Operação Mar de Lama

Operação Mar de Lama foi uma operação realizada pela Polícia Federal do Brasil em conjunto com o GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de Minas Gerais e o Ministério Público Federal no município de Governador Valadares e de Belo Horizonte para investigar uma organização criminosa de agentes públicos suspeitos de desviar mais de R$1 bilhão de reais da prefeitura de Governador Valadares.[4]

Operação Mar de Lama
País Brasil
Ocorreu a partir de 11 de abril de 2016
Tramitação do Processo Justiça Federal de Governador Valadares
Justiça Estadual de Minas Gerais
Justiça do Trabalho de Minas Gerais
Juizes do caso Luiz Augusto de Souza Lima[1] Tarsis Augusto de Santana Lima[2]
Participantes da Operação Ministério Público Federal, Polícia Federal do Brasil, Controladoria Geral da União, Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle[3]
Delegado responsável Cristiano Jomar
Dinheiro desviado R$ 1.864.519,76.
Início do esquema 2009

As investigações apontaram que a quadrilha tenha realizado pelo menos 150 crimes, incluindo corrupção passiva, peculato e fraude em licitação[5]

Força-tarefa da Operação Mar de Lama editar

O Ministério Público do Trabalho criou, em fevereiro de 2017, um grupo especial para atuar nas investigações e ações jurídicas trabalhistas em torno da Operação Mar de Lama.[7] A nova força-tarefa envolve procuradores de todo o país, que acompanharão as ações trabalhistas na operação.

Histórico editar

O esquema de corrupção funcionava desde 2009, fazendo fraudes em contratos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). A gerência de geoprocessamento da autonomia adulterava planilhas e colocava uma quantidade de material maior do que a efetivamente utilizada.[8]

Em dezembro de 2013, chuvas fortes e contínuas provocaram duas mortes em Governador Valadares[9] e deixaram mais de 250 desalojados na cidade, afetando 25 bairros. Foi decretado estado de emergência,[10] cuja verba liberada pelo Governo brasileiro foi desviada. As investigações começaram em 2014 quando a Controladoria Geral da União começou a fiscalizar a aplicação de uma verba federal para as chuvas de 2013.

Em abril de 2016, Governador Valadares mais uma vez esteve em destaque nos noticiários por causa de um embaraço. O desencadeamento da Operação Mar de Lama, realizada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público, iniciou uma investigação a uma organização criminosa suspeita de desviar R$ 1 bilhão de reais, grande parte dos quais desviados de recursos federais que seriam destinados a cobrir os impactos das enchentes de 2013.[11] Apenas nas primeiras semanas de investigação, 26 pessoas foram afastadas de suas funções no município, incluindo 13 vereadores.[12]

O Ministério Público Federal fez oitivas de funcionários da empresa Fejoli Florestal, e com autorização da justiça conseguiu ter acesso a movimentos bancários, quebra de sigilo fiscal e bancário da empresa. O MPF acompanhou a movimentação de repasses de dinheiro. Foi possível perceber que o dinheiro caía na conta bancária da empresa, que repassava para um dos denunciados.[13]

A partir da terceira fase, as investigações começaram a ser realizadas também no âmbito da Justiça Estadual. A terceira fase, por conta disso se chamou Operação Mar de Lama III: Fase Estadual.

O programa de TV, Fantástico, da Rede Globo exibiu no dia 22 de maio de 2016 uma matéria sobre a operação Mar de Lama.[14]

Em maio de 2016, o MPF denunciou 22 pessoas, entre ex-servidores públicos municipais e empresários, pela prática dos crimes de dispensa indevida de licitação, fraude ao caráter competitivo da licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e falsidade ideológica.[15]

Em junho de 2016, os sócios-administradores da empresa Valadarense de Transporte Coletivos foram presos. Roberto José Carvalho, estava no exterior, quando foi preso no Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte. Sua filha, Juliana Campos Carvalho, se entregou a Polícia Federal no dia seguinte, também em Belo Horizonte.[16]

Um dos resultados do afastamento de 12 vereadores por corrupção apresentada na investigação foi que uma comissão avaliou o processo de cassação dos vereadores suspeitos.[17]

Jefferson Santos Lima, um dos nomes de confiança de Omir Quintino, fez delação premiada na Operação Mar de Lama. Os dois eram diretores do SAAE.

Os efeitos da Mar de Lama respingaram em coligações políticas para o pleito de 2016 e atingiram candidaturas tidas como imbatíveis e certas no início do ano. Vereadores que trabalhavam pela reeleição ou que planejavam chegar ao Executivo, por exemplo, agora se preocupam em deixar a prisão.[18]

Em janeiro de 2017, foi deflagrado a primeira operação de desdobramento da operação, impedindo intimidação aos agentes da Polícia Federal envolvidos.

O Ministério Público do Trabalho criou, em fevereiro de 2017, um grupo especial para atuar nas investigações e ações jurídicas trabalhistas em torno da Operação Mar de Lama.[7] A nova força-tarefa envolve procuradores de todo o país, que acompanharão as ações trabalhistas na operação.

Em janeiro de 2017, foi deflagrada o desdobramento da Operação Mar de Lama, a Operação Sicários, que investiga pessoas que estavam agindo para impedir a continuação da operação Mar de Lama, intimidando agentes da Polícia Federal.

Esquema da Corrupção editar

Este tópico não está atualizado.

Chuvas de 2013 - Em dezembro de 2013, chuvas atingem o município de Governador Valadares. A prefeitura declara situação de emergência. A presidente agora afastada, Dilma Rousseff, vai até o município e libera uma verba federal: 4 milhões e 700 mil reais. Dessa verba federal, 80 por cento foi desviada. Segundo o delegado da Polícia Federal de Governador Valadares, os vereadores do município recebiam propina como resultado desse crime, e com esse dinheiro eles compravam carros de luxo e pagavam viagens internacionais.[carece de fontes?]

Instalação de um novo aterro sanitário - As empresas responsáveis pelo transporte e coleta de lixo em Governador Valadares abriram uma Licitação com o valor de 1 bilhão e meio de reais, cujo contrato não seguiu e o dinheiro foi desviado.[carece de fontes?]

Propina por parte da empresa de ônibus - A empresa responsável pelo transporte urbano da cidade foi responsável pela propina aos vereadores envolvidos. Esse dinheiro seria para eles votarem a favor do aumento da passagem do transporte e votarem contra a passagem gratuita para para pessoas com deficiência.[19]

Viagens, carros de luxo e imóveis - Com o dinheiro do esquema, os envolvidos compravam carros, viagens e imóveis com recursos federais que eram destinados pelo Ministério da Integração Nacional às vítimas das chuvas e reconstrução das áreas que sofreram danos em Governador Valadares.[20]

Licitações na SMED - Um cartel formado por empresas distribuidoras de alimentos para fraudar licitações de merenda escolar nas escolas públicas municipais, tinha ajuda do ex-secretário municipal de educação, Jaider Batista para ajudar nas fraudes.

Fases editar

As investigações começaram em 2014 quando a Controladoria Geral da União começou a fiscalizar a aplicação de uma verba federal para as chuvas de 2013.

1ª Fase - Em 11 de abril de 2016 foi deflagrada a primeira fase da operação pela Polícia Federal em Governador Valadares (MG).[21] Foram afastados no mesmo dia oito vereadores.[22] Em 12 de abril de 2016, foram ouvidos os presos na operação.[5] No mesmo dia, a então prefeita Elisa Costa do município de Governador Valadares começou a recompor o seu governo. Na mesma coletiva de imprensa, ela disse estranhar a operação na semana da votação do impeachment de Dilma.[2]

2ª Fase - Em 27 de abril de 2016 foi deflagrada a segunda fase da operação, afastando mais cinco vereadores.[23]

3ª Fase - Em 19 maio de 2016, a PF deflagrou a terceira fase da operação. Cerca de 160 agentes dos Ministérios Públicos de Minas Gerais ( GAECO ) e Federal, Polícia Federal e Polícia Militar, cumpriram as ordens judiciais. Foram presas 15 pessoas nesta fase, e foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, e três sequestro de bens.[3][24]

4ª Fase - Em 22 de maio de 2016, o GAECO e a PF deflagrou a quarta fase da operação, prendendo um dono de cartório.[25][26]

