Maria Aliete Galhoz

poeta e ensaísta portuguesa

Maria Aliete Farinho das Dores Galhoz GOIH (Boliqueime, Loulé, 192920 de Setembro de 2020) foi uma poetisa, ensaísta e investigadora literária portuguesa.

Maria Aliete Galhoz
Nome completo Maria Aliete Farinho das Dores Galhoz
Nascimento 1929
Boliqueime, Portugal
Morte 20 de setembro de 2020 (91 anos)
Ocupação Poetisa, ensaísta e investigadora literária
Género literário Poesia
Magnum opus Poemas em rosas

Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, foi professora do ensino secundário durante dezanove anos. Investigadora do INIC, publicou um Romanceiro Popular Português, em dois volumes (vol. I, Romances Tradicionais, 1987; vol. II, Romances Religiosos e Cantigas Narrativas, 1988).

Produção literária editar

Repartiu a sua actividade entre o estudo da literatura popular, sobretudo de transmissão oral - portuguesa, brasileira e de expressão hispânica -, e os estudos sobre Mário de Sá Carneiro, Fernando Pessoa e o Orpheu. Prefaciou a reedição de Orpheu 1, de Orpheu 2 e de Céu em Fogo de Mário de Sá Carneiro.

Fez a recolha e transcrição de textos da primeira versão impressa do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa. É responsável pela organização, texto introdutório e notas de diversas edições brasileiras da Obra Poética de Pessoa. Organizou, em 1985, uma antologia de Fernando Pessoa na colecção "Poetas" da editora Presença. Publicou o seu primeiro livro de poesia, Poeta Pobre, em 1960, e o primeiro livro de ficção, Não Choreis Meus Olhos, em 1971.

Sobre a sua poesia afirma Luiz Fagundes Duarte: "conjuga formas tradicionais de poesia popular com recursos imagéticos e discursivos próprios da poesia culta e refinada, o que tem como resultado a produção de um ritmo altamente melódico e até encantatório...".

Atuação editar

Foi investigadora no Centro de Tradições Populares Portuguesas da Universidade de Lisboa. Participou com comunicações em inúmeros encontros literários, seminários e colóquios, designadamente nas áreas dos estudos pessoanos e da literatura de transmissão oral. Tem vasta colaboração com ensaios críticos em actas de congressos e publicações periódicas como Colóquio-Letras, Boletim de Filologia do Centro de Estudos Filológicos, O Tempo e o Modo, Nova Renascença, página literária do Diário de Notícias e suplemento "Cultura e Arte" de O Comércio do Porto. Era membro da Associação Portuguesa de Escritores, da Sociedade da Língua Portuguesa, da Associação Internacional de Lusitanistas, da Associação Internacional de Críticos e da Associação Internacional de Literatura Comparada. Autora da nota a "Portel, Terra Transtagana" Poemas de Francisco Padeira, edição da Junta de Freguesia de Portel.

A 18 de maio de 1999, foi agraciada com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.[1]

Morte editar

Morreu a 20 de Setembro de 2020, aos 91 anos. Em sequência da sua morte, a Universidade do Algarve, que lhe havia concedido o grau de Doutora Honoris Causa, decretou três dias de luto académico.[2]

Parte do espólio de Maria Aliete Galhoz encontra-se no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea da Biblioteca Nacional.

Obras editar

  • Poeta pobre (1960)
  • Fernando Pessoa oú une rencontre en poésie (1961)
  • Acto da primavera : decima quinta das matinais esquecidas (1967)
  • Não choreis, meus olhos (1971)
  • Fernando Pessoa (1985)
  • Une note de plus pour l'étude du petit corpus de chansons parallélistiqes de Marmelete (1987)
  • Figuração, função e simbólica do diabo no auto popular "Auto da alma perdida" (1988)

Referências editar

  • Gonçalves, Ilena Luís Candeias. Escritores Portugueses do Algarve. Edições Colibri, Lisboa, 2006.
  1. «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Maria Aliete Farinho das Dores Galhoz". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 19 de agosto de 2020 
  2. «Morreu Maria Aliete Galhoz, mulher das letras de Boliqueime». Sul Informação. 23 de setembro de 2020. Consultado em 23 de setembro de 2020