Mestre Cupijó
Joaquim Maria Dias de Castro, mais conhecido como mestre Cupijó (Cametá, 26 de julho de 1936 - Belém, 25 de setembro de 2012) foi um vereador, advogado, músico e compositor brasileiro, de música instrumental do estilo folclórica Siriá.
Mestre Cupijó | |
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Nascimento | Joaquim Maria Dias de Castro 26 de julho de 1936 Cametá |
Morte | 25 de agosto de 2012 |
Cidadania | Brasil |
Etnia | afro-brasileiros |
Ocupação | escritor |
Cupijó faz parte de uma geração de músicos que ousaram transformar os ritmos populares do interior do estado paraense em sucessos radiofônicos,[1] com a inserção de elementos inovadores,[2] músicos como por exemplo: Mestre Vieira, Pinduca e Mestre Verequete.[1] O mestre modernizou o ritmo folclórico paraense Siriá e, o tornou conhecido a nível nacional.[2]
Joaquim Maria, nasceu na cidade de Cametá (estado do Pará). Era filho de Vicente, professor de música e maestro da Banda Sociedade Euterpe Cametaense (de 1874 uma das mais antigas do Estado).[2]
História editar
Chamado também de o Reinventor do Siriá, música típica da região cantada por negros considerada primo do carimbó,[3] iniciou a carreira artística como clarinetista, mas tornou-se famoso com o saxofone. Trocou de instrumento quando a banda da cidade precisou de um substituto para o saxofonista falecido.[3]
Joaquim Maria por ser filho de professor de música, começou a estudar música aos 12 anos.[1][3]
Aos 13 anos, já tocava clarinete no grupo Jazz Batuta do Ritmo e, posteriormente na centenária Banda Euterpe.[1]
Em Cametá, foi vereador e advogado provisionado (sem curso superior mas autorizado pela OAB a exercer a profissão). Também trabalhou como funcionário público estadual.[3]
Na década de 1970, lançou seis discos LP e uma coletânea em CD,[2][4] com as gravadoras Continental, Escorpião e Chantecler.[1] Mas nunca sobreviveu da arte.
O mestre afastado dos palcos por conta da doença, há alguns anos vivia da aposentadoria. Mas reclamava do ostracismo. Sentia-se abandonado e esquecido.[2][4] Fumou por muitos anos, assim sofreu de câncer de pulmão e de próstata, sofrendo os dois últimos anos de vida com dificuldades respiratórias e problemas de diabetes.[1] Hospitalizado, contraiu pneumonia vindo a falecer em Belém de falência de órgãos.[3][4]
Familiares e fãs aprovaram um projeto na lei de incentivo cultural, Lei Semear, para digitalizar e regravar os discos de Mestre Cupijó da década de 70, tendo apenas doze músicas selecionadas.[1] Além disso, como não parara de compor, deixou diversas composições inéditas escritas.[1]
Inventividade editar
Para que o ritmo do Siriá não desaparecesse, este acelerou a batida e incluindo arranjos de sopro, agregando, ainda, a influência caribenha, como o mambo e o merengue.[2] Sua adaptação fez sucesso na década de 1970 e, sendo regravado por Fafá de Belém e por Roberto Leal.[3]
Documentário editar
Após a morte, a cineasta Jorane Castro, sobrinha de Cupijó, produziu o documentário biográfico com apoio da Petrobras, Siriá por Mestre Cupijó, contando a história e a obra do mestre.[2] Durante o processo, surgiu a idéia de montar uma banda para execução das músicas, dando origem ao grupo Baile do Mestre Cupijó. Formado por onze jovens músicos da região.[2]
Ver também editar
Referências
- ↑ a b c d e f g h «Adeus ao grande mestre brasileiro». Notícias de Cultura. Portal Diário do Pará on-line. 26 de setembro de 2012. Consultado em 12 de março de 2018
- ↑ a b c d e f g h Fernando Rosa (8 de dezembro de 2017). «Mestre Cupijó, a música do Brasil mais profundo». Cultura. Portal Organização Vermelho. Consultado em 12 de março de 2018
- ↑ a b c d e f Estevão Bertoni (25 de setembro de 2012). «Joaquim Maria Dias de Castro (1936-2012) - Mestre Cupijó, reinventor do siriá». Magazine ORM. Portal Globo. Consultado em 12 de março de 2018
- ↑ a b c G1 Pará (25 de setembro de 2012). «Morre Mestre Cupijó, ícone da música folclórica paraense». Portal Globo. Consultado em 12 de março de 2018