5ª Fase -

6ª Fase - Em 7 de julho de 2016, a Polícia Federal deflagrou a sexta fase da operação,prendendo o proprietário do supermercado Stop Shop, também foram presos o proprietário de uma distribuidora de carnes e um especialista em licitações. Os alvos da sexta fase foi a Secretaria Municipal de Educação, o supermercado Stop Shop e residências.[27]

7ª Fase - Em 10 de agosto de 2016, a Polícia Federal deflagrou a sétima fase da operação, prendendo o secretários municipais de educação e de desenvolvimento.[18]

8ª Fase - No dia 1º de setembro, o GAECO e a Polícia Federal deflagrou a oitava fase da operação, prendendo o presidente do Esporte Clube Democrata e o ex-procurador geral de Governador Valadares. O juiz da 3ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares, Michel Cristian de Freitas, quebrou o sigilo bancário do clube de futebol, do seu presidente e do seu vice, que são, respectivamente, pai e filho.[28]

9ª Fase - Em 29 de março de 2017, quatro pessoas foram presas e sete mandados de busca e apreensão foram realizados na nona fase da Operação Mar de Lama. A ação foi realizada pelo GAECO, Polícia Federal e Ministério Público Federal. Segundo o Ministério Público, os alvos desta fase são empreiteiros e o ex-diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Governador Valadares. As investigações apontam uma fraude em licitações para melhorias nas vias da cidade. Os contratos fraudados chegam a 4 milhões de reais.

Pessoas Envolvidas editar

Foragidos editar

  • Thiago Vieira Prado[29]

Afastados de cargos públicos editar

  • Omir Quintino: ex-diretor geral do SAAE
  • Alexandre Magno de Faria Mendes Bretas: ex-diretor do Departamento de Obras e Serviços
  • Schinyder Exupery Cardozo: ex-procurador geral do município
  • Jeferson Souza Lima: ex-diretor de Gestão de Recursos Humanos do SAAE
  • Evandro Karister Mendes Azevedo: ex-funcionário do SAAE
  • Ranger Belisário Duarte Viana: ex-secretário Municipal de Governo
  • Darly Alves de Souza: ex- secretário municipal de Obras
  • Orfeu Brandão Perim: ex- diretor de Departamento de Obras e Sistema Viário
  • Marco Rodrigo Rios Bertolacini: ex-secretário municipal de Serviços Urbanos
  • Marcos Antônio Vória: ex- diretor do Departamento de Serviços Funerários e Cemitérios.

Vereadores envolvidos editar

De acordo com as investigações, parte da propina paga por empresários ajudava a campanha de diversos vereadores de Governador Valadares.[30]

Relação dos vereadores envolvidos segundo as investigações:[31]

  • Ricardo Assunção (PSB)
  • Adauto Carteiro (PROS)
  • Ananias Camelô (PSB)
  • Zangado (PROS)
  • Chiquinho (PSDB)
  • José Iderlan (PPS)
  • Leonardo Glória (PSD)
  • Cezinha Alvarenga (PRB)
  • Milvinho (PROS)
  • Levi Vieira (PMN)
  • Geovanne Honório (PT)
  • Cabo Isá (PDT)

Empresas Investigadas editar

Fejoli Florestal Ltda editar

O sócio da Fejoli Florestal, Carlos Helder Lazaro, é investigado.[32]

O Ministério Público Federal fez oitivas de funcionários da empresa Fejoli Florestal, e conseguiu ter acesso a movimentos bancários, quebra de sigilo fiscal e bancário da empresa. O MPF acompanhou a movimentação de repasses de dinheiro. Foi possível perceber que o dinheiro caía na conta bancária da empresa. Que repassou para um dos denunciados.[13]

Pavimentação e Terraplanagem Ltda editar

Os sócios da Pavimentação e Terraplanagem Ltda, Emílio Claudio Alvarenga Frois, Djalma Florencio Diniz e Djalma Florencio Diniz Junio são investigados pela operação.[32]

DPARK Serviços de Estacionamento Ltda editar

Os mesmos sócios, investigados, da Pavimentação e Terraplanagem Ltda.[32]

