Max (músico)

cantor português
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Maximiano de Sousa ou Max (Funchal, Madeira, 20 de janeiro de 1918Lisboa, 29 de maio de 1980) foi um cantor e fadista português.

Max
Max (músico)
Informação geral
Nome completo Maximiano de Sousa
Nascimento 20 de janeiro de 1918
Origem Funchal, Madeira
País Portugal Portugal
Gênero(s) Fado
Instrumento(s) Voz
Gravadora(s) Valentim de Carvalho

Foi uma das mais populares vedetas da rádio, do teatro e da televisão portuguesas, desde os anos quarenta até à sua morte em 1980. A ele se devem êxitos como Noites da Madeira, Bailinho da Madeira, A Mula da Cooperativa, Tingo Lingo Lingo e Bate O Pé. E nada faria prever que este jovem madeirense, que sonhava ser barbeiro e fora alfaiate, viria a ser um dos mais populares artistas portugueses.

Biografia editar

Maximiano de Sousa, de todos conhecido como Max, era madeirense, nascido no Funchal em 1918. Foi aí que iniciou a sua carreira artística. Sonhara ser barbeiro e violinista, tinha ouvido para a música mas pouca paciência para aprender o solfejo, e acabou por aprender o ofício de alfaiate. Contudo, o bichinho da música que sempre tivera, fê-lo estrear-se em 1927 na Praia Oriental no Funchal, veio a tornar-se numa carreira em 1936, quando começa a atuar no bar de um hotel do Funchal: cantor à noite, alfaiate de dia.

Em 1942, é um dos fundadores – como cantor e baterista – do Conjunto de Toni Amaral, que se torna numa sensação nas noites madeirenses e que, em 1946, vem conquistar Lisboa. O trabalho é muito e o conjunto assenta arraiais no night-club Nina, interpretando os ritmos do momento - boleros, slows, fados-canções. E é o Fado Mayerúe de Armandinho e Linhares Barbosa, mais conhecido como Não Digas Mal Dela, que populariza a voz de Max e leva à sua saída do Conjunto de Toni Amaral, iniciando finalmente a carreira a solo que desejava em 1948.

Agora atuando sozinho, Max dispara para o estrelato através da rádio e das suas presenças no Passatempo APA do Rádio Clube Português, em parceria com Humberto Madeira. Em 1949, assina contrato com a Valentim de Carvalho e grava o seu primeiro disco: um 78 rotações com Noites da Madeira e Bailinho da Madeira.

É o primeiro de uma longa lista de sucessos como A Mula da Cooperativa, Porto Santo, 31 ou Sinal da Cruz. Em entrevista ao jornal Se7e, em 1978, referia que eram os discos que lhe davam mais dinheiro, pois “os direitos de autor estavam sempre a pingar”.

Depois da rádio, Max conquista o teatro, participando a convite de Eugénio Salvador na revista Saias Curtas, em 1952. Será apenas a primeira de uma longa série de revistas que confirmarão também os seus dotes de ator e humorista.

Em 1957, parte para os EUA para uma digressão de cinco anos, interrompida por uma súbita doença de coração ao fim de dois. Viajou em seguida por Angola, Moçambique, África do Sul, Brasil e Argentina.

Regressado a Portugal, embora continue a ser um dos artistas mais queridos do público, encontrará alguma dificuldade de trabalho, sobrevivendo à conta dos discos que continuava a gravar. Um dos seus maiores êxitos surgirá aliás neste período, Pomba Branca. Faleceu em 1980.[1]

A 13 de julho de 1981, foi agraciado, a título póstumo, com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[2]

Em 1991 foi inaugurado um busto em sua homenagem, da autoria da escultora Luíza Clode, junto ao Largo do Corpo Santo.

Discografia (parcial) editar

  • Bailinho da Madeira/Noites da Madeira (Single, Decca/VC, 1956)
  • A Coisa / O Magala / O Homem do Trombone (Columbia)
  • Porto Santo
  • 31
  • Sinal da Cruz
  • Pomba Branca/Quando a Dor Bateu à Porta (Single, Decca/VC, 1974)
  • As Bordadeira
  • Casei com uma Velha
  • Júlia Florista
  • Maria Rapaz
  • Maria tu tens a mania
  • Mas sou fadista
  • Mula da Cooperativa
  • Noite
  • O Magala
  • Rosinha dos Limões
  • Saudades da Ilha
  • Sinal da Cruz
  • Vielas de Alfama

Ligações externas editar

Referências

  1. Museu do Fado, Max, Museu do Fado, 19 de janeiro de 2018
  2. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Maximiano de Sousa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 27 de julho de 2019