Oswaldo Goidanich (Porto Alegre, 29 de outubro de 1917 — 1995) foi um jornalista e promotor da cultura e do turismo brasileiro.

Filho de Quintino Goidanich e Maria Jovelina Defanti, começou sua vida profissional em 1935 como auxiliar de escritório do Touring Club, e no ano seguinte já era gerente da seção do Rio Grande do Sul, onde atuaria até se aposentar em 1979. Em 1959 assumiu paralelamente a direção do Serviço Estadual de Turismo, desenvolvendo um intenso programa de fomento do turismo no estado, que incluiu uma participação ativa na criação do Parque Zoológico em Sapucaia do Sul e na organização de um vasto ciclo de eventos incluindo cerimônias cívicas e diplomáticas, simpósios acadêmicos, concertos, exposições, concursos, competições esportivas, publicações, festividades e fundação de monumentos, comemorando o sesquicentenário da imigração alemã no estado em 1974, o centenário da imigração italiana em 1975 e o centenário da imigração polonesa em 1975, integrados no Biênio da Colonização e Imigração, do qual foi o coordenador-geral e delegado da comissão para o estabelecimento de contatos com a Alemanha, Itália, Áustria e Portugal.[1][2]

Em 1981 começou seu trabalho na Empresa Brasileira de Turismo, servindo como diretor-adjunto de planejamento e consultor técnico da Presidência. Neste período foi responsável pela realização de um levantamento histórico sobre Porto Alegre a fim de subsidiar a criação de um Centro de Eventos, e defendeu a reativação da então abandonada Usina do Gasômetro e sua transformação em centro cultural.[2]

Como jornalista trabalhou na redação da Revista do Touring e nos jornais O Estado do Rio Grande, A Nação, Diário de Notícias e Correio do Povo.[2] No Correio foi chefe de reportagem, secretário de redação e gerente de promoções culturais, e junto com Paulo Fontoura Gastal criou o suplemento cultural Caderno de Sábado, do qual foi o principal editor, que por quase vinte anos anos foi uma referência cultural no estado e um veículo importante para a divulgação de eventos e publicação de resenhas e crítica de arte, música, literatura e cultura em geral, contando com a colaboração de destacados intelectuais.[3]

Também desenvolveu destacada atuação como agente cultural nos cargos de diretor de Atividades Culturais da Assembléia Legislativa, conselheiro da Secretaria da Cultura, coordenador da Comissão Especial de Estudos de Levantamento e Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Rio Grande do Sul, diretor da Associação Riograndense dos Festivais de Coros, membro da Comissão de construção do Auditório Araújo Viana, e presidente da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, onde permaneceu de 19 de fevereiro de 1975 a 8 de janeiro de 1981. Elaborou a minuta dos Estatutos da Fundação Theatro São Pedro e foi membro da diretoria da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa.[2] Foi um dos fundadores do Clube de Cinema de Porto Alegre.[4]

Distinções editar

Para Antônio Hohlfeldt, "Oswaldo Goidanich desenvolveu atividades pioneiras no turismo e participou de algumas iniciativas da vanguarda no jornalismo cultural do Rio Grande do Sul, através do Correio do Povo".[5] Segundo Valles, Castro & Soares, "Oswaldo Goidanich foi, durante o período de 1935 a 1985, um dos principais responsáveis pela construção da vida cultural de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul".[6] Olga Reverbel homenageou-o com um soneto,[7] e recebeu diversas comendas e distinções públicas pelas suas relevantes contribuições em várias áreas, entre elas:[2][8]

  • 1954 — Medalha Monumento Nacional ao Imigrante
  • 1972 — Medalha do Sesquicentenário da Independência do Brasil
  • 1972 — Admissão na Academia Brasileira de Turismo
  • 1975 – Medalha de Ouro do Biênio da Colonização e Imigração
  • 1975 — Placa do Touring Club pelos 44 anos de serviços prestados
  • 1976 — Título de cavaleiro da Ordem do Mérito da República Italiana
  • 1979 — Voto de Agradecimento e Louvor do Conselho Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul pelos serviços prestados à coletividade no Touring Club
  • 1981 — Medalha Negrinho do Pastoreio pelo trabalho no Biênio da Colonização e Imigração
  • 1992 — Título de Patrono do Turismo Rio-Grandense
  • 1993 — Medalha da Federação de Coros do estado pelo pioneirismo e dedicação ao canto coral gaúcho
  • 1999 — Atribuição do seu nome a uma rua de Porto Alegre[9]

Ver também editar

Referências

  1. Hohlfeldt, Antonio. Dois pioneiros da comunicação no Rio Grande do Sul: Oswaldo Goidanich, Roberto Eduardo Xavier. EDIPUCRS, 2008, p. 27-36
  2. a b c d e Delfos — Espaço de Documentação e Memória Cultural. Oswaldo Goidanich. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
  3. Hohlfeldt, pp. 43-50
  4. Hohlfeldt, p. 55
  5. Hohlfeldt, p. 7
  6. Valles, Rafael Rosinato; Castro, Maria Helena Steffens de; Soares, Liziane do Espírito Santo. "Edição de monografia sobre Oswaldo Goidanich". In: XV Salão de Iniciação Científica. Porto Alegre, UFRGS, 2003
  7. Hohlfeldt, p. 12
  8. Hohlfeldt, p. 38
  9. Prefeitura de Porto Alegre. Lei Municipal nº 8411/1999.