Nicolai Zabolótzki

Nicolai Zabolóztki (Kazan, 7 de maio de 1903 - Moscou, 14 de outubro de 1958) foi um poeta russo moderno, um dos fundadores do grupo vanguardista OBERIU, tendo sido o mais expressionista dos poetas russos, além de ser um importante tradutor de poesia.

Nicolai Zabolótzki
Nascimento Николай Алексеевич Заболотский
24 de abril de 1903
Cazã
Morte 14 de outubro de 1958 (55 anos)
Moscovo
Sepultamento Cemitério Novodevichy
Cidadania Império Russo, Rússia bolchevique, União Soviética
Etnia russos
Alma mater
Ocupação poeta, escritor, tradutor, escritor de literatura infantil
Prêmios
Causa da morte enfarte agudo do miocárdio

Biografia editar

Filho de um agrônonomo, Nicolai Zabolóztki passou a infância em meio a uma vida rural, vivendo no campo, em uma região no norte da Rússia. Estudou na "Faculdadde de Letras de Petrogrado" e preferiu tornar-se escritor profissional a lecionar Literatura.

A partir de 1926, publicou um grande número de poemas na imprensa, muitos deles, literatura infantil.

No final de 1927, participa da criação do grupo literário pós-futurista OBERIU, e seu primeiro livro individual é publicado em 1929, marcado formalmente pela poesia de Velimir Khlébnikov e conteudisticamente pelo Expressionismo.

Em 1933, a publicação do poema satírico "O Triunfo da Agricultura" na revista "Zveda" é lida pelos críticos como uma sátira à agricultura Soviética, erroneamente, conforme OBERIU: an anthology of Russian absurdism, na tradução ao inglês organizada pelo poeta russo-americano Eugene Ostashevsky [1]. Conforme os autores, em biografia do poeta escrita pelo seu filho Nikita Zabolótzki, Nicolai estava imbuído de uma filosofia que acreditava que "a missão da humanidade" era "aliviar o fardo" de todas as formas de vida, e profetizou "que o Comunismo e a ciência do futuro iriam libertar os animais da exploração e da doença, tornando-os mais felizes e racionais". De qualquer forma, a perseguição ao poeta, já praticada contra todos os membros do grupo OBERIU (extinto em 1930, devido aos ataques dos críticos) e acentuada a partir da publicação deste poema, fará com que as formas de expressão de Zabolótzki comecem a passar por mudanças.

Finalmente, em 1938, Zabolótzky é enviado para um campo de trabalho na Sibéria [2], onde permaneceu por sete anos. Libertado, se estabelece em Moscou em 1946, passando a renegar seu antigo trabalho e transformando sua forma de pensar.

A poesia editar

A obra poética de Nicolai Zabolóztki pode ser dividida em duas fases, uma anterior ao seu envio para a Sibéria, outra posterior a este.

Em seu primeiro momento, considerado o mais significativo por Boris Schnaiderman, sua obra assumiu acentuados tons expressionistas, transmitindo uma visão de mundo ora em clima alucinatório, ora em descrições de aspectos desconcertantes da civilização urbana, distinguindo-se "pelo estranho, o fantástico e o descomunal". Aparece também nestes poemas, publicados a partir de 1926 até a sua prisão, uma sátira acentuada, como no poema traduzido em português pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e pelo professor Schnaiderman com o título de "Vai-se o Zodíaco de Ouro", uma "paródia aos mitos do Romantismo, nas palavras do professor russo [3].

Em um segundo momento, Zabolótzky renega esta mesma obra produzida na década de 1920, marcada pelo Expressionismo e pela linguagem Zaum de Khlébnikov, embora usasse esta de uma forma menos acentuada. Após o período de degredo, sua poesia está transformada por completo e assume acento "filosófico, tranquilo, neoclássico", conforme os seus principais tradutores no Brasil, embora possa-se observar que a partir de 1933 sua poesia já começasse a apresentar formas mais tradicionais e contornos líricos.

Obras poéticas publicadas em língua russa editar

  • Colunas, publicação dos escritores de Leningrado, 1929. 1200 exemplares de circulação.
  • O segundo livro, 1937
  • Poemas, 1948
  • Poemas, 1957
  • Poemas, 1959
  • Favoritos , 1960
  • Poesia e poemas, 1965
  • Obras Escolhidas, 2 vols., 1972
  • Obras, 3 vols., 1983-1984

Referências