Maria Luísa de Parma

esposa do rei Carlos IV e Rainha Consorte da Espanha de 1788 até 1808
 Nota: Se procura a duquesa de Parma, veja Maria Luísa de Áustria.
 Nota: Se procura a princesa consorte de Bulgária, veja Maria Luísa de Bourbon-Parma.

Luísa Maria Teresa Ana (Parma, 9 de novembro de 1751Roma, 2 de janeiro de 1819) foi a esposa do rei Carlos IV e Rainha Consorte da Espanha de 1788 até 1808. Era filha de Filipe, Duque de Parma e sua esposa Luísa Isabel da França.

Maria Luísa
Maria Luísa de Parma
Retrato por Anton Raphael Mengs, 1765
Rainha Consorte da Espanha
Reinado 14 de dezembro de 1788
a 19 de março de 1808
Predecessora Maria Amália da Saxônia
Sucessora Júlia Clary
 
Nascimento 9 de dezembro de 1751
  Parma, Ducado de Parma e Placência
Morte 2 de janeiro de 1819 (67 anos)
  Palácio Barberini, Roma, Estados Papais
Sepultado em Mosteiro de São Lourenço do Escorial, El Escorial, Espanha
Nome completo Luísa Maria Teresa Ana
Marido Carlos IV da Espanha
Descendência Carlota Joaquina da Espanha
Maria Amália da Espanha
Maria Luísa, Duquesa de Luca
Fernando VII da Espanha
Carlos, Conde de Molina
Maria Isabel da Espanha
Francisco de Paula da Espanha
Casa Bourbon-Parma (nascimento)
Bourbon (casamento)
Pai Filipe, Duque de Parma
Mãe Luísa Isabel da França
Religião Catolicismo
Brasão

Nascida uma princesa italiana do Ducado de Parma e Placência e criada na corte do avô materno, o rei Luís XV da França, casou-se em 1765, aos quatorze anos, com o futuro rei da Espanha. Foi mãe do rei Fernando VII da Espanha e das rainhas Carlota Joaquina de Portugal e Maria Isabel das Duas Sicílias. Como soberana, o nome de Maria Luísa esteve vinculado à uma série de difamações, conspirações e amantes; a propaganda política da época acusava-a de ser uma mulher promíscua, infiel e que, juntamente com o suposto amante o primeiro-ministro Manuel Godoy, dominava o ingênuo marido.[1]

O historiador Antonio Juan Calvo Maturana apontou que a historiografia desenvolvida num contexto pós-queda das monarquias absolutistas teria sido a grande responsável em difundir a figura de Maria Luísa como uma rainha libertina no imaginário coletivo,[2] além de reservá-la o epíteto de la impura prostituta (a impura prostituta).[3]

Primeiros anos editar

Nascida em Parma em 9 de dezembro de 1751, era a filha mais nova de Filipe, Duque de Parma e da sua esposa Luísa Isabel da França.[4] Era neta paterna de Filipe V da Espanha e Isabel Farnésio e neta materna de Luís XV da França e Maria Leszczyńska da Polônia.[5] Mais conhecida como Maria Luísa, foi batizada Luísa Maria Teresa Ana em homenagem aos seus avós maternos e a irmã favorita de sua mãe, Henriqueta Ana da França.[6]

Devido à influência de sua mãe, recebeu uma educação francesa na corte de seu avô materno; seus tutores foram os franceses a Marquesa Grigny e o controverso Abade Étienne Bonnot de Condillac, discípulo de John Locke e colaborador de Voltaire, que defendia certas liberdades em termos de moralidade, como os ensinamentos empíricos da doutrina sensualista que naquela época eram inadequados para damas nobres.[7]

Numa série de negociações entre sua mãe e avô materno foi acordado que Maria Luísa desposaria Luís, Duque da Borgonha, herdeiro do trono francês; casamento que não se veio a concretizar em decorrência da morte do jovem duque.[8]

Em 4 de setembro de 1765 em Real Sitio de San Ildefonso, Maria Luísa casou-se com o primo carnal, o então Príncipe de Astúrias, filho e herdeiro de Carlos III da Espanha.[9] O casal teria quatorze filhos, dos quais apenas sete chegariam à idade adulta.[10]

