Mireille Darc (Toulon, 15 de Maio de 1938Paris, 28 de Agosto de 2017) foi uma atriz e modelo francesa. Actuou em diversas produções cinematográficas, com destaque para a sua interpretação em 1967 em Fim de Semana, filme de Jean-Luc Godard. Foi uma das actrizes mais populares do cinema francês dos anos 1960 e 1970.[1]

Mireille Darc
Mireille Darc
Em 2014, na estreia francesa de The Monuments Men
Nome completo Mireille Aigroz
Nascimento 15 de maio de 1938
Toulon
França
Nacionalidade francesa
Morte 28 de agosto de 2017 (79 anos)
Paris
Ocupação atriz
Atividade 1960 - 2015
mireille-darc.com Página oficial

Biografia editar

Mireille nasceu em 1938, em Toulon, sendo baptizada Mireille Agroz. Mais tarde viria a adoptar o apelido artístico "Darc", em homenagem a Joana d’Arc. Estudou no Conservatório de Toulon , estreando-se no cinema em 1960, com um papel secundário em O Criminoso É Meu Amigo, de Jacques Dupont.[1]

Em 1962 trabalhou com Julien Duvivier, em O Diabo (filme) e Os Dez Mandamentos, e em 1963 com Jean Girault, na comédia Casamento a Propósito, desempenhando o papel de filha de Louis de Funès.[1]

Em 1964, participa em Des Pissenlits par la Racine, uma comédia de gansgters, na qual volta a contracenar com Louis de Funès. É aqui que conhece o realizador que a transformará numa vedeta, Georges Lautner, e com quem colaborará numa dúzia de filmes, até abandonar o cinema, em 1987, com La Vie Dissolue, de Gérard Floque. Os primeiros filmes de Lautner que protagonizou incluem Les Barbouzes, de 1964, contracenando com Lino Ventura e Bertrand Blier, e História duma Rapariga Loira, de 1966, filme que viria a consagrar a sua imagem de loura irreverente, independente e divertida, embora a sua personagem, Galia, acabasse apaixonada pelo arquétipo do macho latino, interpretado por Venantino Venantini.[1]

Em 1967, protagonizou Fim de Semana, um dos mais selvagens filmes de Jean-Luc Godard, num desempenho que ficou para a história do cinema.[1]

Em 1968, conheceu Alain Delon durante as filmagens de Jeff (filme), de Jean Herman, que estreou no ano seguinte.[1] Mireille e Alain viveriam juntos durante quinze anos,[2] voltando a contracenar juntos em 1970, em Madly, de Roger Kahane, e em 1974, em Borsalino & Companhia, de Jacques Deray. Em 1977, contracenaram novamente num dos seus melhores filmes que fez com Lautner, a Morte de Um Canalha. Os papéis de loura sedutora que desempenhou nos filmes policiais e de gansgsters de Georges Lautner viria a marcar fortemente a sua carreira cinematográfica, em particular nas décadas de 1960 e 1970, quando era comparada pelos críticos a Brigitte Bardot e Marilyn Monroe.[1]

Em 1972, fez um dos seus maiores êxitos no cinema, e possivelmente o filme que mais contribuiu para a tornar um símbolo sexual: O Louro do Sapato Preto, de Yves Robert, uma comédia de espionagem. O vestido preto sem costas, que Guy Laroche desenhou especialmente para Mireille usar no filme é hoje uma peça de museu, conservada no Louvre.[1]

Trabalhou também com Roger Vadim, Édouard Molinaro e André Cayatte, que a escolheu para contracenar com Annie Girardot no filme Chantagem (filme), de 1973. Participou ainda em alguns filmes menos conhecidos, como Summit, de 1968, de Giorgio Bontempo, interpretando a ex-amante parisiense, reencontrada por um repórter italiano de convicções maoístas.[1]

Desde 2002 era casada com o arquitecto Pascal Desprez.

Em 1983, sofreu um grave acidente de automóvel quase fatal, forçando-a a abrandar o ritmo no resto da década. Mireille, que desde a infância sofria de uma insuficiência cardíaca, teve de ser operada de urgência, de coração aberto]. Regressou ao activo nos anos 1990, dedicando-se exclusivamente à televisão, na interpretação de telefilmes e séries, onde a sua carreira tem um segundo fôlego bem-sucedido.

Realizou também documentários sobre temas sociais, como o tráfico de órgãos e a prostituição, este último em 2015: Elles sont des dizaines de milliers sans abri.

Em Setembro do ano seguinte, sofre duas hemorragias cerebrais sucessivas, sendo hospitalizada. Seguiu-se “um ano de batalhas e sofrimentos”, nas palavras do marido, Pascal Desprez, na sua nota de despedida. Entrou em coma a 25 de Agosto de 2017, vindo a falecer na madrugada de 28 de Agosto, em Paris, aos 79 anos.[1]

Foi condecorada com as insígnias da Ordem Nacional da Legião de Honra e da Ordem Nacional do Mérito.

Referências

  1. a b c d e f g h i j Queirós, Luís Miguel. «Morreu Mireille Darc, ícone do cinema francês dos anos 60 e 70». PÚBLICO. Consultado em 28 de Agosto de 2017 
  2. «Mireille Darc et Alain Delon, inséparables, 's'envoient des SMS tous les jours'». PurePeople. 27 de abril de 2015. Consultado em 29 de novembro de 2015