Empresa Valadarense de Transportes Coletivos Ltda editar

Os sócios proprietários da Empresa Valadarense de Transportes Coletivos Ltda, Juliana Campos Carvalho e Roberto José Carvalho são investigados na Operação Mar de Lama.[6] Também foi denunciada Ana Paula Campos Carvalho.[33]

Construtora Vieira Prado editar

Há um mandato de prisão preventiva aberto contra o sócio da Construtora Vieira Prado, Thiago Vieira do Prado, portanto, ele está foragido.[34]

Cartório de distrito editar

Foi cumprido um mandado de prisão temporária, de busca e apreensão na casa de um proprietário de cartório.[35]

RH Assessoria e Serviços Ltda editar

O sócio-proprietário da empresa e uma funcionária foram denunciados pelo MPF.[36]

Express Distribuidora de Produtos Alimentícios Ltda editar

O sócio-proprietário e o responsável pela empresa foram denunciados pelo MPF.[36]

Restaurante editar

O sócio-administrador de um restaurante foi denunciado pelo MPF.[36]

Confiare Soluções Empresariais editar

O proprietário e a responsável pela empresa foram denunciados pelo MPF.[36]

Posto Tabajara editar

O gerente e o proprietário pelo posto de combustíveis foram denunciados pelo MPF.[36]

Bj Manutenção editar

O sócio-administrador da empresa foi denunciado pelo MPF.[36]

Geoconsult editar

A empresa seria uma fonte de renda para Omir Quintino, ex-diretor do SAAE.[37]

Stoque Soluções Tecnológicas editar

A empresa fez uma negociação com o SAAE para digitalização de documentos.[38]

Velp editar

A empresa teria contratos com o SAAE para a implantação de um sistema em substituição da mão de obra dos leituristas.[39]

Stop Shop Supermercado editar

O supermercado fornecia merenda escolar para escolas municipais.[27] O proprietário do supermercado planejava fugir para os Estados Unidos, razão pela qual a sexta fase da operação foi deflagrada no dia 7 de julho de 2016.[27]

Distribuidora de Carnes S&L editar

A distribuidora teria fornecido merenda escolar para escolas municipais.[27]

MinasTec editar

A empresa dava dinheiro para Omir Quintino que repassava para a Secretaria Municipal de Educação para pagar o jornal Figueira do Rio Doce.[40]

Delações editar

Jefferson Santos Lima editar

Jefferson Santos Lima, um dos nomes de confiança de Omir Quintino, fez delação premiada na Operação Mar de Lama. Os dois eram diretores do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).[41]

Propina para Omir Quintino editar

Segundo a delação, Omir Quintino recebeu 300 mil reais de propina da Velp.[41]

Recursos para o PT editar

Segundo a delação, o PT municipal recebeu dinheiro do esquema para investir na campanha de Elisa Costa.[41]

Eleição de presidente da Câmara de Vereadores editar

De acordo com a delação, um grupo de nove vereadores recebeu propina para eleger um presidente da Câmara dos Vereadores, a pedido do presidente do time de futebol local.[41]

Esquema para desviar dinheiro de instituto editar

Segundo a delação, um suposto esquema para desviar dinheiro do Instituto de Previdência dos Servidores Municipais (IPREM).[41]

Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação editar

Segundo a delação, a Secretaria Municipal de Educação (mais conhecida como SMED) através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação organizava um grupo de empresas para fraudar a licitação de merenda escolar.[42]

Vilmar Rios Dias Júnior editar

Propina para Pedro da Utilar e Pastora Eliane editar

Segundo a delação, os dois vereadores recebiam propina da Empresa Valadarense de Transportes Coletivos.[43]

Propina para Secretário Municipal de Serviços Urbanos editar

Segundo a delação, o ex-secretário de Serviços Urbanos, recebia propina da Empresa Valadarense de Transportes Coletivos.[43]

Papel com relação de credores editar

Segundo a delação,o delator engoliu um papel com uma relação de credores que deveriam ser pagos com os recursos de propinas pagas pelas empresas que possuíam contratos com o SAAE.[43]