Princesa de Astúrias editar

 
Retrato da Princesa de Astúrias, por Anton Raphael Mengs, c. 1765

Maria Luísa, como esposa do herdeiro espanhol, exibia um comportamento considerado escandaloso pela fechada e austera Monarquia Hispânica;[11] ela era muito orgulhosa de seus braços e fazia de tudo possível para mostrá-los seja no verão ou no inverno.[3]

Apesar de beleza não ser o forte de Maria Luísa; suas múltiplas gravidezes deformaram o seu corpo e tinha uma dentadura de pérolas no lugar de seus dentes podres,[12] não demorou para que rumores acerca da infidelidade da princesa começarem a circular na corte e amantes fossem apontados,[nota 1] ao ponto dela ganhar o epíteto de la impura prostituta (a impura prostituta).[3][13][14] Todavia, o Príncipe de Astúrias estava seguro da fidelidade de Maria Luísa, afirmando que tinha se casado com uma princesa e não com uma mulher plebeia que o trairia,[3] ao que o rei Carlos III respondeu o filho com mas meu filho, que imbecil você é...Princesas também podem ser putas.[3][15]

Seu gosto por moda e festas luxuosas também contribuíram para que uma série de difamações acerca de sua imagem fossem difundidas; logo a imagem de Maria Luísa estaria ligada à de uma mulher perdulária, sendo até mesmo comprada com a rainha Maria Antonieta da França.[16] Ademais, não mantinha uma boa relação com Carlos III, tampouco com a cunhada Dona Mariana Vitória de Bragança, preferida de seu sogro; Maria Luísa até mesmo providenciaria que após a morte de Mariana Vitória o filho desta fosse enviado para a corte portuguesa, a fim de ser educado na corte da mãe de Mariana Vitória, a rainha Dona Maria I de Portugal.[17]

Ainda como Princesa de Astúrias, presenciou as negociações entre Espanha e Portugal que resultariam na assinatura do contrato de casamento entre sua filha Carlota Joaquina e o futuro rei Dom João VI de Portugal.[17][18]

Rainha da Espanha editar

Em 14 de dezembro de de 1788, Carlos III falece aos setenta e dois anos de idade e os Príncipes de Astúrias são coroados reis.[19] Em julho de 1789, a rainha da à luz a sua décima primeira criança, a infanta Maria Isabel, cuja paternidade sempre atribuiu-se à Manuel Godoy,[20][21] um coronel do exército espanhol de família pobre e futuro primeiro-ministro que Maria Luísa conheceu logo após o nascimento de seu filho Carlos Maria Isidro,[19] em 1785, e que cuja relação com a rainha foi a causa dos vários problemas, tanto políticos quanto familiares, da Espanha da década de 1790 à primeira década do XIX; Fernando, filho e herdeiro de Maria Luísa frequentemente conspirava contra o amante da mãe.[22]

Como rainha, Maria Luísa era vista como uma mulher devassa, cheia de amantes, lasciva, enquanto seu marido era controlado por seu gênio forte e não tinha qualquer interesse nos afazeres do Estado.[1] Foi apelidada de "Luísa Trovejante" pela aristocracia e clero da Espanha.[23]

Acerca de Godoy, apelidado El Choricero, diziam: Duque por usurpación, príncipe de iniquidad, general en la maldad, almirante en la traición, lascivo cual garañón, de rameras rodeado, con dos mujeres casado. En la ambición sin igual, en la soberbia sin par, y la ruina del Estado.[24]

Mecenas, a rainha foi grande entusiasta do pintor Francisco de Goya, pintor oficial da corte espanhola.[25] Em 1799, Goya pintaria um retrato equestre de Maria Luísa, na qual a mesma trajava um uniforme militar de um regimento militar espanhol de elite. Este este tipo de pintura equestre com o uniforme militar era normalmente reservado às figuras masculinas e, para muitos, Maria Luísa retratada de tal forma apenas confirmava a dominância da consorte sobre o marido.[26] Em 1800-01, Goya também realizaria um retrato de família real espanhola, influenciado por Velázquez,[25] o qual Maria Luísa, e não o rei, é a figura central, encarnando uma figura matriarca.[27]

 
Retrato equestre de Maria Luísa
Goya, 1799, Museu do Prado
 
Maria Luísa com os filhos Maria Isabel e Francisco de Paula. Detalhe da pintura A Família de Carlos IV, por Goya, 1800-01
 
