Operação Vagô
A denominada Operação Vagô foi uma ação de luta contra a ditadura de António de Oliveira Salazar, em Portugal. Teve lugar em 10 de novembro de 1961 e envolveu o desvio de uma aeronave da TAP em voo entre Casablanca e Lisboa, constituindo-se num dos primeiros desvios de um voo comercial de que há registo no mundo.
História
editarO ano de 1961 fora até então marcado por uma série de ações de luta contra o regime:
- Em janeiro, o sequestro do N/T Santa Maria atraiu a atenção internacional; e
- em abril, durante a chamada "Abrilada de 1961",[1] o ministro da Defesa Nacional, Júlio Carlos Alves Dias Botelho Moniz (1900-1970), exigira a demissão do chefe do Governo, numa tentativa frustrada de golpe.
Desde 10 de outubro de 1961 (um mês antes), o Ministério dos Negócios Estrangeiros recebera a informação de que a Embaixada de Portugal em Rabat alertara que elementos ligados a Henrique Galvão preparavam, para o dia 13 daquele mesmo mês, um assalto a uma aeronave da TAP em Casablanca ou em Tânger. A informação havia sido prontamente transmitida à PIDE e ao então diretor da TAP, que imediatamente encarregou o comandante José Sequeira Marcelino de tomar as medidas de defesa julgadas apropriadas, em colaboração com a polícia internacional e a Força Aérea Portuguesa.
Deste modo, a tripulação do voo daquela data foi reforçada, transportando a aeronave que descolou de Lisboa rumo ao Marrocos, com escalas nas cidades de Tânger e Casablanca, paraquedistas armados, sentados junto à porta de acesso à cabine de comando do avião. Foram ainda armados todos os elementos que constituíam a tripulação, num claro atentado às normas internacionais de segurança então vigentes.
A ação teria lugar a 10 de novembro, quando a aeronave da mesma linha sobrevoou Lisboa, Barreiro, Setúbal, Beja e Faro, lançando milhares de panfletos contra o regime salazarista, e retornando incólume a Casablanca.
Adaptação no Cinema
editarEm 2013, foi adaptado numa curta-metragem intitulada "Vagô" e contou com a participação dos atores Francisco Areosa, Diana Costa e Silva, Pedro Cunha, Yana Vacula, Peter Michael, Lourenço Seruya, Isac Graça, Rui Macedo e Susana Gomes.
Referências
- ↑ Também referida como "Golpe Botelho Moniz".
Ver também
editarLigações externas
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