Âmbito do Ministério Público editar

Denúncias do Ministério Público de Minas Gerais editar

Presidente de sindicato - O MPMG denunciou o presidente do sindicato de rodoviários de Governador Valadares, Jorge Ferreira Lopes, acusado de fraudar processos trabalhistas.[44] Jorge Ferreira combinava com o proprietário da empresa de ônibus, como foi flagrado em vídeos gravados pelo empresário.[44]

SAAE - O Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) denunciou o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Governador Valadares. O órgão fraudava licitações feitos por ele mesmo. As empresas sabiam que iam ganhar as licitações. As empresas forneciam metade do serviço contratado.[45]

Empresa Valadarense de Transportes Coletivos - A empresa pagava para 12 vereadores votar em projetos que beneficiavam a empresa. O valor dependia da função do vereador e seu impacto. Também foi citado o processo de reajuste da passagem do transporte, dizendo que o processo sofreu influências de modo que favoreciam os interesses da empresa.[45] A denúncia também cita um fato que o Ministério Público do Trabalho ordenou a empresa construir banheiros para motoristas e cobradores, porém Omir Quintino, chefe do esquema e ex-diretor geral do SAAE organizou para que os banheiros fossem construídos com dinheiro público.[45]

Denúncias do Ministério Público Federal editar

Liderança da organização - O que foi apurado pelo Ministério Público Federal, aponta que Omir Quintino era o chefe da organização criminosa. Foi apurado também que Juliana era a longa manus de Omir. Foi apurado que Omir a ordenou que fosse a Belo Horizonte ficar na sede de uma empresa denunciada, o desembarque de Juliana e a Pavotec buscando-a no aeroporto foi flagrado por uma equipe da Polícia Federal.[46]

Relacionados a Operações Mar de Lama I e II - Em maio de 2016, o MPF denunciou 22 pessoas, entre ex-servidores públicos municipais e empresários, pela prática dos crimes de dispensa indevida de licitação, fraude ao caráter competitivo da licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e falsidade ideológica.[15]

Inquéritos editar

Civil do MPF - O Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil com o objetivo de fiscalizar a aplicação do dinheiro.[47]

Das fases 3 e 4 - Quarenta pessoas investigadas nas fases 3 e 4 na Operação Mar de Lama, foram indiciadas por lavagem de dinheiro, Corrupção, violação de sigilo funcional. O inquérito foi encaminhado do delegado da Polícia Federal em Governador Valadares para a Justiça Estadual.[48]

Fase 6 - O inquérito da sexta fase da Operação Mar de Lama, foi concluído e entregue dia 5 de agosto. Foram indiciadas quatorze pessoas por fraudes na merenda escolar.[49]

Âmbito da Justiça editar

Justiça Estadual editar

Os mandatos a partir da terceira fase foram expedidos pelo juiz Luiz Augusto de Souza Melo. A partir da terceira fase foram realizadas fases no âmbito da Justiça Estadual.[3]

Supremo Tribunal Federal editar

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgou no dia 23 de junho o pedido de habeas corpus de Roberto José Carvalho, proprietário da Empresa Valadarense de Transportes Coletivos.[50] A posição do tribunal foi contra, então o caso, após isso foi parar no Supremo Tribunal Federal.

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski, fez uma ação solicitando o habeas corpus de Roberto José Carvalho, proprietário da Empresa Valadarense de Transportes Coletivos. O ex-ministro afirmou que a prisão foi decretada por conveniência de instrução criminal. Ele apontou ainda que o empresário tem quase 70 anos e mora em uma cidade distante de Governador Valadares.

O Ministério Público Federal, em janeiro, fez um parecer ao Supremo Tribunal Federal, manifestando-se a contrário da concessão de habeas corpus ao empresário.