Maria Luísa

Em 1793, os primos de Maria Luísa, os reis Luís XVI da França e Maria Antonieta são executados em decorrência Revolução Francesa e a França, país originário da dinastia Bourbon, se torna uma república. No mesmo ano é publicado o libelo Vie politique de Marie-Louise de Parme, Reine d’Espagne, um compilado de calúnias acerca da rainha publicados a fim de desacreditá-la.[28]

Nesse ínterim, as relações entre Maria Luísa e seu filho Fernando ficaram ainda mais tensas; a rainha acusava sua nora Maria Antônia de Nápoles de conspirar juntamente com o partido napolitano na corte espanhola, que difundia todo tipo de acusação contra a Maria Luísa e Godoy. Em carta para Godoy a rainha chega a dizer que altitudes devem ser tomadas contra a diabólica serpe da minha nora e meu ambicioso covarde filho.[29] Pouco depois a nora de Maria Luísa faleceria em circunstâncias suspeitas, levantando rumores de envenenamento por Maria Luísa e Godoy.[30] A mãe de Maria Antônia, a rainha Maria Carolina de Nápoles, acusou publicamente Maria Luísa de ter envenenado sua filha.[30] Maria Luísa também tinha uma rivalidade com a Duquesa de Alba, cuja morte por envenenamento também foi atribuída a rainha, bem como manteve grandes divergências com a Duquesa de Osuna.[28]

A Espanha enquanto Maria Luísa e Godoy governavam foi presa fácil das forças de Napoleão Bonaparte. A assinatura do Tratado de Fontainebleau, em 1807, causou a entrada do exército francês na Espanha, provocando descontentamento entre a população, inflado por Fernando que desejava suplantar os pais como monarca com o apoio de Napoleão.[28] Em março de 1808, eclode o Motim de Aranjuez, uma revolta instigada por cidadãos descontentes e pelos partidários de Fernando[31] que resulta na queda de Godoy, a abdicação de Carlos IV e a ascensão de Fernando como rei da Espanha sob o nome de Fernando VII.

Sob coerção de Napoleão, Maria Luísa e Carlos IV tiveram que deixar a Espanha e se exilar na França, primeiro em Baiona e depois em Compiègne, Aix-en-Provence e Marselha;[28] seu filho usurpador Fernando VII os seguiriam após ser ele próprio destronado por Napoleão em favor do irmão do imperador francês, José Bonaparte.[32]Em 1812, o casal real partiu para a exílio em Roma, Itália.[28]

Manuel Godoy seguiu Carlos IV e Maria Luísa em seu exílio e nunca os abandonou. Os reis queriam compensar Manuel Godoy pela sua comprovada fidelidade e pelos sacrifícios que a sua pobreza o obrigou a fazer, quando se viu privado de todos os seus bens. A única possibilidade que tinham para essa compensação era fazer um testamento em favor de Godoy. A rainha testou em 24 de setembro de 1815, com a aprovação e assinatura do rei. No documento, constava que Godoy seria instituído e nomeado herdeiro universal, a quem expressou dever "esta compensação pelas muitas e grandes perdas que sofrera, obedecendo às suas ordens e às do rei e porque, quando havia solicitado isso, impediram-no de sair dos empregos e cargos que tinha". A rainha, nesse documento, implorou a seus filhos e filhas que respeitassem essa decisão, pois era um ato de justiça cristã.[28]

Maria Luísa faleceu em 2 de janeiro de 1819 no exílio em Roma; seu marido Carlos IV faleceria dias depois em 19 de janeiro de 1819. A rainha espanhola foi sepultada ao lado do marido no Mosteiro de São Lourenço do Escorial, tradicional lugar de sepultamento da realeza espanhola.

Em seus últimos momentos Maria Luísa teria confidenciado ao Frade Juan de Almaráz que Nenhum dos meus filhos é de Carlos IV e, portanto, a dinastia Bourbon foi extinta na Espanha.[33][13] O documento escrito da confissão existe, no entanto sua autenticidade é contestada.[34]

Historiografia editar

 
Maria Luísa com mantilha espanhola
Goya, 1799, Museu do Prado

Nenhuma outra consorte espanhola foi tão odiada, acusada ou abusada como a moralmente corrupta Maria Luísa. Segundo o historiador Antonio Juan Calvo Maturana em sua obra María Luisa de Parma: Reina de España, esclava del mito, esta rainha, tão injuriada durante dois séculos, tornara-se no bode expiatório dos males da Monarquia Hispânica, No que diz respeito a todos os estereótipos misóginos que a cultura patriarcal em geral (e a historiografia liberal em particular) semeou em nosso imaginário coletivo.[35] Calvo Maturana discorre que no século XXI Maria Luísa de Parma permanece como uma piada sexual na aula de História Moderna da Espanha, um sorriso cúmplice com um espesso véu nos congressos e um anedota para apimentar as visitas guiadas ao Museu do Prado.[35]

