Nato-digital[1][2] é o material que tem a sua origem em algum meio digital como câmeras, computadores e tantos outras ferramentas digitais existentes na atualidade.[3][4] Um documento nato digital é diferente de um documento digitalizado, que existia originalmente fisicamente.[3][4] Esse termo é comumente usado em relação às bibliotecas digitais e às questões que acompanham essas organizações, como preservação digital e propriedade intelectual. No entanto, à medida que as tecnologias avançaram e se espalharam, o conceito de nato digital também foi discutido em setores de consumo pessoal, com o surgimento dos e-books e o desenvolvimento da música digital.[5][6]

Definição editar

Existe alguma inconsistência na definição de materiais natos digitais. Alguns acreditam que tais materiais devem existir exclusivamente em formato digital. Em outras palavras, se o material pode ser transferido para uma forma analógica, não nasce verdadeiramente digital.[7] No entanto, outros sustentam que ter uma contrapartida física em algum momento, desde que não seja em sua origem, não os impede de serem classificados como natos digitais.[8] Por exemplo, G. Mahesh e Rekha Mittal identificam dois tipos de conteúdo nato digital, aquele que é exclusivamente digital e aquele que é digital para impressão. Essa divisão fornece uma base de classificação mais ampla do que a que a definição anterior.[9]

Além disso, foi apontado que certas obras podem incorporar componentes que são digitais e digitalizados, confundindo ainda mais os limites entre o que deve e o que não deve ser considerado nato digital. Por exemplo, um vídeo digital criado pode utilizar filmagens históricas que foram convertidas.[10]

Para que um documento nato digital se torne um documento legal e admitido em uma entidade pública, o Governo Federal, presidido por Dilma Rousseff, criou em 8 de outubro de 2015, o Decreto nº 8.539 que normaliza o uso de documentos nato digitais e documentos digitalizados nas entidades públicas. No art. 10 do decreto, os documentos natos digitais precisam ter assinaturas eletrônicas para se tornarem originais legalmente.[3] A assinatura eletrônica é uma ferramenta criada para identificar o proprietário do documento digital, impossibilitando de os documentos serem adulterados.[4] Foi normalizada em 13 de novembro de 2020, pelo Governo Federal, presidido por Jair Messias Bolsonaro, através do Decreto nº 10.543.[11]

Exemplos de materiais nato digitais editar

Literatura cinzenta e comunicações editar

Grande parte da literatura cinzenta atual é quase inteiramente produzida online, em parte devido à acessibilidade e velocidade da comunicação pela Internet.[12] Como produtos da vasta quantidade de informações criadas por organizações e indivíduos em computadores, conjuntos de dados e registros eletrônicos existem em diversas atividades.[13] Esse tipo de conteúdo inclui:

  • E-mail: correio eletrônico. Mensagens digitadas, enviadas ou recebidas através de software em computadores ou aplicativos de celulares ou tablets.[14][15]
  • Textos: textos digitados em software ou aplicativos de editores de textos como o Word.[14]
  • Planilhas: planilhas confeccionadas em software ou aplicativos como o Excel.[14]
  • Projetos de arquitetura: projetos elaborados em software como o AutoCAD.[14]
  • Fotografias: tiradas através de celulares ou câmeras fotográficas digitais.[14]

Mídias editar

Fotografia digital editar

A fotografia digital permitiu que um número maior de pessoas pudessem fotografar para fins artísticos ou como passatempo, assim como entender como funciona o processo fotográfico. Com o advento das câmeras digitais no final da década de 1980, seguido pela invenção e disseminação de telefones celulares capazes de fotografar, a venda de câmeras digitais acabou ultrapassando as analógicas.[16] Nas primeiras décadas do século XXI, assistiu-se ao surgimento de sites de armazenamento de fotos, como Flickr e Photobucket, e sites de mídia social dedicados principalmente ao compartilhamento de fotos digitais, incluindo Instagram, Pinterest, Imgur e Tumblr. Os arquivos de imagem digital incluem Joint Photographic Experts Group (JPEG), Tagged Image File Format (TIFF), Portable Network Graphics (PNG), Graphic Interchange Format (GIF) e formato de imagem Raw.[17]

