Maurício (imperador)

Flávio Maurício Tibério Augusto (em latim: Flavius Mauricius Tiberius Augustus; 53927 de novembro de 602), foi imperador bizantino no período de 582 a 602.[1][2][3] Foi indicado por Tibério II como seu herdeiro e sucessor, casando-se com a filha deste último, Constantina.[1][3] Tornou-se imperador com a morte de seu sogro, uma semana após o casamento.

Maurício
Augusto

Soldo de Maurício I
Imperador Bizantino
Reinado 582 - 602
Consorte Constantina
Antecessor(a) Tibério II
Sucessor(a) Focas
Nascimento 539
Morte 27 de novembro de 602 (63 anos)
  Constantinopla
Nome completo  
Flavius Mauricius Tiberius Augustus
Dinastia Justiniana
Filho(s) Teodósio
Tibério
Pedro
Paulo
Justino
Justiniano
Anastácia
Teoctista
Cleópatra
Maria

História

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Durante seu reinado, Maurício teve que lidar com guerras intermináveis em todas as fronteiras e, apesar de suas qualidades como governante, logrou apenas adiar a desintegração do grande império de Justiniano I.

Logo após a sua coroação, Maurício interferiu, em 590, numa guerra de sucessão na Pérsia, ao auxiliar um dos pretendentes a conquistar o trono persa. Em troca, a Mesopotâmia oriental e a Armênia voltaram ao controle do Império Bizantino.

As províncias dos Bálcãs haviam sido devastadas pelos eslavos e somente se recuperariam séculos mais tarde. Os eslavos avançaram até o Peloponeso, de modo que diversas campanhas - vitoriosas - e exaustivas - tiveram que ser empreendidas para contê-los. No ocidente, Maurício organizou em exarcados os territórios bizantinos ameaçados na Itália e na África, agora sujeitos a governadores militares (exarcas).

Em 602, Maurício, sempre às voltas com a falta de recursos financeiros, decidiu que o exército deveria invernar além do Danúbio, o que se mostraria um equívoco sério. As tropas, exaustas, amotinaram-se e proclamaram um certo Focas como seu líder, exigindo que Maurício abdicasse em favor de seu filho, Teodósio, ou do general Germano, sogro de Teodósio.

Ambos foram acusados de traição, mas o imperador e sua família tiveram que refugiar-se em Nicomédia, devido a distúrbios em Constantinopla. Teodósio, por sua vez, dirigiu-se para a Pérsia. Focas entrou em Constantinopla e foi coroado imperador. Maurício e sua família foram capturados. Ele e seus filhos varões foram executados; Constantina e as filhas foram poupadas e enviadas a um mosteiro. Maurício é venerado como um santo da Igreja Ortodoxa.

Maurício é considerado o autor do Estratégico, um tratado de estratégia considerado a primeira e única teoria de emprego de armas combinadas até a Segunda Guerra Mundial.

 
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Referências

  1. a b Maas, Michael (2012). Readings in Late Antiquity: A Sourcebook (em inglês). Abingdon-on-Thames: Routledge. p. lxxviii. ISBN 9781136617034 
  2. East), Maurice (Emperor of the; Maurice, Flavius (2001). Maurice's Strategikon: Handbook of Byzantine Military Strategy (em inglês). Filadélfia: University of Pennsylvania Press. p. xi. ISBN 9780812217728 
  3. a b Bellinger, Alfred Raymond (1992). Anastasius I to Maurice : 491-602 (em inglês). Washington D.C.: Dumbarton Oaks. p. 171 

Precedido por
Justiniano
Mestre dos soldados do Oriente
577582
Sucedido por
João Mistacão
Precedido por
Tibério II
Imperador bizantino
582602
Sucedido por
Focas