Calvo Maturana ainda destaca a coincidência de Maria Luísa ter vivido numa “Era das rainhas libertinas”, em que as consortes de Nápoles, França, Portugal e Espanha teriam sido esposas infiéis de maridos fracos e tolos, bem como amantes de ministros importantes.[2][2][nota 2] O historiador discorre que realizando um exercício de história comparada, podemos compreender a difamação usada como uma arma política usada para minar a autoridade dos monarcas reinantes.[2] O período histórico no qual Maria Luísa e outras rainhas estavam incluídas - período que abrigou uma certa mudança de valores políticos, baseada na imposição de um padrão burguês ao julgar os usos tradicionais das Cortes do Antigo Regime como uma forma de desacreditar as mulheres com poder, também aponta respostas para a serie de difamações que a consorte espanhola enfrentou, e enfrenta, por parte da historiografia.

A questão historiográfica acerca da figura de Maria Luísa permanece complexa. Antes da ascensão de seu filho Fernando VII, a propaganda monárquica a retratava como uma consorte materna e doméstica, próxima dos preceitos morais burgueses, assumidos, pela dinastia Bourbon ao longo do século. Todavia, já no reinado de Fernando VII, a imagem de Maria Luísa usualmente aparece como de uma libertina; o próprio Fernando VII tentou desfazer, a partir de 1814, todas as acusações feitas acerca da imagem de sua mãe até 1808, afinal tais acusações poderiam deslegitimá-lo como monarca.[2] Apesar de que nos últimos a historiografia tem avançado, ainda é complexo ler Maria Luísa, difícil desatrelar mulher e mito.

Legado editar

 
Brasão de Maria Luísa como Rainha da Espanha ordenado com a insígnia da Real Ordem.[36]

Em 1791, a rainha Maria Luísa teve a ideia de fundar uma Real Ordem das Damas Nobres da Rainha Maria Luísa. O projeto tomou lugar por Decreto Real em 21 de abril de 1792. Ela esteve profundamente envolvida no projeto.[28] A ordem deixou um legado para a Espanha, tendo se tornado a mais alta ordem feminina concedida.

Ao lado do legado de sua Real Ordem, Maria Luísa despertou o interesse em torno de sua figura histórica, tendo sido representada no cinema:

Filme Ano Atriz
The Naked Maja 1958 Lea Padovani[37]
Goya – oder der arge Weg der Erkenntnis 1971 Tatyana Lolova[38]
Carlota Joaquina, Princesa do Brazil 1995 Vera Holtz[39]
Volavérunt 1999 Stefania Sandrelli[40]
Sombras de Goya 2006 Blanca Portillo[41]

Descendência editar

Maria Luísa engravidou vinte e quatro vezes e teve quatorze filhos. Apenas sete chegaram à idade adulta:

Nome Imagem Nascimento Morte Observações[42][43][44]
Carlos Clemente   19 de setembro de 1771 7 de março de 1774 O Papa Clemente XIV foi seu padrinho.[45] Morreu na infância.
Carlota Joaquina   25 de abril de 1775 7 de janeiro de 1830 Casou-se com D. João VI de Portugal em 1785, com descendência.
Maria Luísa Carlota 11 de setembro de 1777 2 de julho de 1782 Morreu na infância.[46]
Maria Amália   9 de janeiro de 1779 22 de julho de 1798 Casou-se com Antônio Pascoal da Espanha em 1795, com descendência.
Carlos Domingo   5 de março de 1780 11 de junho de 1783 Morreu na infância.[46] Após seu nascimento seu pai libertou todos os prisioneiros de Puerto San Julián como sinal de celebração.[47]
Maria Luísa   6 de julho de 1782 13 de março de 1824 Casou-se com Luís I da Etrúria em 1795, com descendência.
Carlos Francisco de Paula   5 de setembro de 1783 11 de novembro de 1784 Gêmeos. Morreram na infância.[46]
Filipe Francisco de Paula 18 de outubro de 1784
Fernando VII   14 de outubro de 1784 29 de setembro de 1833 Casou-se com Maria Antônia de Nápoles em 1802, sem descendência.
Casou-se com Maria Isabel de Portugal em 1816, sem descendência.
Casou-se com Maria Josefa da Saxônia em 1819, sem descendência.
Casou-se com Maria Cristina das Duas Sicílias em 1829, com descendência.
Carlos   29 de março de 1788 30 de março de 1855 Casou-se com Maria Francisca de Portugal em 1816, com descendência.
Casou-se com Maria Teresa de Portugal em 1838, sem descendência.
Maria Isabel   6 de julho de 1789 13 de setembro de 1848 Casou-se com Francisco I das Duas Sicílias em 1802, com descendência.
Maria Teresa   16 de fevereiro de 1791 2 de novembro de 1794 Morreu na infância de varíola.[46][48]
Filipe Maria   28 de março de 1792 1 de março de 1794 Morreu na infância.[46]
Francisco de Paula   10 de março de 1794 13 de agosto de 1865 Casou-se com Luísa Carlota das Duas Sicílias em 1819, com descendência.

