Numério Fábio Vibulano (em latim: Numerius Fabius Vibulanus) ou Cneu Fábio Vibulano (em latim: Gnaeus Fabius Vibulanus)[a] foi um político da gente Fábia nos primeiros anos da República Romana eleito cônsul em 421 a.C. com Tito Quíncio Capitolino Barbato. Foi também tribuno consular em 415 e 407 a.C.. Era filho de Quinto Fábio Vibulano, cônsul em 467, 465 e 459 a.C., e irmão de Marco Fábio Vibulano, cônsul em 442 a.C. e tribuno consular em 433 a.C., e de Quinto Fábio Vibulano Ambusto, cônsul em 423 e 412 a.C. e tribuno em 414 e 412 a.C.[3].

Numério Fábio Vibulano
Cônsul da República Romana
Consulado 421 a.C.
415 a.C. (trib.)
407 a.C. (trib.)

Consulado (421 a.C.) editar

Em 421 a.C., Numério Fábio foi eleito cônsul com Tito Quíncio Capitolino Barbato[4]. A ele foi confiada a campanha contra os équos que, apesar de ter sido vitoriosa, foi recompensada com uma simples ovação.

Os conseguiram organizar pouco mais do que um arremedo de batalha e os romanos os derrotaram sem grande glória para o cônsul. Por isso, lhe foi negado um triunfo, mas por haver cancelado a lembrança da derrota sofrida por Semprônio, lhe foi permitido entrar na cidade com as honras de uma ovação.
 
Lívio, Ab Urbe condita IV, 3, 43[4].

Em Roma, os senadores apresentaram a proposta de aumentar de dois para quatro o número de questores, mas retiraram-na depois que os tribunos da plebe, aceitando-a, propuseram que um destes novos questores fosse escolhido entre os plebeus. Ainda assim, as tensões no final do mandato são tamanhas que se faz necessário que o Senado nomeie um interrex para assegurar a realização das eleições consulares[5]. Lúcio Papírio Mugilano, eleito para esta função, consegue eleger finalmente os tribunos do ano seguinte[6].

Primeiro tribunato (415 a.C.) editar

Em 415 a.C., Numério Fábio foi eleito tribuno consular com Caio Valério Potito Voluso, Públio Cornélio Cosso e Quinto Quíncio Cincinato[7]. Naquele ano, os bolanos atacaram os colonos romanos de Labico, colônia fundada no ano anterior, esperando o apoio dos équos, que acabaram não intervindo. Foram facilmente derrotados pelos romanos:

Mas, enquanto esperavam que todos os équos chegassem e defendessem seu crime, perderam terras e cidades numa guerra que não merece nem ser descrita pois não resultou em nenhum cerco e apenas uma batalha.
 
Lívio, Ab Urbe condita IV, 4, 49.[7].

Depois da conquista da cidade, o tribuno da plebe Lúcio Décio propôs enviar colonos, como foi o caso de Labico em 419 a.C., mas sua proposta foi vetada por seus colegas[8][7].

Segundo tribunato (407 a.C.) editar

Numério foi eleito tribuno novamente em 407 a.C., desta vez com Lúcio Fúrio Medulino, que já havia sido cônsul duas vezes, Caio Servílio Estruto Aala e Caio Valério Potito Voluso, também em seu segundo tribunato consular[9]. Todos eram patrícios e já haviam ocupado o cargo máximo da magistratura romana antes[10].

Terminada a trégua com Veios, Roma enviou uma embaixada para obter retribuição pelos danos sofridos:

Quando chegaram na fronteira, encontraram a delegação de Veios. Um pedido foi feito de que ninguém fosse até Veios antes que eles fossem apresentados ao Senado Romano. E o Senado, por causa dos duros combates travados com os veios, concede que não será necessária nenhuma compensação, pois isto seria lucrar com a desgraça alheia.
 
Lívio, Ab Urbe condita IV, 4, 58[9].

Os romanos, porém, por causa da lentidão na tomada de decisões, perderam a guarnição de Verrugine, que foi massacrada pelos volscos e équos. O exército enviado para ajudar chegou atrasada e não pode fazer nada além de vingar a guarnição, massacrando o inimigo, surpreendido enquanto saqueavam a cidade.

Ver também editar

Cônsul da República Romana
 
Precedido por:
Lúcio Papírio Mugilano

com Lúcio Mânlio Capitolino
com Quinto Antônio Merenda

Numério Fábio Vibulano
421 a.C.

com Tito Quíncio Capitolino Barbato

Sucedido por:
Lúcio Quíncio Cincinato

com Marco Mânlio Vulsão
com Lúcio Fúrio Medulino
com Aulo Semprônio Atratino

Tribuno consular da República Romana
 
Precedido por:
Quinto Fábio Vibulano

com Aulo Semprônio Atratino III
com Espúrio Náucio Rutilo II
com Marco Papírio Mugilano II

Públio Cornélio Cosso
415 a.C.

com Numério Fábio Vibulano
com Caio Valério Potito Voluso
com Quinto Quíncio Cincinato

Sucedido por:
Cneu Cornélio Cosso

com Quinto Fábio Vibulano II
com Lúcio Valério Potito
com Marco Postúmio Regilense

Precedido por:
Públio Cornélio Cosso

com Caio Júlio Julo
com Caio Servílio Estruto Aala

Numério Fábio Vibulano II
407 a.C.

com Lúcio Fúrio Medulino
com Caio Servílio Estruto Aala II
com Caio Valério Potito Voluso II

Sucedido por:
Públio Cornélio Rutilo Cosso

com Numério Fábio Ambusto
com Cneu Cornélio Cosso
com Lúcio Valério Potito II


Notas editar

  1. Segundo Lívio, seu praenomen era Cneu enquanto os Fastos Capitolinos fornecem Numério[1]. Este nome aparece na gente Fábia depois do casamento da filha de Fábio Numério Otacílio com uma samnitas de Malventum[2].

Referências

  1. Diodoro Sículo Biblioteca Histórica XIII 24, XIV 3
  2. Broughton 1951, p. 70.
  3. Broughton 1951, p. 68.
  4. a b Lívio, Ab Urbe condita IV, 3, 43
  5. Lívio, Ab Urbe condita IV, 43, 6-8.
  6. Broughton 1951, p. 71.
  7. a b c Lívio, Ab Urbe condita IV, 4, 49.
  8. Broughton 1951, p. 74.
  9. a b Lívio, Ab Urbe condita IV, 4, 58.
  10. Lívio, Ab Urbe condita IV, 57, 11

Bibliografia editar

  • T. Robert S., Broughton (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas