Mestre Eckhart
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Eckhart de Hochheim, O.P. (Tambach, Turíngia, 1260 – Colônia, 1328), mais conhecido como Mestre Eckhart (em alemão: Meister Eckhart), em reconhecimento aos títulos acadêmicos obtidos durante sua estadia na Universidade de Paris, foi um frade dominicano, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da Idade Média.[1]
Mestre Eckhart | |
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Esculturas de Eckhart (à esquerda) ao lado de João I de Brabante (à direita) numa igreja em Colônia | |
Nascimento | 1260 Próximo de Gota, Turíngia, Sacro Império Romano-Germânico |
Morte | 1328 (cerca de 68 anos) Colônia ou Avignon |
Ocupação | Filósofo, teólogo |
Escola/tradição | Neoplatonismo, intelectualismo teológico |
Principais interesses | Religião, espritualidade, teologia |
Biografia e obra Editar
Mestre Eckhart foi um dos mais fecundos pensadores da filosofia medieval e é considerado um grande expoente do neoplatonismo e do misticismo.
Eckhart era conhecido por seus sermões eloquentes e improvisados, e também pelo uso de paradoxos e linguagem incomum em sua obra, algo que facilmente causava (e ainda causa) erros de interpretação em suas obras e polêmicas. Por conta disso teve sua ortodoxia questionada e no final da vida foi julgado pela inquisição. Ele morreu de causas naturais antes de receber o veredito, e apesar de em sua defesa ter aceito renegar os 28 argumentos seus "suspeitos de heresia" se isso fosse necessário em reconhecimento da autoridade do tribunal, seu status como teólogo ortodoxo é questionado até hoje dentro da Igreja Católica.
O papa João Paulo II citou sua obra algumas vezes. O mestre dos dominicanos, Timothy Radcliffe, chegou a questionar a congregação para a doutrina da fé no final da década de 90 acerca do status canônico de Eckhart. Joseph Ratzinger, que na época presidia tal congregação, respondeu que Eckhart deve ser considerado ortodoxo com base no fato de que ele reconheceu qualquer erro em suas obras, não ter sido condenado, e principalmente pelo fato das acusações contra ele serem baseadas em documentos não mais existentes e que portanto são impossíveis de verificar.
Grande parte das polêmicas acerca de Mestre Eckhart envolviam sua suposta autoria da obra Theologia Germanica, considerada umas das principais influências da reforma protestante. Hoje é sabido que a obra foi escrita décadas após sua morte e que ele não pode ser o autor.
Apesar de seu julgamento pela inquisição ter afetado seu status e reputação antes de sua morte, estudantes de Eckhart, tais como o beato Henrique Suso e Johann Tauler através do seus "Amigos de Deus" continuaram a difundir sua obra e o seu pensamento dentro da Igreja, com reconhecida influência e reverência ao mestre.
Bibliografia Editar
- ECKHART, Mestre (2006). Sermões alemães 1. Brasil: Editora Vozes. 366 páginas. ISBN 9788532633170
- ECKHART, Mestre (2008). Sermões alemães 2. Brasil: Editora Vozes. 296 páginas. ISBN 9788532636133
- ECKHART, Mestre (2016). Conselhos espirituais. Brasil: Editora Vozes. 72 páginas. ISBN 9788532652058
- ECKHART, Mestre (2016). A nobreza da alma humana. Brasil: Editora Vozes. 104 páginas. ISBN 9788532652249
- ECKHART, Mestre (2016). O livro da divina consolação. Brasil: Editora Vozes. 52 páginas. ISBN 9788532652065
Referências Editar
- ↑ GONZALES, Justo L. (2015). Uma história do pensamento Cristão Vol.2. São Paulo: Cultura Cristã. p. 309-310. 2 páginas
Ligações externas Editar
- "Mestre Eckhart: misticismo ou 'aristotelismo ético'?", por Rodrigo Guerizoli. Cadernos de Filosofia Alemã nº 11, jan.-jun. 2008, p 57-82 (em português).
- Resenha de edição de sermões alemães (em português).
- Sermões alemães on line (em português).
- Meister Eckhart und seine Zeit (em alemão).
- Meister-Eckhart-Gesellschaft (em alemão).
- Eckhart Society (em inglês)