Olga (filme)
Olga é um filme brasileiro realizado em 2004 pelo diretor Jayme Monjardim, inspirado na biografia escrita por Fernando Morais sobre a alemã, judia e comunista Olga Benário Prestes. No filme, estrelam Camila Morgado[4] como a protagonista, Caco Ciocler também, como Luís Carlos Prestes e Fernanda Montenegro como Dona Leocádia Prestes, mãe de Luís Carlos Prestes.
Olga | |
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Pôster oficial do filme | |
Brasil 2004 • cor • 141 min | |
Gênero | romance, drama histórico, biográfico |
Direção | Jayme Monjardim |
Produção | Rita Buzzar |
Coprodução | Carlos Eduardo Rodrigues[1] Bruno Wainer Marc Beauchamps |
Produção executiva | Guilherme Bokel |
Roteiro | Rita Buzzar |
Baseado em | Olga, de Fernando Morais |
Elenco | Camila Morgado Caco Ciocler Fernanda Montenegro José Dumont Eliane Giardini Floriano Peixoto |
Música | Marcus Viana |
Diretor de fotografia | Ricardo Della Rosa |
Direção de arte | Tiza de Oliveira |
Figurino | Paulo Lóis |
Edição | Pedro Amorim |
Companhia(s) produtora(s) | Nexus Cinema Globo Filmes Lumière Pictures |
Distribuição | Europa Filmes |
Lançamento | 20 de agosto de 2004[2] |
Idioma | português alemão |
Orçamento | R$ 12 milhões[3] |
Receita | R$ 21 milhões (renda nacional) |
Olga foi um grande sucesso de bilheteria; 385 mil pessoas o assistiram apenas no fim de semana de estreia no Brasil. A obra também recebeu três prêmios no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema de 2005, mas teve recepção negativa da imprensa alemã.[5]
Sinopse
editarOlga Benário é uma militante comunista desde jovem, que é perseguida pela polícia e foge para Moscou. Em Moscou, Olga faz treinamento militar. Lá ela é encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes ao Brasil para liderar a Intentona Comunista de 1935, se apaixonando por ele na viagem. Com o fracasso da revolução, Olga é presa com Prestes. Grávida de 7 meses, é deportada pelo governo Vargas para a Alemanha nazista e tem sua filha Anita Leocádia na prisão feminina do Campo de Concentração de Barnimstraße. Afastada da filha, Olga é então enviada para o Campo de Concentração de Ravensbrück, onde é morta na Câmara de Gás.
Elenco
editarProdução
editarO filme Olga levou oito anos para chegar aos cinemas. Em 1997, a produtora e roterista do filme, Rita Buzzar,[1] iniciou a negociação da cessão dos direitos da biografia homônima escrita por Fernando Morais,[6] negociação essa concluída em 1997 com a produtora Nexus, de Rita. Antes disso, os direitos do livro estavam com Sílvio Tendler, documentarista que já tinha levado ao cinema as histórias de Jango e de JK.[7] Em 1998, foi anunciado que a co-produção seria da brasileira Globo Filmes; embora o projeto inicial da Nexus previsse uma co-produção alemã, com parte das filmagens na Europa. Rita diz, "os produtores de lá queriam diretor e elenco alemães, e eu não concordei".[8]
Na época também foi anunciado que o mesmo seria dirigido por Luiz Fernando Carvalho e teria a atriz Patrícia Pillar como a protagonista, com o início das filmagens em setembro do mesmo ano, o que levou cinco anos.[9]
Olga foi o primeiro filme de Jayme Monjardim, especialista em telenovelas. Rita Buzzar, já havia trabalhado anteriormente com Monjardim na telenovela A História de Ana Raio e Zé Trovão, de 1990. Decididos a fazer uma reconstituição correta do contexto histórico, Monjardim e a equipe de produção foram à Alemanha, onde conheceram os lugares freqüentados por Olga e os campos de concentração onde ela esteve prisioneira. Os cenários foram reconstituídos em estúdio no Brasil. As cenas que se passavam no Rio de Janeiro foram realizadas em locações. A fotografia é de Ricardo Della Rosa, também estreante em longa-metragens. A trilha sonora esteve a cargo de Marcus Viana, compositor com quem o diretor também já havia trabalhado em diversas ocasiões na televisão.