 
Diferentes gerações do Amazon Kindle, um e-reader

Livro digital editar

E-books são livros que podem ser lidos nas telas de computadores, smartphones ou leitor de livros digitais.[18] O setor de e-books da indústria do livro floresceu nos últimos anos, com um número crescente de títulos e dispositivos próprios para a sua leitura sendo desenvolvidos e vendidos . A publicação eletrônica é particularmente atraente aos autores independentes, porque o mercado digital cria uma conexão mais direta entre eles, suas obras e o público.[19] Algumas editoras, incluindo grandes casas editoriais como a Harlequin, formaram selos exclusivos para livros digitais em resposta a essa tendência.[20] As editoras também oferecem publicações exclusivamente digitais para uso em leitores de e-books, como o Kindle. Um exemplo disso foi o lançamento simultâneo do Kindle 2 da Amazon com o conto Ur de Stephen King.[21] O livro foi escrito e comercializado apenas para Kindle e também traz como tema de seu enredo um Kindle rosa.[22] Nos últimos anos, no entanto, a venda de e-books de editoras tradicionais diminuiu, em parte devido ao aumento dos preços.[23][24]

Música digital editar

A gravação digital de som têm desempenhado um papel importante desde a década de 1970, com a aceitação da modulação por código de pulso no processo de gravação.[25] Desde então, vários meios de armazenamento e distribuição de áudio digital foram desenvolvidos, incluindo streamings, CDs e arquivos de áudio mp3.[25] Cada vez mais, o áudio digital está disponível apenas por download, sem qualquer tipo de contrapartida tangível. Um exemplo dessa tendência é a gravação de 2008 da Sinfonia Fantástica de Hector Berlioz pela Filarmônica de Los Angeles sob a regência de Gustavo Dudamel.[26] Estar disponível apenas para download, pode apresentar entraves para utilização desse tipo de material por bibliotecas devido a limitações da licença.[26] Outro exemplo de mídia sonora lançada inicialmente para download digital é o In Rainbows, lançado em 2007 pelo Radiohead.[27]

A indústria da música mudou drasticamente com a expansão da música digital, especificamente downloads digitais . A praticidade do formato digital para seus consumidores levou ao aumento das vendas de faixas individuais. Todos os dez singles mais vendidos desde o início do século XXI foram lançados a partir de 2007, o que mostra que esse mercado ainda está em crescimento.[28] Contudo, isso não significa necessariamente o fim dos CDs, já que eles ainda são mais populares do que os álbuns digitais, mas mostra que a chegada do conteúdo digital nativo na indústria fonográfica está tendo uma influência significativa nas vendas e no modelo de negócio adotado por elas.[28]

Jornalismo editar

À medida que as publicações impressas existentes migraram para lançamentos nativos digitais, os sites de notícias digitais nativas, como HuffPo e Buzzfeed News, cresceram substancialmente.[29] Essa tendência de conteúdo exclusivo online motivou o surgimento de matérias criadas com recursos interativos que não podem ser reproduzidos na mídia impressa.[29] Os "apps de notícias" costumam ser fortemente orientados por dados, usando gráficos interativos personalizados por uma equipe de especialistas em software, além do grupo principal de escritores e editores.[30] Os exemplos incluem Baltimore Homicides do The Baltimore Sun, Do No Harm do Las Vegas Sun e Snow Fall do The New York Times, que exigiu uma equipe de mais de quinze jornalistas, desenvolvedores da web e designers para sua construção.[29]

Temas centrais editar

Preservação editar

 
Um disquete requer tecnologia obsoleta para ler seu conteúdo armazenado

A preservação digital envolve a conservação e manutenção do conteúdo digital. Tal como acontece com outros objetos digitais, a preservação deve ser uma tarefa contínua e regular, uma vez que esses materiais não apresentam os mesmos sinais de degradação que os impressos e outros materiais físicos. Processos invisíveis, como a degradação de dados, podem causar danos irreparáveis.[31] No caso do conteúdo digital nativo, outro processo que leva à deterioração de seu conteúdo é o apodrecimento de links, quando as URLs vinculam páginas da internet que não estão mais disponíveis.[32] A incompatibilidade também é uma preocupação, no que diz respeito à eventual obsolescência de hardware e software capaz de dar sentido aos documentos.[33]

Muitas questões surgem sobre o que deve ser arquivado e preservado e quem deve realizar o trabalho. Vastas quantidades de conteúdo nativo digital são criadas constantemente e as instituições são forçadas a decidir o que e quanto deve ser preservado. Como a hiperligação desempenha um papel tão importante no ambiente digital, debate-se se não seria o caso de manter o acesso permanente aos links e, portanto, o contexto do documento. Um dos grandes desafios está no volume de dados que essa tarefa exige.[34] Além disso, como a publicação não é tão delineada no meio digital e as versões preliminares dos trabalhos são cada vez mais disponibilizadas para consulta, saber quando arquivar apresenta complicações adicionais.[35]