Além disso, Maria Luísa teve outras dez gestações que terminaram em abortos:[49]

  • Um aborto de uma filha no 4º mês de gravidez (19 de dezembro de 1775).
  • Um aborto espontâneo de uma filha no 6º mês de gravidez (16 de agosto de 1776).
  • Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (22 de janeiro de 1778).
  • Um aborto de um filho no 4º mês e meio de gravidez (17 de janeiro de 1781).
  • Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (4 de dezembro de 1789).
  • Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (30 de janeiro de 1790).
  • Um aborto espontâneo no 1º mês de gravidez (30 de março de 1790).
  • Um aborto espontâneo de um filho no 5º mês e meio de gravidez (11 de janeiro de 1793).
  • Um aborto de um filho no 4º mês e meio de gravidez (20 de março de 1796).
  • Um aborto espontâneo em 1799.

Ancestrais editar

Notas e referências

Notas

  1. Teve numerosos amantes enquanto seu marido se ocupava em armar e desarmar relógios. Os nomes adiantados são Juan Pignatelli, o Conde de Teba, Augustín de Lancaster, o Conde de Montijo, Diego Godoy, o Primeiro Secretário do Despacho Luís de Urquijo e outros jovens guardas de Corpo de Guarda, entre os quais o venezuelano Mallo[carece de fontes?]
  2. Durante os anos da Convenção Francesa, se intensificaram as campanhas de propaganda caluniosa contra as reinas Maria Luísa da Espanha e Maria Carolina de Nápoles. Durante o Consulado e o Império, seguiu a ação denigrativa contra as rainhas, impulsionada pela conveniência de deslegitimar os sucessores das casas governantes em favor dos interesses da nova dinastia Bonaparte.[28]