Em 20 de outubro de 2003 a produção de Olga recriou a Alemanha com neve artificial em Bangu, o bairro mais quente da cidade do Rio de Janeiro. A antiga fábrica de tecidos de Bangu virou o campo de concentração de Ravensbrück, para onde Olga Benário foi levada.[10]
Recepção
editarCrítica
editarOlga não teve boas resenhas de alguns críticos especializados, que consideraram, à época do lançamento, o filme excessivamente "televisivo". Contando uma história de amor típica das telenovelas, o filme usa muitos recursos desta linguagem, tais como close-ups extremos, plano e contra plano nos diálogos e música incidental em quase todas as cenas. A maior parte dos comentários de especialistas foram bastante negativos, e quase unânimes em sua rejeição ao trabalho de Monjardim.
Nestas resenhas, destaca-se como objeção mais freqüente a superficialidade do roteiro, que teria se fixado no aspecto romântico da história de Olga e Prestes sem retratar com muita precisão o período histórico, nem as motivações das personagens. Alguns críticos julgaram também os diálogos pobres e excessivamente didáticos, e tampouco as interpretações mereceram elogios, sendo usualmente consideradas artificiais e excessivamente teatrais. Embora com recepção negativa da crítica, o filme ficou entre os dez mais assistidos nos cinemas brasileiros em 2004, com venda de 2.921.501 ingressos no país.[11]
Ao ver o filme, Anita Leocádia Prestes, filha de Olga, comentou que não gostou do final, lamentando que o filme terminasse com a sua mãe na câmara de gás. Ela declarou: "era preciso mostrar que há esperança e que houve vitória".[12]
Bilheteria
editarOlga tornou-se o filme nacional mais visto na época em seu primeiro fim de semana de exibição: exatamente 385.968 ingressos para o filme foram comercializados nos cinemas. Com isso, o filme superou Cazuza - O Tempo não Pára, de Sandra Werneck e Walter Carvalho, que vendeu 294.194 bilhetes em seus três primeiros dias de exibição.[13][14] No final de seu período em cartaz, o filme conseguiu atrair 2.921.501 pessoas para os cinemas brasileiros, arrecadando R$ 21 milhões de reais.[15]
Prêmios e Indicações
editarPrêmios
editar- Melhor Direção de Arte: Tiza de Oliveira - 2005
- Melhor Figurino: Paulo Loes - 2005
- Melhor Maquiagem: Marlene Moura - 2005
- Prêmio do Público: 2005
- Melhor Atriz: Camila Morgado - 2004
- Melhor Diretor: Jayme Monjardim - 2004
- Melhor Ator Coadjuvante: Osmar Prado - 2004
Indicações
editar- Melhor Ator: Caco Ciocler - 2005
- Melhor Atriz: Camila Morgado - 2005
- Melhor Fotografía: Ricardo Della Rosa - 2005
- Melhor Roteiro Adaptado: Rita Buzzar - 2005
- Melhor Som: Jorge Saldanha, Alessandro Laroca, Armando Torres Jr. - 2005
- Melhor Atriz Coadjuvante: Eliane Giardini - 2005
Ver também
editarReferências
- ↑ a b AE (4 de agosto de 2004). «Tudo pronto para a volta de Olga Benário». Estadão. Consultado em 29 de janeiro de 2015
- ↑ Filme Olga. Globo Filmes. Página visitada em 21 de outubro de 2012.
- ↑ Críticas AdoroCinema. Página visitada em 21 de outubro de 2012.
- ↑ «Olga vai representar o Brasil no Oscar 2005». Terra
- ↑ Tadeu, Felipe (7 de setembro de 2006). «Filme "Olga" decepciona crítica alemã». Deutsche Welle. Consultado em 26 de dezembro de 2008
- ↑ «Portal oficial do filme Olga». Consultado em 31 de dezembro de 2008
- ↑ Flores, Rudney (4 de março de 2004). «Uma história de amor.». Gazeta do Povo
- ↑ Couto, José Geraldo (6 de novembro de 2003). «Morais dá aval a "Olga" romantizada.». Folha de S.Paulo
- ↑ Dantas, Rui (23 de agosto de 1998). «Making Of - Globo Filmes vai produzir longa baseado em "Olga".». Folha de S.Paulo
- ↑ AdoroCinema. Curiosidades, bastidores, novidades, e até segredos escondidos de "Olga". Página visitada em 21 de outubro de 2012.
- ↑ Fonseca, Rodrigo (29 de dezembro de 2004). «O tempo não pára.». Jornal do Brasil
- ↑ «Filha de Olga não gostou do final de "Olga".». Jornal O Globo. 13 de agosto de 2004
- ↑ Bilheterias Cazuza - O Tempo Não Pára. AdoroCinema. Página visitada em 21 de outubro de 2012.
- ↑ Bilheteria Brasil: Olga. AdoroCinema. Página visitada em 21 de outubro de 2012.
- ↑ Especial - As 10 Maiores Bilheterias de 2004. CinePop. Página visitada em 21 de outubro de 2012.