Relevância e acessibilidade editar

Para bibliotecas e repositórios digitais usados como materiais de referência, como o PBS LearningMedia, que fornece recursos educacionais para professores, manter a pertinência de seu conteúdo é de extrema importância.[36] As informações devem ser factualmente precisas e incluir o contexto,[37] ao mesmo tempo em que se mantêm os principais objetivos do site. Além dos problemas que giram em torno da preservação do conteúdo nato digital - como a degradação de dados, o apodrecimento de links e incompatibilidade de softwares e hardwares - também deve-se levar em consideração a questão da funcionalidade desses materiais, por exemplo, a qualidade do vídeo e a legibilidade de qualquer texto. Ou seja, como os usuários podem acessar registros natos digitais. Além disso, deve se levar em conta se o conteúdo digital atende pessoas com deficiência, especialmente em conjunto com tecnologia assistiva, como leitores de tela, ampliadores de tela e software de reconhecimento de fala. O acesso a esse tipo de material também é afetado pelas leis de licenciamento, causadas, por exemplo, pela expiração de licenças que deixam coleções digitais inacessíveis.[38]

Licenciamento editar

As leis que foram criadas para proteger a propriedade intelectual foram pensadas para obras analógicas. Assim, disposições como a doutrina da primeira venda presente na Lei de direitos autorais dos Estados Unidos, que permite que as bibliotecas emprestem materiais aos usuários, não foram aplicadas ao mundo digital.[39][40] Portanto, determinado conteúdo digital protegido por direitos autorais que é licenciado em vez de comprado, como é comum com muitos materiais digitais, é frequentemente de uso limitado, uma vez que não pode ser transmitido a usuários em vários computadores ou emprestado por meio de um contrato de empréstimo No entanto, no que diz respeito às funções de preservação das bibliotecas e dos arquivos e a necessidade subsequente de fazer cópias de materiais natos-digitais, as leis de muitos países têm mudado, permitindo que acordos sejam feitos entre essas instituições e os titulares de direitos de conteúdo nato digital.[41]

Os consumidores também têm que lidar com questões de propriedade intelectual no que se refere à posse e ao controle do material nato digital que compram. A pirataria é um problema de maior amplitude para os objetos digitais, inclusive os que já nascem digitais, pois tais materiais podem ser copiados e espalhados em perfeitas condições com velocidade e distância em uma escala inconcebível para materiais impressos e físicos tradicionais.[42]

 
Logotipo que identifica materiais em acesso aberto, desenvolvido pela Public Library of Science

Novamente, a doutrina da primeira venda, que, do ponto de vista do consumidor, permite que os compradores de materiais vendam ou doem itens (como livros e CDs), ainda não é aplicada de forma eficaz a objetos digitais. Victor Calaba aponta três razões para isso. Primeiro, "os acordos de licença impostos pelos fabricantes de software normalmente proíbem o exercício da doutrina da primeira venda; segundo, a lei de direitos autorais tradicional pode não apoiar a aplicação da doutrina da primeira venda a obras digitais". Por fim, o Digital Millennium Copyright Act impede que os usuários de façam "cópias de obras digitalizadas e proíbe o contorno de mecanismos de controle de acesso para facilitar a transferência" desse tipo de material.[43]

Cada vez mais, as instituições estão mais interessadas em assinar versões digitais de periódicos, algo observado à medida que alguns desses instrumentos de comunicação científica separaram suas edições impressas e das eletrônicas e permitiram assinaturas diferentes para cada uma delas. Essa tendência gerou questões sobre a sustentabilidade econômica da publicação impressa. Periódicos importantes, como a American Chemical Society, fizeram mudanças significativas em suas edições impressas para cortar custos. De fato, não faltam aqueles que preveem um futuro exclusivamente digital nesse ramo.[44] Por outro lado, o constante aumento dos preços das assinaturas e as práticas predatórias de periódicos, impulsionaram o Movimento de Acesso Aberto, que defende o acesso gratuito e irrestrito a artigos científicos.[45]

Ver também editar

Referências

  1. «nato-digital». Academia Brasileira de Letras. 29 de novembro de 2021. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  2. «Decreto nº 8539/2015: Dispõe sobre o uso do meio eletrônico para a realização do processo administrativo no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.». PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Consultado em 8 de outubro de 2022 
  3. a b c Rousseff, Dilma. (8 de outubro de 2015). Decreto nº 8.539. Site oficial do Planalto.
  4. a b c Documento Digitalizado x Documento Nato Digital. Universidade Federal da Fronteira Sul
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  6. Lance Eaton, "Books Born Digital," Library Journal, May 15, 2009, 26.
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  9. G. Mahesh and Rekha Mittal, "Digital Content Creation and Copyright Issues," The Electronic Library 27, no 4 (2008), 678.
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