Referências

  1. a b HARGREAVES-MAWDSLEY 1979, p. 110.
  2. a b c d e MATURANA, ANTONIO CALVO (2020). «MARÍA LUISA DE PARMA: REINA DE ESPAÑA, ESCLAVA DEL MITO». Editorial Universidad de Granada, p. 6.
  3. a b c d e Cibelina 2021, p. 58.
  4. «Família Real Bourbon-Parma» (em inglês). Consultado em 9 de outubro de 2012. Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2006 
  5. Moreno Cullell, Vicente. «Maria Lluïsa de Parma». Sàpiens, 2012. Consultado em 20 de novembro de 2013.
  6. E. Harding, A Chronological Abridgement of the History of Spain (Frogmore Lodge, Windsor, 1809), xxxi.
  7. Sánchez Pacheco, Felicidad (1998). «Capítulo II». Carlos IV, María Luisa de Parma, La Privanza de Godoy. Madrid: Alderabán. p. 17 
  8. Jean-Dominique Bourzat, Les après-midi de Louis XVI, (La Compagnie Litteraire, 2008), 9.
  9. Pericot García 1983, p. 139-140.
  10. Robles do Campo, Carlos «Los infantes de España bajo la Ley Sálica». Anales de la Real Academia Matritense de Heráldica y Genealogía, vol. 10, 2007, pàg. 329-330.
  11. AZEVEDO, Francisca L. Nogueira de. Carlota Joaquina: cartas inéditas. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2008.
  12. Cervera, César (12 de janeiro de 2017). «La Reina de España que se sacó la dentadura postiza para enseñarle a Napoleón sus «dientes negros». ABC. Consultado em 28 de junho de 2022 
  13. a b «Maria Luisa de Parma, la impura prostituta». Diario digital Nueva Tribuna. Consultado em 16 de julho de 2018 
  14. ZAVALA, Jose Maria, Bastardos y Borbones: Los hijos desconocidos de la dinastía
  15. José Antonio Vidal Sales, Crónica íntima…, ob. cit., p. 94.
  16. MATURANA, ANTONIO CALVO (2020). «MARÍA LUISA DE PARMA: REINA DE ESPAÑA, ESCLAVA DEL MITO». Editorial Universidad de Granada, p. 12.
  17. a b Lázaro, Alice (2011). La Menina - Retrato de Dona Carlota Joaquina nas Cartas Familiares. Lisboa: Chiado 
  18. Rubio 1920, p. 13.
  19. a b Cibelina 2021, p. 60.
  20. Rubio, Reinas de España, p. 307
  21. Rubio, Reinas de España, p. 311
  22. Cibelina 2021, p. 61-62.
  23. La Parra López, Emilio (2002). pp. 335–340.
  24. Quintero Montiel, Inés Mercedes. La conjura de los mantuanos: último acto de fidelidad a la monarquía española, Caracas, 1808. Universidad Catolica Andres, 2002, p. 25.
  25. a b James Voorhies, ed. (2003). «Francisco de Goya (1746–1828) and the Spanish Enlightenment». Department of European Paintings, The Metropolitan Museum of Art. Consultado em 11 de agosto de 2021 
  26. Schineider 1997, p. 128.
  27. Ciofalo, John J. (2001). [https://www.worldcat.org/title/self-portraits-of-francisco-goya/oclc/43561897 The Self-Portraits of Francisco Goya]. Cambridge: Cambridge University Press. pp. 48-50. ISBN 0-521-77136-6. OCLC 43561897.
  28. a b c d e f g h «Biografia de Maria Luísa de Parma» No website da Real Academia de La Historia, instituição governamental espanhola encarregada do estudo da História da Espanha. Consultado em 29 de junho de 2022.
  29. La Parra López 2018, p. 83-89.
  30. a b La Parra López 2018, p. 90.
  31. (em castelhano) Barrios, Feliciano; Escudero, José Antonio (2009). España, 1808: el gobierno de la monarquía. [S.l.]: Real Academia de la Historia. pp. 23–. ISBN 978-84-96849-51-8 
  32. «Hoje na História: 1808 - Napoleão decide entregar coroa da Espanha ao irmão José Bonaparte». operamundi.uol.com.br. Consultado em 12 de abril de 2021 
  33. Cibelina 2021, p. 64.
  34. María Luisa de Parma, la Reina que pudo acabar con los Borbones
  35. a b MATURANA, ANTONIO CALVO (2020). «MARÍA LUISA DE PARMA: REINA DE ESPAÑA, ESCLAVA DEL MITO». Editorial Universidad de Granada, p. 5.
  36. Queen Arms description. Encuadernación Real Biblioteca. Royal Library. Royal Palace of Madrid (In Spanish). Arquivado em 2009-12-17 no Wayback Machine
  37. «The Naked Maja (1958)». IMDb (em inglês). Consultado em 29 de junho de 2022 
  38. «Goya - oder Der arge Weg der Erkenntnis (1971)». IMDb (em alemão). Consultado em 29 de junho de 2022 
  39. «Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995)». IMDb. Consultado em 29 de junho de 2022 
  40. «Volavérunt (1999)». IMDb (em espanhol). Consultado em 29 de junho de 2022 
  41. «Sombras de Goya (2006)». IMDb (em espanhol). Consultado em 29 de junho de 2022 
  42. Fernando González-Doria: Las Reinas de España
  43. Los abortos de las «Borbonas» in: elmundo.es (em espanhol) Consultado em 27 de maio de 2015.
  44. Ignacio Martín Escribano: La plaga de los Borbones, p. 158. (em espanhol) Consultado em 27 de maio de 2015.
  45. von Pastor, Ludwig Freiherr (1952). Kegan Paul, ed. The History of the Popes, from the Close of the Middle Ages. Michigan: [s.n.] p. 201 
  46. a b c d e Real Academia Matritense de Heráldica y Genealogía (2007). Anales de la Real Academia Matritense de Heráldica y Genealogía. Vol. X. Madrid: RAMHG. p. 330 
  47. Senatore, Mar'a Ximena (2007). Teseo, ed. Arqueolog'a e historia en la colonia espa–ola de Floridablanca, Patagonia, siglo XVIII. Madrid: [s.n.] p. 149. ISBN 978-987-1354-08-5 
  48. Zavala, José María (2013). Random House Mondadori, ed. La maldición de los Borbones. México: [s.n.] p. 16. ISBN 978-84-01-34667-5 
  49. Ignacio Martín Escribano: La plaga de los Borbones, p. 158. (in Spanish) [retrieved 27 May 2015].
  50. Genealogie ascendante jusqu'au quatrieme degre inclusivement de tous les Rois et Princes de maisons souveraines de l'Europe actuellement vivans [Genealogy up to the fourth degree inclusive of all the Kings and Princes of sovereign houses of Europe currently living] (em francês). Bourdeaux: Frederic Guillaume Birnstiel. 1768. p. 96.
  51. «Antepasados de María Luisa de Parma». Consultado em 4 de fevereiro de 2020 

