Maria Ascensão Fernandes Teixeira

folclorista portuguesa

Maria Ascensão (Camacha, Madeira, 13 de maio de 1926 - Camacha, 18 de março de 2001), de nome completo Maria Ascensão Fernandes Teixeira, também conhecida como “Loura da Camacha”, integrou Grupo de Folclore da Casa do Povo da Camacha durante muitos anos, tornando-se uma das referências do folclore madeirense, como bailadora, cantora, dirigente e formadora de novos elementos.

Maria Ascensão Fernandes Teixeira
Maria Ascensão Fernandes Teixeira
Nascimento 13 de maio de 1926
Camacha
Morte 18 de março de 2001
Camacha
Cidadania Portugal
Ocupação folclorista

Biografia editar

Nasceu a 13 de maio de 1926 na Camacha, freguesia rural da Ilha da Madeira, onde acabaria por viver toda a sua vida, tornando-se a grande dinamizadora do Grupo Folclórico durante mais de 50 anos.[1]

Durante os primeiros anos frequentou a escola primária da Camacha até à 4ª classe, o ensino oficial da altura, e aprendeu bordado Madeira e crochet. Mais tarde tirou um curso de costura na Casa do Povo da Camacha e chegou a ser professora de corte e costura, além de modista, em especial de vestidos de noiva.[2]

Mas desde muito cedo demonstrou interesse pelas atividades artísticas. Aos 7 anos participou num Auto de Natal, no qual representou e cantou. A partir dos 9 anos, e durante 4 anos, passou a acompanhar a orquestra popular da freguesia da Camacha na visita das insígnias do Espírito Santo pela freguesia. Esta participação tornou-a conhecida junto das populações locais e permitiu-lhe mostrar o seu lado alegre e sorriso contagiante, características que ainda hoje são recordadas.[2]

Aos 22 anos foi convidada a entrar para o Grupo de Folclore da Casa do Povo da Camacha, ao qual dedicou a sua vida, tornando-se o rosto do grupo e uma imagem de marca do folclore Madeirense.[1]

Mais tarde casa com Abel Policarpo de Freitas que também integrava o mesmo grupo. Na década de 60, o casal acabou por assumir a responsabilidade da direção da coletividade. Durante os 42 anos em que foram dirigentes, o grupo folclórico deu a conhecer ao país e ao mundo a cultura popular madeirense. Nas entrevistas e atuações, Maria Ascensão era a imagem da mulher rural madeirense, e uma embaixadora da Ilha da Madeira, das suas danças e costumes.[3]

Faleceu aos 75 anos. Segundo o seu desejo, foi sepultada vestida com o traje tradicional do grupo.[2]

Durante a sua vida a Secretaria de Turismo e Cultura e Governo Regional da Madeira atribuíram-lhe várias distinções e também foi homenageada, a título póstumo, sendo criada em sua memória a Gala Internacional do Folclore Maria Ascensão, com o objetivo de ser uma grande festa da música, dança e cultura insular.[1]

Datas importantes[1][2][3]

1926 (13 de maio): Nascimento.

1933: Representa e canta no Auto de Natal.

1935 (durante 4 anos): Acompanha a orquestra popular da Camacha na visita das insígnias do Espírito Santo.

1949: Integra o Grupo de Folclore da Casa do Povo da Camacha.

1949: Foi entrevistada e fotografada pela revista Século Ilustrado (Lisboa).

1949: Participação no Grande Concurso Internacional de Danças de Madrid (2º lugar)

1950: Participação no documentário “Pérola do Atlântico” de Artur Agostinho e João Villaret.

1951: Atuação em Espanha (Biarritz, Saragoça, Madrid) e Portugal (Lisboa).

1951: Participação no documentário “Madeira Story”, realizado por Horace Zino.

1951: Referência num artigo na revista “Flama” sobre a importância do Grupo Folclórico da Camacha, na propaganda dos Costumes da Madeira.

1954: Participação na Festa da Primavera (Funchal).

1955: Participação no festival internacional do País de Gales (Inglaterra),

1956: Participação num evento etnográfico em Braga.

1957: Casou com Abel Policarpo de Freitas.

1962: Participação no Festival Internacional de Folclore realizado pela Estoril–Sol (Portugal).

1965: Atuação em Joanesburgo (África do Sul).

1971: Digressão Europeia.

1973: Digressão aos Estados Unidos da América.

1977: Digressão na África do Sul.

1978: Digressão na Venezuela,

1984: Integra a comissão de recuperação do ritual da Festa do Espírito Santo.

1985: Homenageada pela Secretaria de Turismo e Cultura.

1991: Homenageada pelo Presidente do Governo Regional da Madeira.

1995: Gravação do CD-Audio a solo (Nº1 – Maria Ascensão Teixeira (Camacha) – Recolhas Xarabanda.

2001: Falecimento. 2002: Homenageada a título póstumo. Criada a Gala Internacional do Folclore Maria Ascensão.

Referências

  1. a b c d Sardinha, Vítor (2008). Maria Ascensão e o Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha. Madeira: Associação Cultural Encontros da Eira 
  2. a b c d «teixeira, maria ascensão fernandes - Aprender Madeira». Aprender Madeira. 11 de maio de 2015 
  3. a b Pinto, Rui Magno (2006). «Fenónemos de Interacção entre Turismo e Folclore no Arquipélago da Madeira». Revista Xarabanda (16) 

Ligações externas editar