No dia 28 de março de 2017, o Supremo Tribunal Federal concedeu o habeas corpus ao empresário Roberto José Carvalho. Os ministros Gilmar Mendes e Edson Fachin acompanharam o relator.[51]

Escândalos Relacionados editar

Mensalinho editar

A empresa Valadarense de transportes coletivos foi apontada pelas investigações. A empresa pagava propina para os vereadores envolvidos e agentes públicos da cidade, para que fosse beneficiada na prestação de serviços.[52]

Dois dos mandatos de prisão preventiva foram expedidos contra os sócios-proprietários da Empresa Valadarense de Transportes Coletivos, que faz o serviço de Transporte público em Governador Valadares foram em Belo Horizonte.[6]

O presidente do sindicato de trabalhadores da empresa de ônibus teria recebido propina para defender interesses da empresa.[53]

Secretaria Municipal de Educação editar

Jornal - A secretaria municipal de educação recebia dinheiro de Omir Quintino para pagar o jornal Figueira do Rio Doce.[54]

Licitação de merenda escolar - A Secretaria Municipal de Educação (SMED) através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação organizava um grupo de empresas para fraudar a licitação de merenda escolar.[55] O prejuízo aos cofres públicos por conta destas fraudes em 2015 e 2016 foi de 5 milhões e meio de reais.[56]

Reconhecimento nacional editar

Fantástico editar

O programa de TV, Fantástico, da Rede Globo exibiu no dia 22 de maio de 2016 uma matéria sobre a operação Mar de Lama.[14]

