Pão da proposição

Pão da proposição (em hebraico: lechem haPānīm לחם הפנים, literalmente: "Pão da Presença"), em um contexto bíblico ou judaico, refere-se aos bolos ou pães que estavam sempre presentes em uma mesa especialmente dedicada, no Templo de Jerusalém, como uma oferenda a Deus. Uma tradução alternativa, e mais apropriada, seria pão da presença,[1] uma vez que a Bíblia exige que o pão esteja constantemente na presença de Deus (Êxodo 25:30). Ele também é mencionado em Mateus 12:4 (τοὺς ἄρτους τῆς προθέσεως).

Referências bíblicas editar

 
Ilustração dos sacerdotes do templo, substituindo os pães da proposição a cada semana.

Dentro da Torá, os pães da proposição são mencionados exclusivamente pelo Código Sacerdotal e pelo Código de Santidade, mas certas partes da Bíblia, incluindo o livro de Crônicas, Livros de Samuel, e Livro dos Reis, também descrevem aspectos deles. No Código de Santidade, os pães da proposição são descritos como doze bolos/pães de farinha assados, dispostos em duas linhas/pilhas sobre uma mesa de pé diante de Deus. Cada pão/bolo deveria conter dois Omers de farinha (Levítico 24:5–6). Os regulamentos bíblicos especificam que as xícaras de incenso deveriam ser colocadas sobre as linhas de bolos, e a Septuaginta, mas não o texto massorético, afirma que o sal era misturado com o incenso. O incenso, o que a Septuaginta se refere como uma anamnese, (um hapax legomenon), constituiu um memorial (azkarah), tendo sido oferecido sobre o altar para Deus (Levítico 24:7–9).

De acordo com o Livro de Crônicas, o clã coatita era encarregado de preparar os pães, o que sugere que havia exigências extras secretas na preparação do pão, conhecida apenas pelos coatitas. Desde que os produtos fermentados foram proibidos do altar e os bolos/pães não são descritos como sendo oferecidos sobre ele, é possível que os pães da proposição fossem levedados. No entanto, como eles eram levados para a parte interna do santuário, é altamente provável que eles fossem sem fermento.

Os bolos deveriam ser deixados sobre a mesa por uma semana, e, em seguida, ser substituídos por novos, no shabbat, de modo que sempre havia pães frescos na mesa, e aqueles que começavam a ficar secos eram retirados. O texto bíblico afirma que os sacerdotes judeus tinham o direito de comer os bolos que tinham sido removidos, desde que eles fizessem isso em um lugar santo, uma vez que eles consideravam os pães como sagrados. Parece que o consumo do pão não era um privilégio exclusivo dos sacerdotes, como a narrativa da jornada de Davi em Nobe menciona que Aimeleque (o sacerdorte) deu a Davi o pão sagrado, a seu pedido.

Referências

  1. *Jewish Encyclopedia 🔗 (em inglês). [S.l.]: Funk & Wagnalls. 1901–1906  Parâmetro desconhecido |capitolo= ignorado (ajuda) - con le segg. fonti secondarie: –B. Baentsch, Exodus-Leviticus, p. 419, Göttingen, 1900;

Bibliografia editar

  • B. Baentsch, Exodus-Leviticus, p. 419, Göttingen, 1900;
  • Riehm, Handwörterbuch, ii. 1405 et seq
  • M. Black, The Scrolls and Christian Origins: Studies in the Jewish Background of the New Testment (London: Nelson, 1961)
  • M. Barker, Temple Theology: An Introduction (London: SPCK, 2004)