Bibliografia editar

  • Hargreaves-Mawdsley, W N. Eighteenth-Century Spain 1700-1788: A Political, Diplomatic and Institutional History. Palgrave MacMillan; 1979, p. 110. ISBN 978-1349018055.
  • Maturana, Antonio Calvo. María Luisa de Parma: Reina de España, esclava del mito. Editorial Universidad de Granada; 2ª edição, 2020, p. 5-12. ISBN 978-8433866257.
  • Pericot García, Luis (ed.); Ulloa Cisneros, Luis; Camps Cazorla, Emilio (1983). Historia de España. Gran historia general de los pueblos hispanos. La Casa de Borbón (Siglos XVIII a XX), p. 139-140..
  • Cibelina, Marta. A Los Borbones y el sexo: De Felipe V a Felipe VI. La Esfera de los Libros; N.º 3, 2021, p. 58-64. ISBN 978-8413842028.
  • Rubio, Juliãn Maria. 1920. La infanta Carlota Joaquina y la palítica de Espana en América (1808-1812). Madrid, Imprenta de Estanislao Maestre. p. 13.
  • Rubio, Maria Jose. Reinas de España. La Esfera De Los Libros, S.L; 2012, p. 307-311. ISBN 978-8499701301.
  • Schneider, Laurie Adams. A History of Western Art. William C Brown Pub; 2ª edição, 1997, p. 128. ISBN 978-0697287823.
  • La Parra López, Emilio. Fernando VII. Un rey deseado y detestado. Tusquets Editores S.A., 1ª edição; 2018, p. 83-90. ISBN 978-8490665121.* J.-N. Barba, Vie politique de Marie-Louise de Parme, reine d’Espagne, contenant ses intrigues amoureuses avec le duc d’Alcudia et autres amans, et sa jalousie contre la duchesse d’Albe, etc., etc. [...], A la cour d’Espagne: et se trouve à Paris, chez tous les libraires, marchands de nouveautés, 1793
  • J. Pérez de Guzmán y Gallo, Estudios de la vida, reinado, prescripción y muerte de Carlos IV y María Luisa de Borbón reyes de España, Madrid, Imprenta de Jaime Ratés Martín, 1909
  • J. Escoiquiz Mezeta, Memorias, ed. de A. Paz y Meliá, Madrid, Tipografía de la Revista de Archivos, Bibliotecas y Museos, 1915 (ed. en Memorias de tiempos de Fernando VII, Madrid, Atlas, 1957, Biblioteca de Autores Españoles, XCVII)
  • W. Ramírez de Villaurrutia y Villaurrutia, marqués de Villaurrutia, La Reina María Luisa, esposa de Carlos IV, Madrid, Tipografía Artística, 1927
  • S. de Borbón Parma, María Luisa, Infanta de España, Reina de Etruria (1782-1824), trad. de Alberto de Mestas, Madrid, Editorial Aldecoa, 1940
  • M. Arribas Palau, “Una carta de la Sultana Lalla Fátima de Marruecos a María Luisa de Parma, Princesa de Asturias”, en Tamuda, revista de la Alta Comisaría de España en Marruecos, Delegación de Educación y Cultura, Tetuán, n.º 2 (1954), págs. 314-318.
  • A. Muriel, Historia de Carlos IV, ed. y est. prelim. de C. Seco Serrano, Madrid, Atlas, 1959, 2 vols. (Biblioteca de Autores Españoles, 114-115)
  • J. A. Arias Campoamor, María Luisa de Parma: su vida y secretos, Madrid, Gráficas Espejo [1968]
  • M. Arribas Palau, “Respuesta de la Princesa de Asturias, María Luisa de Parma, a la Sultana Lalla Fátima de Marruecos”, en Miscelánea de Estudios Árabes y Hebraicos (Granada), XXV, n.º 1 (1976), págs. 81-96
  • X. Desparmet Fitz-Gerald, “Un retrato olvidado de María Luisa de Parma, por Goya”, en Goya. Revista de Arte (Madrid), n.º 232 (1993), págs. 194-197