Ver também editar

Referências

  1. Rosane Santiago (23 de maio de 2016). «MAR DE LAMA». Diário do Rio Doce. Consultado em 27 de maio de 2016. Arquivado do original em 30 de junho de 2016 
  2. a b «Justiça nega pedido de revogação e suspeitos da Operação Mar de Lama seguem presos». Hoje em dia. 12 de abril de 2016. Consultado em 23 de maio de 2016 
  3. a b c «"Mar de Lama" tem novos alvos de desvio de verba em Valadares». Hoje em dia. 19 de maio de 2016. Consultado em 27 de maio de 2016 
  4. Jéssica Gonçalves (11 de abril de 2016). «Operação da PF investiga fraudes que somam R$ 1,5 bi em Minas». EBC. Consultado em 23 de maio de 2016 
  5. a b «Polícia Federal realiza operação na Prefeitura de Governador Valadares». G1. Globo.com. 11 de abril de 2016. Consultado em 23 de maio de 2016 
  6. a b c d e «Sete vereadores são presos na 3ª fase da Mar de Lama». Diário do Rio Doce. 19 de maio de 2016. Consultado em 27 de maio de 2016. Arquivado do original em 29 de junho de 2016 
  7. a b http://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2017/02/mpt-desenvolve-grupo-especial-para-casos-da-mar-de-lama-em-mg.html
  8. «MAR DE LAMA – Delator afirma que esquema funciona desde 2009 e fraude elevava contratos em 30%». Radar dos vales. 23 de junho de 2016. Consultado em 21 de julho de 2016. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2017 
  9. G1. (22 de dezembro de 2013). «Defesa Civil confirma 21 mortes por causa da chuva em MG». Consultado em 27 de junho de 2016. Cópia arquivada em 11 de setembro de 2014 
  10. UOL (18 de dezembro de 2013). «Governador Valadares (MG) registra quase o dobro de chuva para dezembro em apenas dois dias». Consultado em 27 de junho de 2016. Cópia arquivada em 27 de junho de 2016 
  11. Jéssica Gonçalves (11 de abril de 2016). «Operação da PF investiga fraudes que somam R$ 1,5 bi em Minas». Empresa Brasil de Comunicação. Consultado em 27 de junho de 2016. Cópia arquivada em 27 de junho de 2016 
  12. Radar dos Vales (27 de abril de 2016). «Saiba quem são os 5 vereadores afastados pela justiça federal na manhã desta quarta-feira na Operação "Mar de Lama"». Consultado em 27 de junho de 2016. Cópia arquivada em 27 de junho de 2016 
  13. a b «MAR DE LAMA: Procurador da República diz que Omir Quintino liderava esquema». Diário do Rio Doce. 18 de maio de 2016. Consultado em 19 de julho de 2016. Arquivado do original em 20 de agosto de 2016 
  14. a b «Fantástico faz matéria sobre a operação 'Mar de Lama' em Valadares». RedeGlobo. Globo. 23 de maio de 2016. Consultado em 27 de maio de 2016 
  15. a b «MPF/MG denuncia 22 pessoas por desvios de verbas federais em Governador Valadares». Ministério Público Federal. 17 de maio de 2016. Consultado em 19 de julho de 2016 
  16. «Sócios de empresas ônibus suspeitos de pagar propina em Valadares são presos em BH». Estado de Minas. 31 de maio de 2016. Consultado em 31 de julho de 2016 
  17. «Comissão avalia cassação de vereadores de Governador Valadares». R7. Consultado em 21 de julho de 2016 
  18. a b http://portalguandu.com.br/noticia/44913/prefeitura-de-governador-valadares-exonera-secretarios-presos-na-operacao-mar-de-lama
  19. G1 Vales de Minas Gerais (31 de maio de 2016). «Empresários de transporte coletivo valadarense estão presos em BH». G1. Consultado em 10 de julho de 2018 
  20. Ana Lúcia Gonçalves (11 de abril de 2016). «Operação Mar de Lama descobre desvios de cerca de R$ 1,5 bilhão em Valadares». Hoje em dia. Consultado em 27 de maio de 2016 
  21. Léo Rodrigues (11 de abril de 2016). «Operação Mar de Lama busca quadrilha acusada de fraudes em Governador Valadares». EBC. Consultado em 23 de maio de 2016 
  22. Zana Ferreira (11 de abril de 2016). «Justiça afasta oito vereadores por favorecer quadrilha em MG». G1. Globo.com. Consultado em 23 de maio de 2016 
  23. «Saiba quem são os 5 vereadores afastados pela justiça federal na manhã desta quarta-feira na Operação "Mar de Lama"». 27 de abril de 2017. Consultado em 23 de maio de 2016. Arquivado do original em 29 de abril de 2016 
  24. «PF deflagra em Governador Valadares 3ª fase da Operação Mar de Lama». Estado de Minas. Consultado em 23 de maio de 2016 
  25. «Polícia Federal conclui inquérito e indicia 40 pessoas na 'Mar de Lama'». G1. Globo. 28 de maio de 2016. Consultado em 28 de maio de 2016 
  26. http://globo.com/mg/vales-mg/noticia/2016/06/presidente-de-sindicato-em-mg-teria-recebido-r-400-mil-em-propinas.html
  27. a b c d «Lama: 6ª fase apura fraudes em merenda escolar». Diário do Rio Doce. 7 de julho de 2016. Consultado em 19 de julho de 2016. Arquivado do original em 20 de agosto de 2016 
  28. «Mar de Lama: Ex procurador geral volta a ser preso na oitava fase». Valadares na TV. 1 de setembro de 2016. Consultado em 7 de setembro de 2016 
  29. «Mar de Lama: Juiz libera 4 presos e converte 10 prisões temporárias em preventivas». Valadares na TV. 24 de maio de 2016. Consultado em 27 de maio de 2016 
