Mercado Modelo
O Mercado Modelo é um mercado de artesanato localizado na cidade de Salvador, estado da Bahia, no Brasil. Foi inaugurado em 2 de fevereiro de 1912, e ocupa, desde 1971, o prédio da antiga Alfândega de Salvador. Está situado no bairro do Comércio, uma das zonas comerciais mais antigas e tradicionais de Salvador, constituindo-se em importante atração turística, visitado por 80% dos turistas da cidade.[2] Diante da Baía de Todos os Santos, é vizinho do Elevador Lacerda e do Centro Histórico (que inclui o Pelourinho). Em arquitetura do estilo neoclássico, a edificação é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).[2]
Mercado Modelo | |
---|---|
Fachada do edifício. | |
Tipo |
|
Estilo dominante | neoclássico |
Construção | 1860 (como alfândega) |
Inauguração | 1912 (112 anos)[1] |
Restauro | 1922 (102 anos) (reforma) 1984 (40 anos) (pós-incêndio) |
Função inicial | alfândega |
Proprietário atual | Município de Salvador |
Função atual | mercado de artesanato |
Website | |
Dimensões | |
Número de andares | 2 |
Área | 8 410 m² |
Património nacional | |
Classificação | IPHAN |
Geografia | |
País | Brasil |
Cidade | Salvador |
Localidade | Praça Cairu, Comércio |
Estado | Bahia |
Coordenadas | |
Localização no mapa de Salvador. |
Com 8 410 metros quadrados e dois pavimentos, abriga 266 lojas que oferecem a maior variedade de artesanato, presentes e lembranças da Bahia,[2] contando com dois dos mais tradicionais restaurantes de culinária baiana, o Maria de São Pedro, com oitenta anos de existência e o Camafeu de Oxóssi.
A canção "Mercado Modelo", de parceria entre Antônio Carlos, Jocafi e Ildázio Tavares, lamenta na sua letra o incêndio de 1969 que destruiu o prédio original. A música foi gravada em 1973 pela cantora Vanusa e lançada em seu quarto álbum.[carece de fontes]
História editar
O Mercado Modelo surgiu pela necessidade de um centro de abastecimento na Cidade Baixa de Salvador. Entre a Alfândega e o largo da Conceição, constituía-se em um centro comercial onde era possível adquirir itens tão variados como hortifrutigranjeiros, cereais, animais, charutos, cachaças e artigos para o Candomblé.[carece de fontes] Assim, o mercado foi inaugurado em 2 de fevereiro de 1912[1] em uma edificação próxima ao prédio da Alfândega, que havia sido construído em 1860 e inaugurado em 1861.[3] O abastecimento do mercado era servido pela rampa que leva o seu nome, antigo porto dos saveiros que atravessavam a baía de Todos os Santos.
Logo em 1917, existem poucas informações a respeito de um primeiro incêndio no prédio original do mercado, acreditando-se que não tenha sido de proporções catastróficas. Em 1922, um incêncio iniciou-se na madrugada de 7 de janeiro, tendo reduzido o Mercado às cavernas (áreas subterrâneas), causando mais de mil contos de réis de prejuízos.[4] À época, registraram-se boatos de que as causas foram propositais. Reformado, tendo a sua pintura original — amarela e vermelha — sido substituída por verde, ganhou o apelido de Tartaruga Verde. E em 1943, registrou-se um terceiro incêndio em 28 de fevereiro (um domingo), com a destruição parcial das suas instalações. Não foram identificadas as causas do incêndio, tendo o edifício sido recuperado.[carece de fontes]
Em 1 de agosto de 1969 foi vítima do mais violento incêndio de sua história, a tal ponto de inviabilizar a reconstrução do primitivo imóvel, cujos escombros necessitaram ser demolidos visando a segurança pública. A partir de 2 de fevereiro de 1971, passou a ocupar o edifício da 3.º Alfândega de Salvador, uma construção em estilo neoclássico do século XIX, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). No local, onde funcionava o primitivo Mercado, foi erguida uma escultura de Mário Cravo Junior, o Monumento à Cidade do Salvador.[carece de fontes]
Um novo incêndio em 1984, já no atual prédio, destruiu instalações e levou a uma extensa reforma do edifício, permitindo a sua reinauguração em 10 de janeiro daquele mesmo ano.[3]
Em 2016, foi noticiado que o mercado passa por dificuldade financeira.[2][5] Administrado pela associação dos permissionários, ela não tem como exercer o poder de polícia administrativa para combater a inadimplência.[2][5] Por isso, será administrado pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Ordem Pública (Semop), cujo processo transitório está sendo mediado pelo Ministério Público.[2][5] Em 2018 foi listado pelo Mega Curioso em "20 dos locais mais assombrados do Brasil".[6]
Referências
- ↑ a b «Fundado em 1912, Mercado Modelo completa 107 anos neste sábado». g1.globo.com. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ a b c d e f Redação 03 (19 de janeiro de 2016). «Caixa Preta do Mercado Modelo: dinheiro ia para outra conta, denuncia vereador». Bahia Política. Consultado em 19 de Janeiro de 2016. Arquivado do original em 27 de janeiro de 2016
- ↑ a b «projetos 198.01 crítica: Paulo Ormindo David de Azevedo em seis obras | vitruvius». vitruvius.com.br. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
- ↑ Jornal A Tarde, 1 de agosto de 1922.
- ↑ a b c Aragão, Fernanda (18 de janeiro de 2016). «Mercado Modelo vai voltar a ser administrado pela prefeitura». CBN Salvador. Consultado em 19 de Janeiro de 2016. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2016
- ↑ Carlos Eduardo Ferreira (7 de setembro de 2018). «20 dos locais mais assombrados do Brasil». Mega Curioso. Consultado em 18 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2018
Bibliografia editar
- AZEVEDO, Paulo Ormindo de. Alfândega e o Mercado: Memória e Restauração. Salvador: Secretaria de Planejamento, Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia, 1985.