração Eucarística após a celebração da Missa. Ela também embarcou em peregrinações aos santuários marianos.

Margarida dedicava parte de seu tempo para ensinar o catecismo a crianças e, frequentemente, visitava pessoas que estavam doentes. Em 1853, ela contraiu câncer colorretal e implorou a Mãe de Deus para cura-la através de sua intercessão. Mas, ao mesmo tempo, ela pediu que sua dor estivesse ligada ao sofrimento de Cristo, pois sua doença era sua própria cruz. A doença veio pela primeira vez quando ela começou a sofrer de tontura e dor aguda no estômago, assim como náuseas que a faziam vomitar com frequência. Mas ela tentou esconder isso e nem sequer tomou remédios até que a condição foi descoberta e ela foi convidada a consultar um médico que fez o diagnóstico e descartou uma operação.[1] Em 8 de dezembro de 1854 - quando o Bem-aventurado Papa Pio IX proclamou o dogma da Imaculada Conceição - ela foi curada de sua doença.[3]

A abadessa de um convento perto dela (também sua afilhada) Lutgarde Menétrey e o padre Joseph Schorderet foram incentivados por ela para a fundação da Obra de São Paulo em 1873, que foi uma iniciativa que ela tanto apoiou como encorajou apesar da oposição do Bispo de Friburgo, Étienne Marilley.[4]

Estigmas e morte editar

Margarida descobriu mais tarde que ela tinha os estigmas por volta de 1854 e consultou seu bispo local para verificar quão autênticos eram os estigmas.[2] Além disso, ela começou a ter arrebatamentos extáticos quando ela sentia as dores da Paixão de Cristo uma vez por semana marcando a morte de Cristo. Mas ela primeiro tentou esconder os estigmas das pessoas, mas a notícia sobre seus estigmas se espalharam.

Os estigmas foram notados pela primeira vez quando ela sentiu queimação intensa e notou manchas vermelhas nas mãos, nos pés e no peito. Margarida foi submetida a um exame médico em 11 de abril de 1873 e o médico permitiu que sua sobrinha estivesse presente para o exame.[1] Jules Grangier a visitou em sua casa para ver os estigmas em 1873 depois de uma série de pedidos feitos para vê-la.[1]

Em suas últimas semanas ela só poderia beber um pouco de chá de ervas, leite e sopa. Sua condição tinha piorado durante a quaresma de 1879 e ela sofria uma extrema dor durante esse período. Margarida ficou frágil e magra e seu irmão Jean disse que ela se sentia como um saco de ossos quando ele teve que levantá-la.[2] Ninguém sabia qual era sua condição, pois ela mantinha silêncio sobre seus sofrimentos e ofereceu sua dor a Deus; tudo o que se sabia era que ela sofria de dor aguda na cabeça, bem como na garganta e no peito. Margarida morreu às 3:00 da tarde no dia 27 de junho de 1879 depois de várias semanas de grande sofrimento e o seu funeral aconteceu no dia 30 de junho. Centenas de pessoas compareceram no seu funeral. Depois de um tempo de sua morte, seus restos mortais foram transferidos para a igreja paroquial de Siviriez.[2][3]

Referências

  1. a b c d e f g «Blessed Marguerite Bays, lay mystic and stigmatic». Mystics of the Church. Consultado em 22 de maio de 2017 
  2. a b c d e «Blessed Marguerite Bays». Savior.org. Consultado em 6 de julho de 2017 
  3. a b c d e «Blessed Marguerite Bays». Santi e Beati. Consultado em 24 de junho de 2015 
  4. «Les Pierres de fondation». www.soeurs-st-paul.ch (em inglês). Soeurs de Saint Paul. Consultado em 22 de maio de 2017