  30. «Propina a vereadores em Governador Valadares era paga mensalmente». Estado de Minas. 9 de junho de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016 
  31. Rosane Santiago. «Comissão de Ética recebe denúncia contra 11 vereadores». Diário do Rio Doce. Consultado em 19 de julho de 2016. Arquivado do original em 20 de agosto de 2016 
  32. a b c Ana Lúcia Gonçalves (12 de abril de 2016). «Justiça nega pedido de revogação e suspeitos da Operação Mar de Lama seguem presos». Hoje em dia. Consultado em 27 de maio de 2016 
  33. «Cópia arquivada». Consultado em 26 de julho de 2016. Arquivado do original em 15 de julho de 2016 
  34. [valadaresnatv.com.br/mar-de-lama-juiz-libera-4-presos-e-converte-10-prisoes-temporarias-em-preventivas/ «Mar de Lama: Juiz libera 4 presos e converte 10 prisões temporárias em preventivas»] Verifique valor |url= (ajuda). Valadares na TV. 24 de maio de 2016. Consultado em 20 de julho de 2016 
  35. «Dono de cartório é preso em nova fase da Operação Mar de Lama em Governador Valadares». Aconteceu no Vale. 23 de maio de 2016. Consultado em 27 de maio de 2016 
  36. a b c d e f «MAR DE LAMA – MPMG denuncia 36 pessoas envolvidas com desvio de recursos públicos em Governador Valadares; Saiba quem são». Radar dos Vales. 9 de junho de 2016. Consultado em 9 de junho de 2016. Arquivado do original em 30 de junho de 2016 
  37. «Empresa de consultoria seria 'fonte de renda' de Omir Quintino». Diário do Rio Doce. 24 de junho de 2016. Consultado em 6 de julho de 2016. Arquivado do original em 17 de agosto de 2016 
  38. Rosane Santiago (25 de junho de 2016). «'Pedras preciosas era uma das formas de lavagem de dinheiro', diz delator». Diário do Rio Doce. Consultado em 21 de julho de 2016. Arquivado do original em 17 de agosto de 2016 
  39. http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2016/06/23/interna_politica,775829/delacao-amplia-suspeitas-nas-investigacoes-da-operacao-mar-de-lama.shtml
  40. Rosane Santiago (14 de julho de 2016). «'Jaider recebia propina para custeio de jornal', diz delator». Diário do Rio Doce. Consultado em 21 de julho de 2016. Arquivado do original em 20 de agosto de 2016 
  41. a b c d e «Delação amplia suspeitas nas investigações da Operação Mar de Lama». Estado de Minas. 23 de junho de 2016. Consultado em 8 de julho de 2016 
  42. «Sexta fase da Operação Mar de Lama investiga fraudes na merenda escolar em Governador Valadares». Aconteceu no Vale. 7 de junho de 2016. Consultado em 19 de julho de 2016 
  43. a b c «Delator conta esquema de pagamento de propina na prefeitura de Valadares». G1. Globo.com. 15 de agosto de 2016. Consultado em 16 de agosto de 2016 
  44. a b «MP estadual denuncia hoje envolvido na Operação Mar de Lama». Radar dos Vales. Consultado em 19 de julho de 2016. Arquivado do original em 16 de agosto de 2016 
  45. a b c Zana Ferreira (9 de junho de 2016). «MP denuncia 36 pessoas investigadas na operação Mar de Lama em MG». G1. Globo. Consultado em 19 de julho de 2016 
  46. Rosane Santiago (18 de maio de 2016). «Cópia arquivada». Diário do Rio Doce. Consultado em 19 de julho de 2016. Arquivado do original em 20 de agosto de 2016 
  47. «Mar de Lama, da PF, aponta 128 crimes de corrupção em Governador Valadares». Estado de Minas. Consultado em 19 de julho de 2016 
  48. «Polícia Federal conclui inquérito e indicia 40 pessoas na 'Mar de Lama'». G1. Globo.com. 28 de maio de 2016. Consultado em 6 de agosto de 2016 
  49. «Polícia Federal indicia 14 pessoas por fraudes na merenda escolar». Diário do Rio Doce. 5 de agosto de 2016. Consultado em 6 de agosto de 2016. Arquivado do original em 22 de agosto de 2016 
  50. «TJMG julga hoje pedido de habeas corpus de Roberto José de Carvalho, dono da Valadarense». Radar dos vales. 23 de junho de 2016. Consultado em 21 de julho de 2016. Arquivado do original em 15 de agosto de 2016 
  51. «2ª Turma concede HC a proprietário de empresa de ônibus de MG». Supremo Tribunal Federal. 28 de março de 2017. Consultado em 29 de março de 2017 
  52. «Chefe de cartório é preso durante 4ª fase da 'Mar de Lama', em Valadares». G1. 23 de maio de 2016. Consultado em 23 de maio de 2016 
  53. «Presidente de sindicato em MG teria recebido R$ 400 mil em propinas». G1. Globo. 21 de junho de 2016. Consultado em 15 de julho de 2016 
  54. Rosane Santiago (14 de julho de 2016). «'Jaider recebia propina para custeio de jornal', diz delator». Consultado em 15 de julho de 2016. Arquivado do original em 20 de agosto de 2016 
  55. «Sexta fase da Operação Mar de Lama investiga fraudes na merenda escolar em Governador Valadares». Aconteceu no VALE. 7 de julho de 2016. Consultado em 15 de julho de 2016 
  56. «Cópia arquivada». Consultado em 21 de julho de 2016. Arquivado do original em 14 de julho de 2016