Convento de São Paio de Antealtares

Convento de São Paio de Antealtares
Apresentação
Tipo
Parte de
Way of Saint James in the province of A Coruña (d)
Estilo
Estatuto patrimonial
parte do Património Mundial (d)Visualizar e editar dados no Wikidata
Logotipo do Patrimônio Mundial Património mundial
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Localização
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San Paio de Antealtares é um convento do século IX de freiras beneditinas de clausura em Santiago de Compostela, Espanha.

Localização editar

O convento San Paio de Antealtares situa-se na zona antiga de Santiago de Compostela, província da Corunha, Galiza, frente da cabeceira da catedral de Santiago de Compostela, fechando a Praça da Quintana.

História editar

O mosteiro primitivo editar

O primeiro mosteiro foi fundado por volta de 830 por Afonso II, "O Casto", e foi ocupado por uma dúzia de monges bentos, comunidade que tinha como missão atender e manter o culto às relíquias do Apóstolo Santiago. A esta primeira comunidade entregou o rei um pequeno couto que pouco depois ampliou até chegar às 3 milhas desde a igreja de Santiago. Ergueu-se o mosteiro ao Leste do mausoléu romano no qual se encontraram os restos apostólicos, em frente da sua porta de acesso, o que fez com que o mosteiro recebesse a denominação de Antealtares. Nenhum vestígio tem chegado a atualidade daquela primeira construção, pois do século IX ao século XI esteve contíguo à testeira da igreja de Santiago, no lugar que ocupou a cabeceira do templo românico da catedral que substituiu à antiga igreja.

Em 1077, o abade Fagildo e o bispo Diego Páez chegaram, na Concórdia de Antealtares, a um acordo sobre o novo local do mosteiro, que se situava diante dos três altares, na honra do Salvador, de São Pedro e de São João. Neste mosteiro supostamente compôs o bispo São Pedro de Mezonzo o hino "Salve Regina". Nos anos de decadência, os monges bentos abandonaram-no quase em ruínas (derrubou-se em 1256) e instalaram-se em San Martinho Pinario.

O Estudo de Gramática editar

A 4 de Setembro de 1495 outorgam-se as escrituras de doação de todas as dependências do mosteiro, salvo a igreja, para que Lopo Gómez de Marzoa funde nele um colégio para estudantes pobres, o conhecido como Estudo de Gramática, gérmen da Universidade de Santiago de Compostela.

Em 1499 foi ocupado por uma comunidade de freiras bentas de clausura, que nele permanece até hoje.

Descrição editar

A igreja editar

A construção da igreja durou nove anos, sendo encetada em 1700 por Frei Gabriel de Casas, tendo lugar em 1699 a demolição da anterior igreja. Em 1703 a comunidade beneditina retira sua confiança no arquiteto (pela lentidão das obras), sendo Pedro Garcia quem continuou as obras, seguindo as traças já iniciadas. O novo templo inaugurar-se-ia solenemente em 1707.

A fachada é simples mas monumental e amostra a São Paio mártir. A planta é de cruz grega e está recoberta com abóbadas de canhão com artesãos. A cúpula ergue-se sobre penachos muito decoradas e termina numa lanterna que ilumina o interior.

No Museu Arqueológico Nacional de Madrid e no Fogg Museum de Harvard conservam-se 3 das 4 colunas românicas que suportavam o altar maior.

Em cada uma destas colunas cilíndricas representam-se 3 apóstolos diferentes.

São datables em torno ao segundo quartel do século XII. As quatro colunas simbolizam os quatro pilares sobre os que se sustentava a Igreja de Cristo.

 
Relevo românico de figuras femininas. 1150

Imaginária editar

O retábulo maior é obra de Francisco Castro Canseco (1714) e nele aparecem três santos, São Bento, São Plácido e São Mauro e três santas, Santa Escolástica, Santa Gertrude e Santa Francisca Romana, conduzindo a imagem de São Paio, rodeado por Santiago e São Fernando montados a cavalo (inspirados no baldaquino da catedral). O conjunto completa-se com uma Assunção da Virgem, acompanhada pelos apóstolos Pedro e Paulo. O órgão, construído em 1782 pelo mestre Alberto de la Peña, foi restaurado recentemente.

O convento atual editar

Do mosteiro primitivo só se conservam uns capitéis e uma ara de mármore branco. O atual foi começado a construir no século XVI e terminado em 1793. A renovação começou em 1600, sendo encarregada a Mateo López a traça da zona ocidental, para a Praça da Quintana, tornando-o monumental e austero. Em 1641 Jácome Fernández Fillo termina parte deste lado traçado por Bartolomé Fernández Lechuga. Entre 1653 e 1657 construir-se-á um passadiço que enlaça esta parte com a igreja.

A fachada que dá para a Praça da Quintana, é sóbria e utiliza exclusivamente linhas retas. Sua monumentalidade provocou os ciúmes do arcebispado e foi a principal causa da remodelação da cabeceira românica da Catedral, obra que deu como resultado o aspeto que possui atualmente.

A fachada que dá para a Via Sacra, obra de Melchor de Velasco, começada por volta de 1658, apresenta uma portada, a Portaria, enquadrada num arco de volta perfeita sob um friso de tríglifos e métopas entre duas gigantes colunas dóricas. Na parte superior situa-se um frontão curvo partido com um escudo imperial. Tudo isso realizado em claro estilo classicista.

A partir de 1744 construir-se-ia o espaço ao longo da Via Sacra que vai da portaria até a chamada Porta dos Carros, no qual se destaca o conjunto de chaminés que terminam o edifício e a estrutura da Porta dos Carros. Esta é fruto de duas etapas e traças bem diferentes; a primeira relacionada com Fernando de Casas Novoa, e uma segunda, na qual, a partir de 1749, Lucas Ferro Caaveiro aumentará a altura com um miradouro sobre a balaustrada.

A porta apresenta uma cena da Fuga a Egito relacionada com Francisco de Lens.

Situação atual editar

Atualmente encontra-se em bom estado de conservação.

Desde a igreja pode-se aceder ao Museu de Arte Sacro de Antealtares, inaugurado em 1873 e que oferece uma coleção de objetos litúrgicos.

Aliás, hoje em dia podem-se mercar nele doces elaborados pelas monjas que moram nele.

Galeria editar

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