Moinho do Papel

Museu em Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, Portugal
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Moinho de Papel de Leiria
Apresentação
Tipo
Estatuto patrimonial
sem protecção legal (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
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O Moinho do Papel, ou Moinho dos Caniços, é um edifício histórico localizado em Leiria, Portugal.[1] Situa-se na margem esquerda do rio Lis, a leste da Igreja de Santo Agostinho e junto à ponte dos Caniços. O antigo moinho data da época medieval e foi criado especificamente para a produção de papel. Atualmente foi convertido no Museu do Papel.

Moinho de Papel, em Leiria

História

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Sabe-se que, ao longo da Idade Média, Leiria possuiu vários moinhos em seus arredores dedicados à moagem de cereais que tiveram grande significado para a economia da cidade.[2][3] O moinho dedicado à manufatura de papel foi instalado em Leiria a partir de 1411, de acordo com uma Carta Régia de D. João I[3] na qual ele permitia a D. Gonçalo Lourenço de Gomide, escrivão do rei, que "… em dois assentamentos velhos que em outro tempo foram moinhos que estão no termo e na ribeira da nossa vila de Leiria … junto à ponte dos caniços…" se instalassem "…engenhos de fazer ferro, serrar madeira, pisar burel e fazer papel ou outras coisas que se façam com o artifício da água… contando que não sejam moinhos de pão".[2]

É o primeiro moinho de papel conhecido em Portugal[3][4] e a primeira fábrica da cidade,[5] no qual se fabricaram as primeiras folhas a base de celulose. A existência de um moinho de papel na cidade terá influenciado o fato de Leiria ter sido uma das primeiras cidades portuguesas a ter uma tipografia, da qual sairia em 1496 um dos primeiros livros impressos do país, o Almanach perpetuum, do erudito hebraico Abraão Zacuto.[3][5][6]

Estudos recentes apontam que o moinho de papel foi construído sobre uma estrutura preexistente, possivelmente do século XIII, primeiramente dedicado à moagem de cereais.[3] No século XVI o moinho passou a ser parte dos bens do Convento de Santo Agostinho de Leiria[3] e serviu para abastecimento de água do convento e do Antigo Quartel Militar.[4] Ao longo do século XX o moinho retornou à moagem de cereais.[3][4] O espaço também já funcionou como lagar de azeite.[3]

Museu do Papel

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Seis séculos depois, o espaço sofreu obras de requalificação e em 2009 foi inaugurado um espaço museológico dedicado às atividades aí realizadas (produção de papel, farinha e azeite), sob projeto do arquiteto Siza Vieira.[4][7] O centro dedica-se principalmente à realização de ateliers dirigidos a idosos, crianças e grupos escolares.[8]

Referências

  1. Ficha na base de dados SIPA
  2. a b Do moinho de papel à tipografia judaica. Câmara Municipal de Leiria[ligação inativa]
  3. a b c d e f g h Carvalho S., Carvalho A., Angelucci D.E. & Tavares J. 2009. Arqueologia industrial. Moinho do Papel. Câmara Municipal de Leiria, Leiria: 33-49 [1] Arquivado em 26 de dezembro de 2010, no Wayback Machine.
  4. a b c d Nota da Câmara Municipal de Leiria sobre a criação do museu do moinho[ligação inativa]
  5. a b O moinho de papel de Leiria (tipografos.net)
  6. Abraão ben Samuel Zacuto (tipografos.net)
  7. Inauguração do moinho na RTP (26 setembro de 2009)[2]
  8. «Página do Moinho do Papel (Município de Leiria)». Consultado em 3 de junho de 2010. Arquivado do original em 27 de março de 2010 
 
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Ligações externas

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