O Monitor Campista foi um periódico brasileiro, que circulou entre os anos de 1834 e 2009 no município de Campos dos Goytacazes.

Monitor Campista

Capa do jornal "Monitor Campista" no dia 24 de junho de 1883, data de inauguração da energia elétrica na cidade de Campos dos Goytacazes; a primeira a receber iluminação a eletricidade na América do Sul.
Fundação 4 de janeiro de 1834 (190 anos)
Fundador(es) Francisco José Alypio
Idioma (em português brasileiro)
Término de publicação 15 de novembro de 2009
Circulação Indisponível

Histórico editar

Campos dos Goytacazes, no norte da então Província do Rio de Janeiro ainda era uma Vila quando, em 4 de janeiro de 1834, vinha à luz o jornal O Campista, sob a direção do médico Francisco José Alypio. O jornal era bissemanário e circulava às quartas e sábados na planície. O jornal O Monitor Campista foi resultado da fusão entre o Novo Recopilador Campista e O Monitor. Finalmente, em 1846, o jornal apresentou-se à sociedade campista sem o artigo "O", passando a se chamar simplemente Monitor Campista, nome que mantém até hoje, respeitando a logomarca em letras góticas.

Segundo o historiador Teixeira de Melo, o jornal foi fundado por Evaristo José Pereira da Silva e Abreu, que mais tarde o passou ao genro, o suíço Eugênio Bricolens, nome intimamente ligado às artes gráficas. Depois, pertenceu ao bacharel Domingos de Alvarenga Pinto (1875 a 1879) e ao francês Luiz Renner. Depois, passou às mãos de Átila Alvarenga, onde permaneceu por 31 anos. Em 1921, Alvarenga passou o jornal ao Coronel Vivaldi Leite Ribeiro.

A redação do Monitor Campista foi a primeira a ser beneficiada com a luz elétrica, em 24 de junho de 1883, antes das empresas do Brasil e da América do Sul. Pensando em atrair novos investimentos, cuja importância se acentuava com o desenvolvimento da tecnologia gráfica e das comunicações em geral que ganhavam proporções massificantes, o Monitor Campista inaugurava, em 2 de outubro de 1906, o prelo da impressora movida a eletricidade, o primeiro de Campos dos Goytacazes e do estado do Rio de Janeiro.

Foi em 1875 que o Monitor Campista começou a circular diariamente. Em 1936, passou a pertencer ao grupo dos Diários Associados, fundado por Francisco de Assis Chateaubriand, onde se mantém até hoje, com o título de terceiro jornal mais antigo do país ainda em circulação. Funcionando hoje na Rua João Pessoa, no Centro de Campos, e funcionando diariamente, o jornal traz em seu arquivo centenário, grandes pérolas de nosso passado.

Estudantes e pesquisadores se valem das páginas do Velho Órgão. Páginas que mudaram significativamente, acompanhando a evolução das artes gráficas. O primeiro passo desta evolução foi dado no dia 13 de maio de 1999, quando o jornal começou a ser impresso no parque gráfico do Jornal do Commercio. Até que, finalmente, em 15 de julho do mesmo ano, funcionários e diretoria se reuniam para comemorar a nova fase do Monitor Campista, que desde a data, começava a imprimir em cores a história da cidade de Campos dos Goytacazes e região.

Séculos de muita luta vão ficando para o jornal que atravessou bravamente duras crises econômicas do país. E ele conecta-se ao futuro, colocando no ar, a 1 de agosto de 2003 a sua edição on line, logo depois de inaugurar uma nova e moderna redação.

Consciente de que ainda há muito a se fazer, a equipe, aceitou o desafio de seus antepassados. Dispostos a assumirem o compromisso de dar continuidade à missão, repórteres, editores, fotógrafos, revisores e funcionários da administração se unem para não deixar morrer essa tradição viva da imprensa.

Sobre o fim do jornal centenário em 2009, o jornalista Ricardo André Vasconcelos afirmou em artigo que: "Nada mais previsível para uma cidade que derrubou o Trianon – um dos mais belos teatros do Brasil – e pôs abaixo o Cine Don Marcelo e o Coliseu. O que esperar de uma gente que entrega aos cupins os belíssimos solares dos Ayrises e Visconde de Araruama, a Lira de Apollo e o Hotel Amazonas, apenas para citar alguns."[1] Já em 12 de novembro de 2009, em nota, o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro solicitou ao Grupo Diários Associados que reconsiderasse a proposta de fechamento do jornal, e se coloque de modo aberto para a sociedade campista no sentido de estudar meios para manter a sua circulação. Um jornal de 175 anos não pertence mais somente a uma empresa. O Monitor Campista faz parte da história do jornalismo brasileiro e, particularmente, é de propriedade afetiva de todos os campistas, e também de todos os cidadãos fluminenses.[2]

O jornal Monitor Campista foi fechado por motivos econômicos no dia 15 de novembro de 2009. Com isso a cidade de Campos dos Goytacazes perde mais uma parte importantíssima de sua historia.

Nota editar

O Diario de Pernambuco, fundado em 7 de novembro de 1825, e era o jornal mais antigo em circulação da América Latina. Desde o seu primeiro número até hoje mantém o mesmo nome.

O Jornal do Commercio, fundado em 1 de outubro de 1824, era o segundo jornal mais antigo em circulação do Brasil.

Ver também editar

Referências

  1. Vasconcelos RA (17 de novembro de 2009). «O fim do jornal centenário». Observatório da Imprensa 
  2. «Carta pública aos Diários Associados (Nota do Sindicato dos Jornalistas do Rio, 12/11/2009)». Observatório da Imprensa. 12 de novembro de 2009 

Ligações externas editar


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