Mariana Alvim

psicóloga brasileira

Mariana Alvim, nascida Mariana Agostini de Villalba Alvim (Rio de Janeiro, 8 de abril de 1909Brasília, 13 de julho de 2001) foi uma pioneira psicóloga brasileira. Foi a primeira a trazer as ideias sobre Abordagem Centrada na Pessoa, de Carl Rogers para o Brasil.

Mariana Alvim
Conhecido(a) por
Nascimento 8 de abril de 1909
Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Morte 13 de julho de 2001 (92 anos)
Brasília, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater
Instituições
Campo(s) Psicologia

Mariana era filha do médico Álvaro Alvim e neta do artista plástico, cartunista e abolicionista, Angelo Agostini.[2]

Biografia editar

Mariana nasceu em 1909, na cidade do Rio de Janeiro, no sobrado onde funcionava o consultório de seu pai, o médico Álvaro Freire de Villalba Alvim, no Largo da Carioca Nº 11.[2][3] Seu avô materno era artista plástico, cartunista e abolicionista, Angelo Agostini. Álvaro foi o responsável pela introdução do raio X, em 1898. Porém, Álvaro acabou morrendo devido à contaminação por exposição excessiva à radiação.[2]

Carreira editar

Aos 19 anos, Mariana se casou com o músico português João Sampaio Brandão, com quem embarca para a França, para estudar em Paris.[4] Mariana se matriculou então no Collège Sévigné, onde cursou Pedagogia, com especialização em pré-escola. Durante os cinco anos que morou em Paris, Mariana pode estudar na Sorbonne, onde foi aluna de Henri Wallon, professor de Psicologia da Criança, que a fez conhecer os ideias de Karl Marx e, posteriormente, o ideal comunista. Inspirada no abolicionismo do avô, Mariana começou a se interessar pela área da educação como forma de combater o preconceito racial.[2][3]

De volta ao Brasil, Mariana cursou Serviço Social, na intenção de obter um diploma brasileiro de forma a validar os cursos que fizera na França. Trabalhou no Serviço de Assistência a Menores (SAM), do Ministério da Justiça, por onde viria a se aposentar, em Brasília. Trabalhou na Universidade de Brasília (UnB), onde criou o Serviço de Orientação ao Estudante (SOE), um pedido de Darcy Ribeiro, amigo e reitor da instituição na época.[2]

Trabalhou no Conselho Penitenciário do Distrito Federal, onde atuava como psicóloga e assistente social. No começo da década de 1960, pouco tempo depois da inauguração de Brasília, Mariana mudou-se para a nova capital, querendo participar da construção de um novo distrito federal. Mariana foi uma das precursoras da Abordagem Centrada na Pessoa, desenvolvida por Carl Rogers, no Brasil. Ela o conheceu em Chicago, em 1945, quando estudou em algumas universidades norte-americanas que trabalhavam com menores. Em 1947, Mariana foi chamada para organizar o Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) no Rio de Janeiro, quando passou a usar a "técnica não-diretiva".[2]

Na Universidade de Brasília, criou o Serviço de Seleção e Orientação, onde coordenou a a aplicação de testes psicológicos em mais de 1000 alunos para a seleção da primeira turma, além das primeiras seleções de servidores. Seus ideais marxistas, no entanto, serviram de pretexto para a nova administração da universidade, na Ditadura Militar, solicitar sua saída, em 1965.[2][3]

Foi técnica das Nações Unidas no Seminário Latino-Americano sobre Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente, ocorrido no Rio de Janeiro e representante do Instituto de Seleção e Orientação Profissional da Fundação Cetulio Vargas, no XI Congresso Panamericano da Criança, realizado em Bogotá, na Colômbia.[2][4]

Morte editar

Aposentada do Ministério da Justiça, Mariana não deixou mais Brasília. Trabalhou em consultório, dando palestras e cursos de formação em psicologia clínica. Ela morreu na capital federal em 13 de julho de 2001, aos 92 anos.[2][4]

Referências

  1. Alexandre Trzan-Ávila e Ana Maria Jacó-Vilela (ed.). «Uma história da Abordagem Centrada na Pessoa no Brasil». Revista de Psicologia UERJ. Consultado em 19 de janeiro de 2020 
  2. a b c d e f g h i «Mariana Agostini de Villalba Alvim». Museu da Educação. Consultado em 19 de janeiro de 2020 
  3. a b c Ana Maria Jacó-Vilela (ed.). «Mariana Alvim (1909-2001)». Pioneiras da Ciência CNPq. Consultado em 19 de janeiro de 2020 
  4. a b c José Marwell (ed.). «Mariana Agostini De Villalba Alvim». Psicologia: Ciência e Profissão. Consultado em 19 de janeiro de 2020