Ofensiva sobre o Crescente Petrolífero (setembro de 2016)

A Ofensiva sobre o Crescente Petrolífero, também conhecida como Operação al-Barq al-Khatif (Operação Raio Repentino ou Operação Relâmpago Surpresa)[nota 1], foi uma campanha militar ocorrida de 10 a 18 de setembro de 2016 durante a Segunda Guerra Civil Líbia.

Ofensiva sobre o Crescente Petrolífero (setembro de 2016)
Segunda Guerra Civil Líbia
Data 11 - 18 de setembro de 2016
Local Crescente Petrolífero
Desfecho Vitória do governo de Tobruk.
Beligerantes
Líbia Governo de União Nacional Líbia Governo de Tobruk
Comandantes
Ibrahim Jadhran Khalifa Haftar

Prelúdio editar

Localizada no Golfo de Sidra, a chamada região do "Crescente Petrolífero" concentra a grande maioria dos terminais de petróleo da Líbia. Seus dois principais portos, Ras Lanouf e al-Sidra, estavam fechados desde o final de 2014 e seus reservatórios foram incendiados durante um ataque do Estado Islâmico em janeiro de 2016.[5] Mas no final de julho de 2016, os Guardas das Instalações Petrolíferas capturam o Crescente Petrolífero e, em seguida, anunciam a conclusão de um acordo com o Governo de União Nacional para reabrir os portos e, assim, tentar revitalizar as exportações de petróleo.[5][6]

Desenvolvimento editar

Em 11 de setembro de 2016, as forças do Exército Nacional Líbio lançam uma ofensiva contra o Crescente Petrolífero[7] atacando logo após Ras Lanouf, al-Sidra, Zueitina e Ajdabiya.[7] Os Guardas das Instalações Petrolíferas, liderados por Ibrahim Jadhran, são rapidamente postos em debandada.[8] Em poucas horas, o Exército Nacional Líbio assumiu o controle de Ras Lanouf e al-Sidra.[6][5] Os Guardas resistem um pouco mais em Zueitina, mas a cidade é tomada em 12 de setembro,[9] seguida por Brega em 13 de setembro.[10][11]

Em 11 de setembro, o Governo de União Nacional condena a "agressão flagrante contra os recursos do povo líbio, o que prejudica a soberania nacional".[9][12] Então, apelou aos Guardas das Instalações Petrolíferas para que retomassem "com coragem e sem qualquer hesitação" os terminais petrolíferos.[12] Em 12 de setembro, os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Itália, a Espanha e o Reino Unido solicitaram às "forças militares que entraram no Crescente Petrolífero para que se retirem imediatamente, sem condições prévias".[11][13] Em 13 de setembro, o Governo de União Nacional publicou outro comunicado, mais comedido, em que apela ao "diálogo".[9][12]

Em 14 de setembro, o governo de Tobruk anunciou que entregou a gestão dos principais terminais petrolíferos à Companhia Nacional de Petróleo da Líbia, embora a mesma reconheça o Governo de União Nacional e esteja sediada em Trípoli.[14][15] No dia seguinte, a Companhia Nacional de Petróleo anuncia a retomada das exportações.[15]

Em 18 de setembro de 2016, um contra-ataque é tentado pelos Guardas das Instalações Petrolíferas em Ras Lanouf e al-Sidra, porém este é rapidamente repelido pelo Exército Nacional Líbio.[16]

Notas

  1. A operação recebeu diferentes traduções nos meios jornalísticos anglófonos: Operation Sudden Lightning,[1][2] Operation Surprise Lightning[3] e Operation Swift Lightning.[4]

Referências

  1. «Capture of Libyan oil facilities resets power equations». The National. 12 de setembro de 2016 
  2. «LNA seizes Sidra and Ras Lanuf in lightning attack; fighting still in Zueitina». Libya Herald. 11 de setembro de 2016 
  3. «Op-Ed: Haftar's return of oil ports to Libyan National Oil Company». Digital Journal. 16 de setembro de 2016 
  4. «Libyan commander's seizure of oil ports risks new conflict». Reuters. 12 de setembro de 2016 
  5. a b c Libye : les rebelles du général Haftar s'emparent de terminaux pétroliers, France 24 com AFP e Reuters, 11 de setembro de 2016.
  6. a b Libye: les forces parallèles de l'est prennent deux terminaux pétroliers, VOA avec AFP, 11 de setembro de 2016.
  7. a b Libye: les forces de l'Est à l'offensive, Le Figaro com Reuters, 11 de setembro de 2016.
  8. Jonathan Walsh et Amar Mohammed Sahib Al Hameedawi, Libye : partie filmer la milice gardant le croissant pétrolier libyen, France 24 assiste à sa déroute, France 24, 26 de setembro de 2016.
  9. a b c Libye : les forces rebelles du général Haftar s’emparent de trois terminaux pétroliers, Jeune Afrique avec AFP, 12 de setembro de 2016.
  10. Tensions autour du Croissant pétrolier, AFP, 14 de setembro de 2016.
  11. a b Aidan Lewis et Ayman al-Warfalli, L'Europe et les USA demandent le retrait de Haftar en Libye, Reuters, 13 de setembro de 2016.
  12. a b c Gaël Cogné, Milices, barbouzes et or noir : en Libye, la bataille pour le "croissant pétrolier" fait rage, Franceinfo, 15 de setembro de 2016.
  13. Pétrole en Libye: la communauté internationale condamne l’offensive d’Haftar, RFI, 13 de setembro de 2016.
  14. Libye: les terminaux pétroliers remis à la compagnie nationale, Le Figaro com AFP, 14 de setembro de 2016.
  15. a b Pétrole : la Libye va relancer ses exportations, La Tribune com agências, 15 de setembro de 2016.
  16. Nouveaux combats en Libye pour le contrôle du Croissant pétrolier, Le Parisien com AFP, 18 de setembro de 2016.