Paleólogos de Monferrato

Paleólogos de Monferrato
País: Marca de Monferrato
Dinastia de origem: Dinastia paleóloga
Títulos: Marquês de Monferrato
Conde de Jafa e Ascalão
Senhor de Tiro
Rei de Salonica
Rei de Jerusalém
Fundador: Teodoro I de Monferrato
Último soberano: Margarida Paleóloga
Ano de fundação: 1305
Ano de dissolução: 1533

Os Paleólogos de Monferrato (em italiano Paleologi di Monferrato) foram uma dinastia italiana de origem bizantina que governaram a Marca de Monferrato entre 1305 e 1533, e cuja raiz foram os imperadores bizantinos da dinastia paleóloga.

Origens editar

Os marqueses de Monferrato da dinastia Aleramici participaram ativamente nas cruzadas dos séculos XII e XIII, tendo governado diversos estados latinos do levante (como o Condado de Jafa e Ascalão e o Senhorio de Tiro) chegando até a ocupar os tronos do Reino de Jerusalém (Balduíno V) e do Reino de Salonica (Bonifácio I e Demétrio I).

Diversos foram os casamentos com dinastias locais, nomeadamente as de origem bizantina, como forma de estabelecer alianças e/ou aumentar influência e património.

Uma das trinetas do rei Bonifácio I de Salonica, filha do marquês Guilherme VII, Iolanda (ou Violante) do Monferrato, (Casale Monferrato, 1274 - Constantinopla, 1317), casou com o imperador Andrónico II Paleólogo sendo rebatizada, no rito ortodoxo, com o nome de Irene de Monferrato. É neste casamento que têm origem os Paleólogos do Monferrato, um ramo mais novo daquela família bizantina.

Governo do Monferrato editar

Quando em 1305 o marquês de Monferrato, João I, morreu sem descendência, foi o seu sobrinho Teodoro Paleólogo (filho do imperador Andrónico II e de sua irmã Iolanda/Irene) quem herdou o marquesado italiano. Pela primeira vez uma família originária do levante governava um estado ocidental.

Teodoro embarcou para Gênova em 1306 e, no ano seguinte, casou-se com Argentina Spínola, filha do magnata genovês Opicino Spínola, "capitani del popolo" (co-governante) da República de Gênova. Spínola usou toda a sua riqueza para apoiar Teodoro na sua reivindicação sobre Monferrato.

O adversário de Teodoro era Manfredo IV, Marquês de Salluzzo, um ramo colateral dos Aleramici. Também os Saboia reivindicavam a coroa do Monferrato, quer pela vizinhança e ambição territorial, quer pelas alianças matrimoniais que ligavam as duas dinastias (muitos marqueses do Monferrato tinham consortes de Saboia[1]). Por fim, também Carlos II de Anjou, Rei de Nápoles reivindicou a marca

Mas, gradualmente, Teodoro acabou por se sobrepor aos seus adversários, controlando todo o território e assegurando para si a coroa do estado, com a investidura do imperador Henrique VII, em 1310.

Extinção editar

Apesar deste ramo dos Paleólogos ter sobrevivido ao ramo imperial de Constantinopla, também eles acabaram por se extinguir em 1533, quando o último marquês paleólogo, João Jorge morreu sem descendência. A sua sobrinha e herdeira, Margarida Paleóloga, casada com Frederico II Gonzaga, Duque de Mântua, transmitiu o estado e, assim, o Monferrato foi incorporado no património dos Gonzaga que passraam a controlar os dois estados do norte da península Itálica.

Mais tarde, com a extinção também da família Gonzaga, a sucessão passou para os duques da Lorena, cujo chefe veio a ser o progenitor dos imperadores Habsburgo-Lorena da Áustria.

Lista dos marqueses Paleólogos editar

Brasão editar

Imagem Descrição
  Paleólogos de Monferrato
Marqueses Soberanos de Monferrato

O brasão dos Paleólogos do Monferrato faz referência às suas origens familiares incluindo a Águia bicéfala dos imperadores bizantinos (I), o Reino de Jerusalém (II), eventuais origens germânicas (Saxónia e Bar) (III) e a Cruz Bizantina dos Paleólogos (IV), tendo, no topo, o tradicional brasão do Monferrato. A sua descrição heráldica é :
.

Árvore genealógica editar

Esta árvore genealógica[2] encontra-se simplificada incluindo apenas os membros mais relevantes da família.



Ana da Hungria
filha do rei Estêvão V
[1260-1281]
 
Andrónico II Paleólogo
[1259-1332]
Imperador Bizantino
Irene de Monferrato
(Yolanda)
[1274-1317]
herdeira do Monferrato
 
João I (Giovanni)
[1277-1305]
Marquês de Monferrato
(sem descendência)

Miguel IX
[1277-1320]
Imperador Bizantino
Teodoro I
(Teodoro)
[1291-1338]
Marquês de Monferrato em 1305
 

Paleólogos
ramo Imperial
 
João II (Giovanni)
[1313.1372]
Marquês de Monferrato
Otão III
(Secondotto)
[1360-1378]
Marquês de Monferrato
João III
(Giovanni)
[1362-1381]
Marquês de Monferrato
Teodoro II
(Teodoro)
[1364-1418]
Marquês de Monferrato
João Jaime
(Giovanni Giacomo)
[1395-1445]
Marquês de Monferrato
Sofia
(Sophia)
[1496-1434]
 
João VIII Paleólogo
[1392-1448]
Imperador Bizantino
João IV
(Giovanni)
[1414-1464]
Marquês de Monferrato
Guilherme VIII
(Guglielmo)
(1420-1483)
Marquês de Monferrato
Bonifácio III
(Bonifacio)
[1424-1494]
Marquês de Monferrato
Teodoro (Teodoro)
[1425-1484]
Cardeal
il cardinale Monferrato
Cipião
(Scipione)
[1463-1485]
filho ilegítimo
(assassinado)
Joana (Giovanna)
[1466-1490]
c.c/ Ludovico II de Saluzzo
 
Branca (Bianca)
[1472-1519]
c.c/ Carlos I de Saboia
 
Guilherme IX
(Guglielmo)
(1486-1518)
Marquês de Monferrato
João Jorge
(Giovanni Giorgio)
[1488-1533]
Marquês de Monferrato
(último varão Paleólogo)
Maria Paleóloga
(Maria)
[1509-1530]
 
Frederico II Gonzaga
[1500-1540]
Duque de Mântua
Margarida Paleóloga
(Margherita)
[1510-1566]
Marquesa de Monferrato
Bonifácio IV (Bonifacio)
[1512-1530]
Marquês de Monferrato
(sem descendência)
 
família Gonzaga
Duques de Mântua e Monferrato

Ver também editar

Referências

  1. ver a obra de F. Gabotto, Gli Ultimi principi d'Acaia e la politica subalpina 1883
  2. Elaborada baseada em http://genealogy.euweb.cz/byzant/byzant12.html

Bibliografia editar