Operação Anaconda (investigação policial)

A Operação Anaconda, realizada em 2003,[1][2] pela polícia federal brasileira, criou um processo midiático, com base somente em interceptações telefônicas, parte autorizadas e parte não autorizadas, de um suposto um esquema de venda de sentenças, não existindo condenação definitiva até os dias de hoje. Tampouco, foi apresentada uma única sentença vendida. Supostamente, os envolvidos foram taxados , como mentores, o ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, o então agente federal César Herman Rodriguez, o então delegado federal José Augusto Bellini e o advogado e ex-delegado federal Jorge Luiz Bezerra da Silva; e, como planejadores, executores e gerentes financeiros, Norma Regina Emílio Cunha, auditora fiscal aposentada e ex-mulher do juiz Rocha Mattos, o advogado Carlos Alberto da Costa Silva e o advogado Affonso Passarelli Filho[3]. Foi considerada, pela mídia, um dos maiores escândalos do Poder Judiciário do país.[2] Em verdade, montaram a operação visando sequestrar as fitas do assassinato do prefeito Celso Daniel, que se encontrava em poder do Juiz Rocha Mattos. Foi em verdade uma devassa prospectiva, organizada e estimulada/financiada pela Casa Civil da Presidência da República.

Rocha Matos editar

O ex-juiz Rocha Mattos foi acusado de ser o principal mentor da organização criminosa.[1][2] Preso ainda em 2003, e condenado a 12 anos de prisão por formação de quadrilha, denunciação caluniosa e abuso de autoridade,[2] ficou quase 8 anos na cadeia, passando para a prisão domiciliar em abril de 2011.[1][2] Foi condenado outra vez em abril de 2015, a 17 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Entre as irregularidades apontadas na sentença está a movimentação de milhões de dólares sem origem declarada numa conta na Suíça.[4][1]

Em 8 de outubro de 2015, a Procurador-Geral da República informou que repatriou US$ 19,4 milhões (R$ 77,5 milhões, segundo cálculos da Justiça) depositados por Rocha Mattos na Suíça. O valor foi depositado na Conta Única do Tesouro Nacional.[1]

Referências

  1. a b c d e «Brasil repatria US$ 19,4 milhões depositados por ex-juiz na Suíça». G1 São Paulo. Consultado em 15 de fevereiro de 2016 
  2. a b c d e «Rocha Mattos, preso na Operação Anaconda, passa ao regime aberto». G1 São Paulo. Consultado em 15 de fevereiro de 2016 
  3. «MPF pede condenação de juízes, advogados e delegados na Anaconda». Consultor Jurídico. Consultado em 15 de fevereiro de 2016 
  4. «Ex-juiz Rocha Mattos condenado por lavagem de dinheiro». G1 São Paulo. Consultado em 15 de fevereiro de 2016