  • L. García Sánchez, “María Luisa de Parma, la educación de una futura reina”, en Historia 16, n.º 246 (1996), págs. 30-39
  • J. L. Morales y Marín, Las parejas reales de Goya: retratos de Carlos IV y María Luisa de Parma, Zaragoza, Real Academia de Nobles y Bellas Artes de San Luis, 1997
  • F. Sánchez-Pacheco, Carlos IV, María Luisa de Parma: la privanza de Godoy, Madrid, Alderabán [1998]
  • L. García Sánchez, “Tradición clásica oriental: máscara real celebrada en Barcelona en honor de Carlos IV y María Luisa de Parma en 1802”, en VV. AA., Arte e identidades culturales. Actas del XII Congreso Nacional del Comité Español de Historia del Arte, Oviedo, Universidad, Vice-Rectorado de Extensión Universitaria, 1998, págs. 125- 132
  • L. García Sánchez, “Fiesta y ceremonial de las Cortes de Génova y Madrid: llegada y celebración del matrimonio de la nueva Princesa de Asturias María Luisa de Parma en 1765”, en el Boletín de Arte (Madrid), n.º 20 (1999), págs. 167-180
  • C. Güell, María Luisa de Parma: los amores de la esposa de Carlos IV, Madrid, La Esfera de los Libros, 2003
  • M. Mañas Núñez, “Los epigramas latinos de Juan de Salas Calderón incluidos en el programa festivo para recibir a Carlos IV y María Luisa de Parma. Badajoz, 1796”, en S. López Poza (dir.), Florilegio de Estudios de Emblemática. Actas del VI Congreso Internacional de Emblemática de “The Society for Emblem Studies”, La Coruña, Sociedad de Cultura Valle Inclán, 2004, págs. 499- 508
  • A. J. Calvo Maturana, “María Luisa de Parma: la “madre virtuosa” eclipsada por la leyenda negra”, en M.ª V. López- Cordón Cortezo y G. A. Franco Rubio (coords.), La reina Isabel y las reinas de España: realidad, modelos e imagen historiográfica (Actas de la VIII Reunión Científica de la Fundación Española de Historia Moderna, Madrid, 2-4 de junio de 2004), vol. 1, Madrid, Fundación Española de Historia Moderna, 2005, págs. 623-644
  • A. Recio Mir, “Per me reges regnant. Carlos IV y María Luisa de Parma en la Capilla Real de Sevilla: patronato regio, academia y neoclasicismo”, en Reales Sitios. Revista del Patrimonio Nacional (Madrid), 165 (2005), págs. 22-37;
  • A. J. Calvo Maturana, “Eva y la pérdida del paraíso imperial: alegorías misóginas de María Luisa de Parma en el siglo XIX”, en Reales Sitios. Revista del Patrimonio Nacional (Madrid), 167 (2006), págs. 68-77
  • A. Aranda Huete, “Las joyas de la reina María Luisa de Parma, esposa de Carlos IV”, en J. F. Rivas Carmona, Estudios de platería: San Eloy 2007, Murcia, Universidad, 2007, págs. 21-40
  • A. J. Calvo Maturana, María Luisa de Parma: reina de España, esclava del mito, Granada, Universidad, 2007.

Ligações externas editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Maria Luísa de Parma
Maria Luísa de Parma
Casa de Bourbon-Parma
Ramo da Casa de Bourbon
9 de dezembro de 1751 – 2 de janeiro de 1819
Precedida por
Maria Amália da Saxônia
 
Rainha Consorte da Espanha
14 de dezembro de 1788 – 19 de março de 1808
Sucedida por
Júlia Clary