Nota: Para outros significados, veja O Seminarista (desambiguação).

O Seminarista é um romance de Bernardo Guimarães. A obra, desde a primeira edição em 1872 até 1949, tem sido editada com dois textos distintos. A edição mais longa teve livros impressos pelas editoras: B.L. Garnier, Empreza Democratica, Francisco Alves, H. Garnier, Livraria Garnier, H. Antunes & Cia e F. Briguiet. A edição mais curta foi impressa pelas editoras Civilização Brasileira, Livraria Martins e Sociedade Brasileira de Difusão do Livro. O texto curto apresenta alterações que não modificam os principais incidentes e ações do romance, mas as supressões e mudanças descaracterizam a escrita e o estilo literário de Bernardo Guimarães.[1]

O Seminarista
Autor(es) Bernardo Guimarães
Idioma Português
País Brasil Brasil
Lançamento 1872
Cronologia
História e Tradições da Província de Minas Gerais
O Índio Afonso

O livro veio a público um ano depois de uma forte campanha através dos jornais contra o episcopado no Rio de Janeiro, num episódio conhecido na história do Brasil como a "Questão religiosa".[2] A obra teve grande repercussão. Nela, o autor fez algumas críticas sociais, sendo as mais importantes as dirigidas ao patriarcalismo da época, ao celibato clerical e o autoritarismo das famílias do século XIX, que impediam o jovem de seguir um caminho escolhido.[3]

A obra foi adaptada para o cinema no filme O Seminarista de Geraldo Santos Pereira, lançado em 1977.[4]

Enredo editar

(...) Eugênio correu a abrir a pequena tronqueira das vacas, que ficava além da ponte. Apartados os bezerros e passadas as vacas, Eugênio tornou a fechá-la e passando um braço sobre o ombro de Margarida, e esta enlaçando com o seu a cintura do companheiro, foram voltando calados e ainda sob a mesma impressão de tristeza, tangendo diante de si os bezerros até a casa de Umbelina, que ficava a uns quinhentos passos de distância. Margarida recolheu-se a casa, e Eugênio, enfiando o caminho por onde viera, ganhou de novo a ponte e a tronqueira, deitou-se a correr pelo rincão afora dirigindo-se para a fazenda que ficava a meia légua de distância. (...)”

O Seminarista - cap.1

Eugênio, filho de fazendeiro, convive na infância com Margarida, filha de um agregado da fazenda. Fruto desta aproximação, nasce o amor entre os jovens. Os pais de Eugênio mandam o filho ao seminário como forma de romper o namoro. Eugênio não esquece Margarida e os pais criam a notícia de um falso casamento de Margarida, o que leva Eugênio a se decidir pela vida eclesiástica.

Margarida, que estava doente, é encontrada por Eugênio em uma das visitas do seminarista à cidade natal. É descoberta a trama que levou à expulsão da moça, que ainda continuava solteira, da fazenda. Em ato de paixão, os dois se entregam ao amor.

Sem final feliz, o romance é encerrado com a morte de Margarida e o enlouquecimento de Eugênio ao receber a notícia quando se prepara para rezar a sua primeira missa.[5]

Referências

  1. Luana Batista de Souza. «Os dois textos de O Seminarista de Bernardo Guimarães» (PDF). SOLETRAS, Ano X, Nº 19, jan./jun.2010. São Gonçalo: UERJ, 168 2010 – Suplemento. Consultado em 7 de janeiro de 2015 [ligação inativa]
  2. dos Santos, Paula Perin. «O Seminarista». InfoEscola. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  3. Borges Filho, Ozíris; da Silva Júnior, Nilfan Fernandes (2013). «A figura do seminário em 'O seminarista' de Bernardo Guimarães» (PDF). Todas as Musas. Consultado em 19 de janeiro de 2014 
  4. Marconi, Celso. Cinema brasileiro: Super 8 & outros. Edições Bagaço, 2000. pp. 427. ISBN 857409367X
  5. «O Seminarista». Algo Sobre Vestibular, Enem e Concurso. Consultado em 7 de janeiro de 2015 

Ligações externas editar

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