Os Fidalgos da Casa Mourisca (filme)
Os Fidalgos da Casa Mourisca é um filme mudo português do género drama, realizado por Georges Pallu, com base no romance homónimo do autor Júlio Dinis.[1][2] Produzido pela Invicta Film, estreou-se a 14 de janeiro de 1921, no Cinema Condes, em Lisboa.[3]
Os Fidalgos da Casa Mourisca | |
---|---|
Portugal 1921 • p&b • 140 min | |
Género | drama |
Direção | Georges Pallu |
Produção | Henrique Alegria Alfredo Nunes de Matos |
Baseado em | Os Fidalgos da Casa Mourisca de Júlio Dinis |
Música | Armando Lopes |
Diretor de fotografia | Maurice Laumann |
Figurino | Jayme Valverde |
Companhia(s) produtora(s) | Invicta Film |
Distribuição | Castello Lopes |
Lançamento | 14 de janeiro de 1921 |
Idioma | mudo (legendas originais em português) |
Sinopse
editarD. Luís, proprietário de um velho solar minhoto, vive atormentado pela memória da sua falecida filha, Beatriz. O seu filho, Jorge, não se conforma com a ruína da sua família e afasta Frei Januário da administração da Casa Mourisca. Num jantar de homenagem a Gabriela, sobrinha de D. Luís, Jorge admite perante o pai que a administração da Casa Mourisca tem beneficiado da ajuda do empregado Tomé da Póvoa, o que leva o orgulhoso fidalgo a abandonar a sua casa. Nos meses seguintes, o amor crescente entre Berta, filha de Tomé, e Jorge é por ambos considerado impossível e, por isso, a jovem insiste em casar-se com Clemente, enquanto Jorge visita o pai cuja saúde tem vindo a se debilitar. Persuadido pela influência de Gabriela e pela memória de Beatriz, D. Luís acede finalmente à união entre Jorge e Berta e regressa à Casa Mourisca.
Elenco
editar- Adelina Fernandes como Baronesa de Souto Real
- Adriano Guimarães como Clemente
- António Pinheiro como Tomé da Póvoa
- Artur Sá como Primo do Cruzeiro
- Aurora Celeste
- Duarte Silva como Frei Januário
- Encarnación Fernandes como Luísa da Póvoa
- Erico Braga como Maurício
- Etelvina Serra como Berta
- José Silva como Primo do Cruzeiro
- Maria Campos como Ti'Ana do Vedor
- Mário Santos como Jorge
- Pato Moniz como D. Luís de Negrão
- Salvador Costa
Produção e Distribuição
editarA rodagem do filme deu-se entre Agosto e Outubro de 1920, dividindo-se as filmagens das cenas exteriores entre Lanhelas, no Alto Minho, e a Tapada da Ajuda, em Lisboa.
O comerciante portuense Carlos Lopes, que era já o detentor do direito de exploração do filme A Rosa do Adro (1919), adquiriu o exclusivo da exploração do filme para Portugal e Brasil por cento e sessenta contos, tendo tido um êxito enorme nas receitas de bilheteiras neste último país.[4]
Restauro e Re-exibição
editarPara assinalar o centenário da estreia do filme Os Fidalgos da Casa Mourisca de Georges Pallu nas salas de cinema portuguesas, o filme foi novamente exibido a 16 e 17 de outubro de 2021, em Lisboa e no Porto respectivamente.[5] A partitura original de Armando Leça foi recuperada e tocada ao vivo por um octeto de solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigido pelo maestro Cesário Costa, após um trabalho de reconstituição levado a cabo pelos musicólogos Manuel Deniz Silva e Bárbara Carvalho, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, numa iniciativa conjunta com a Cinemateca Portuguesa.[6]
Referências
editar- ↑ «Os Fidalgos da Casa Mourisca». Instituto Camões. Consultado em 8 de dezembro de 2015
- ↑ «Os Fidalgos da Casa Mourisca (1921)». Cinema Português. Universidade da Beira Interior. Consultado em 8 de dezembro de 2015
- ↑ «Cinema Português: Cronologia — 1921». Instituto Camões. Consultado em 8 de dezembro de 2015
- ↑ Mourinha, Jorge (8 de outubro de 2021). «"Os Fidalgos da Casa Mourisca" regressam ao ecrã para o seu centenário». PÚBLICO. Consultado em 9 de setembro de 2023
- ↑ CMP (16 de outubro de 2021). «Coliseu celebra domingo o centenário da estreia d' "Os Fidalgos da Casa Mourisca" com filme-concerto». www.porto.pt. Consultado em 9 de setembro de 2023
- ↑ «SOLISTAS DA METROPOLITANA ao vivo na apresentação de «Os Fidalgos da Casa Mourisca» > 16 OUT. Cinemateca | 17 OUT. Coliseu Porto». culturadeborla.blogs.sapo.pt. Consultado em 9 de setembro de 2023