A tribo Nishi habita principalmente o estado indiano de Arunachal Pradesh. Eles habitam Papum Pare, Kameng Oriental, Baixo Subansiri, Kurung Kume, partes do distrito de Alto Subansiri de Arunachal Pradesh, o distrito de Darrang e o norte do distrito de Lakhimpur em Assam. A sua população por volta de 120.000 faz deles uma das tribos mais populosas de Arunachal Pradesh, após as tribos combinadas de Adi e Galong (Abor), que eram as mais populosas no censo de 2001.

Homem Nishi vestindo o tradicional capacete com um bico de búcero.

Língua editar

A sua língua pertence à família tibeto-birmanesa; entretanto, a origem é disputada e nenhuma teoria é concreta.

Economia editar

Os nishis são agriculturalistas que praticam o jhum, que é uma forma de agricultura itinerante. Os principais cultivos incluem arroz e painço. O arroz é o alimento básico do povo, junto de peixe, carne de vários animais, tubérculos e legumes. Uma bebida produzida localmente, conhecida como "opo", é feita de painço. Isso é usado em todas as reuniões sociais e eventos importantes. Os nishis, tradicionalmente dependentes da floresta, comem frutas, raízes, brotos de bambu, peixes, sapos e até insetos. Modos tradicionais de prepará-los incluem cozinhar em vapor, assar e defumar.

Vestuário editar

Tradicionalmente, os nishis trançam o cabelo e o amarram na testa. Um espeto de metal passa horizontalmente pelo cabelo amarrado. Anéis são usados por volta da cintura, braços e pernas. Os homens vestem um capacete com o bico de um búcero (Buceros bicornis). Decorações adicionais variam dependendo do status da pessoa.

Os homens nishis costumavam carregar um Dao (aoryo em nishi) (espada curta) e uma faca (yochi em nishi) em um cinto de bambu. O armamento consiste em uma lança com ponta de ferro, uma espada larga e um arco com flechas, com veneno (aommyo) na ponta.

Religião editar

Prática religiosa autóctone editar

A maioria dos nishis é de seguidores leais da fé Donyi-Polo, uma religião que homenageia os seus ancestrais, enfatiza a crença em muitos espíritos e superstições, e inclui rituais religiosos que coincidem com as fases da Lua ou ciclos agrícolas. Abo-Teni é reverenciado pelos seguidores da fé Donyi-Polo como o ancestral principal das tribos animistas de origem tibetana ou quase-tibetana. O festival religioso de Longte Yullo é celebrado em abril. Nyokum Yullo é celebrado em 26 de fevereiro a cada ano desde 1967-68 na vila de Joram no distrito de Baixo Subansiri.

Práticas religiosas alóctones editar

Entre os nishis, existem atualmente aproximadamente 6.000 cristãos convertidos, considerados espiritualmente fracos pelos seus confrades, cuja maioria está concentrada em Itanagar. Pequenos grupos de hindus e budistas também existem entre os nishis.

Estrutura familiar editar

Ambas poliandria e poliginia são tradicionalmente praticadas entre os nishis, com um homem considerado rico podendo ter até oito esposas.

A poligamia prevalece na tribo Nishi. Significa status social e estabilidade econômica, e também mostra-se útil durante tempos difíceis como guerras de clãs. Eles traçam a sua ascendência patrilinearmente e se dividem em vários clãs.

A maioria dos nishis tende pelo etnocentrismo e não gosta da ideia de casamento com membros de tribos vizinhas, o que é comum às outras tribos.

A questão do búcero editar

Os nishis, que tradicionalmente vestem capacetes com um bico de búcero, afetaram consideravelmente a população dessa ave.

Várias organizações, como a Arunachal Wildlife and Nature Foundation e o Wildlife Trust of India, têm tentado parar a caça dessas aves pelos nishis, para protegê-las da extinção. Reservas naturais, como o Pakke Sanctuary, estão sendo construídas para proteger as aves, enquanto materiais artificiais, como a fibra de vidro, foram introduzidos como uma alternativa para o bico de búcero na vestimenta nishi. Apesar de uma forte oposição à campanha, os nishis reconheceram a possibilidade de extinção do búcero, e 70% dos nishis já aceitaram essa nova ideia.

Ligações externas (em inglês) editar