Messier 30 (NGC 7099) é um aglomerado globular localizado na constelação de Capricornus. Foi descoberto por Charles Messier em 1764.

Messier 30
Messier 30
Messier 30, Telescópio Espacial Hubble
Descoberto por Charles Messier
Data 1764
Dados observacionais (J2000)
Constelação Capricornus
Tipo Aglomerado globular (V)

[1]

Asc. reta 21h 40m 22,12s

[2]

Declinação -23° 10′ 47,5″[2]
Distância 29,4 ± 1,6 kal[3] (9 ± 0,5 kpc)
Magnit. apar. 7,7[4]
Características físicas
Massa 1,6 x 105 M☉[5]
Idade estimada 12,93 bilhões de anos[6]
Outras denominações NGC 7099[4]
Messier 30

M30 está a uma distância de cerca de 26 000 anos-luz da Terra e é, em geral, o último objeto a ser visualizado em uma Maratona Messier, uma competição entre astrônomos amadores com o objetivo de visualizar o maior número possível de objetos Messier em apenas uma única noite.

Descoberta e visualização editar

O aglomerado globular foi uma das descobertas originais do astrônomo francês Charles Messier, que o catalogou em 3 de agosto de 1764. Descreveu-o como uma nebulosa sem estrelas. Apenas 20 anos mais tarde, William Herschel, descobridor de Urano foi a primeiro a resolver suas estrelas mais brilhantes.[7]

Suas estrelas mais brilhantes podem ser vistas com telescópios amadores de aberturas maiores que 4 polegadas. Em maratonas Messier, onde astrônomos amadores são desafiados a visualizar todos os objetos Messier em apenas uma única noite, Messier 30 geralmente é o último objeto a ser localizado, não por questões de dificuldade, mas pela programação e sua posição na esfera celeste.[7]

Características editar

 
Messier 30, Telescópio Espacial Hubble

Está localizado a uma distância de 26 000 anos-luz da Terra. Tem um diâmetro aparente de 12 minutos de grau, o que corresponde a um diâmetro real de 90 anos-luz. Pertence à classe V em densidade estelar, segundo a classificação de aglomerados globulares de Harlow Shapley e Helen Sawyer Hogg. Suas estrelas mais brilhantes, gigantes vermelhas, tem magnitude aparente 12,1, embora a magnitude média de suas estrelas seja 15,1. Conhecem-se 12 estrelas variáveis pertencentes ao aglomerado. Sua classe espectral é F3 e seu índice de cor é B-V = 0,6 e está se aproximando radialmente do Sistema Solar a uma velocidade de 181,9 km/s.[7]

O núcleo do aglomerado apresenta uma população estelar extermamente densa, que sofreu um colapso de núcleo, de modo semelhante a outros 20 dos 150 aglomerados globulares da Via-Láctea, incluindo Messier 15, Messier 70 e possivelmente Messier 62. Consequentemente, o núcleo do aglomerado tem um tamanho muito reduzido, de apenas 7,2 segundos de grau, correspondendo a um diâmetro real de 0,9 anos-luz. Seu raio de meia massa (raio que compreende metade da massa do aglomerado, a partir de seu núcleo) é de apenas 1,15 minutos de grau na esfera celeste, correspondendo a 8,7 anos-luz. Seu raio de influência gravitacional é de 139 anos-luz.[7]

Apesar de seu núcleo altamente comprimido, quase-colisões de estrelas são reativamente raras ao analisar a quantidade de binários de raios-X. Segundo Cecilia Payne-Gaposchkin, existe uma nova anã no aglomerado, uma de apenas já descobertos em tais objetos astronômicos: os outros estão no aglomerado Messier 5 e no aglomerado NGC 6712.[7]

Referências

  1. Shapley, Harlow; Sawyer, Helen B. (1927), «A Classification of Globular Clusters», Harvard College Observatory Bulletin (849): 11–14, Bibcode:1927BHarO.849...11S. 
  2. a b Goldsbury, Ryan; et al. (2010), «The ACS Survey of Galactic Globular Clusters. X. New Determinations of Centers for 65 Clusters», The Astronomical Journal, 140 (6): 1830–1837, Bibcode:2010AJ....140.1830G, doi:10.1088/0004-6256/140/6/1830. 
  3. Lugger, Phyllis M.; et al. (2007), «Chandra X-Ray Sources in the Collapsed-Core Globular Cluster M30 (NGC 7099)», The Astrophysical Journal, 657 (1): 286–301, Bibcode:2007ApJ...657..286L, arXiv:astro-ph/0606382 , doi:10.1086/507572 
  4. a b «NGC 7099», Centre de Données astronomiques de Strasbourg, SIMBAD Astronomical Database, consultado em 16 de novembro de 2006 
  5. Vande Putte, D.; Cropper, Mark (2009), «Detecting the effect of globular cluster impacts on the disc of the Milky Way», Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 392 (1): 113–124, Bibcode:2009MNRAS.392..113V, arXiv:0811.3106 , doi:10.1111/j.1365-2966.2008.14072.x 
  6. Forbes, Duncan A.; Bridges, Terry (2010), «Accreted versus in situ Milky Way globular clusters», Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, 404 (3): 1203–1214, Bibcode:2010MNRAS.404.1203F, doi:10.1111/j.1365-2966.2010.16373.x 
  7. a b c d e Hartmut Frommert e Christine Kronberg (21 de agosto de 2007). «Messier Object 30» (em inglês). SEDS. Consultado em 28 de maio de 2012 
     NGC 7097  •  NGC 7098  •  NGC 7099  •  NGC 7100  •  NGC 7101