Paola Concia
Anna Paola Concia (Avezzano, 4 de julho de 1963) é uma política italiana e ativista dos direitos dos homossexuais. Foi deputada na XVI Legislatura da República Italiana, entre 2008 e 2012.
| Paola Concia | |
|---|---|
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| Deputada da Itália | |
| Período | 29 de abril de 2008 até 22 de dezembro de 2012 |
| Dados pessoais | |
| Nome completo | Anna Paola Concia |
| Nascimento | 4 de julho de 1963 (60 anos) Avezzano, Itália |
| Nacionalidade | italiana |
| Companheira | Ricarda Trautmann |
| Partido | PCI PD |
Vida pessoal e formação acadêmica editar
Nasceu em Avezzano, em 4 de julho de 1963, e se formou em ciências do esporte no Istituto Superiore di Educazione Fisica de L'Aquila (ISEF). Após sua graduação, trabalhou como instrutora de educação física e tênis.[1][2]
Se envolveu, pela primeira vez, com a política enquanto estava no ISEF e, inicialmente, era membro do Partido Comunista Italiano (PCI).[1]
Mudou-se para Roma, em 1992, após a morte de sua mãe e o colapso de seu casamento.[1]
Depois de se assumir publicamente, em 2000,[3] está comprometida com os direitos civis de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.[4]
União civil editar
Em 5 de agosto de 2011, firmou uma união civil com sua companheira, a criminologista alemã Ricarda Trautmann, em Frankfurt.[5] A cerimônia aconteceu com a presença de amigos e familiares.[5] A união civil da única parlamentar italiana abertamente homossexual foi definida pela imprensa italiana como "casamento" e suscitou alguma controvérsia política. Após a união, Ricarda Trautmann assumiu o sobrenome "della Concia".[6]
Em outubro de 2012, o casal interpôs recurso no Tribunal Civil de Roma para pedir que a união fosse formalmente reconhecida também na Itália.[7] Entretanto, o pedido foi rejeitado pelo Tribunal e Concia anunciou um recurso para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).[8]
Carreira política editar
Anos iniciais editar
Em 1998, foi uma das fundadoras da associação Emily na Itália, que apoia o envolvimento das mulheres na política.[9]
Trabalhou como assistente parlamentar antes de trabalhar como consultora de Anna Finocchiaro, ministra da Igualdade de oportunidades (1996–1998).[1] A partir de 1998, foi assistente de Giovanna Melandri após sua promoção a ministra do Patrimônio e Atividades Culturais (1998–2001).[1] Após as eleições legislativas de 2001, deixou a política para seguir seu trabalho no tênis, mas permaneceu apenas um ano.[1]
Porta voz do partido editar
Foi nomeada porta-voz do Partido Democrata (PD) sobre homossexualidade e usou sua posição dentro do partido para se tornar uma ativista proeminente pela igualdade de direitos.[1][10]
Câmara dos Deputados editar
Foi eleita pela primeira vez para a Câmara dos Deputados nas eleições legislativas de 2008.[11]
Foi nomeada para o PD na região da Apúlia, suscitando algumas críticas.[12][13] Foi a única lésbica declarada no Parlamento durante esta legislatura.[14]
Em 23 de junho de 2009, participou com o também parlamentar do PD, Jean-Léonard Touadi, de uma campanha da Associação Italiana de Lazer e Cultura (ARCI, em italiano: Associazione di promozione sociale) contra a discriminação e o racismo. O slogan da campanha era "Você nos chama de negro sujo e lésbica imunda. Mas você se ofende se te chamam de máfia italiana" (em italiano: "Ci chiami sporco negro e lesbica schifosa. Ma ti offendi se ti chiamano italiano mafioso").[15]
Em 2 de outubro de 2009, seu texto composto por um único artigo foi aprovado pela Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados. O texto, que, dentre as circunstâncias agravantes comuns previstas no artigo 61 do Código penal (da Itália), acrescenta aquela inerente à orientação sexual. Este texto foi cancelado, em 13 de outubro, pela maioria do governo após uma moção preliminar levantada pelo partido União dos Democratas-Cristãos e de Centro (UDC).[16]
Em maio de 2011, apresentou uma nova versão do projeto de lei que prevê agravante para crimes homofóbicos. Apesar do apoio da ministra da Igualdade de Oportunidades, Mara Carfagna, que também colaborou no texto, a Comissão novamente recusou a proposta. Na sequência desta recusa, renunciou ao cargo de titular do texto da lei.[17]
Senado editar
Nas eleições legislativas de 2013, foi candidata pela região de Abruzos ao Senado, mesmo sendo a terceira na lista do PD atrás de Stefania Pezzopane e Franco Marini,[18] não foi eleita.[19]
Após a candidatura ao Senado editar
Em seguida, mudou-se para Frankfurt, na Alemanha, onde trabalhou como consultora da Câmara de Comércio Italiana para a Alemanha (ITKAM), lidando com desenvolvimento de negócios e promoção de empresas italianas no exterior.[20]
Em setembro de 2015, passou a integrar o Conselho de administração da Firenze Fiera, indicado pela Câmara de Comércio de Florença.[21][22]
Na primavera de 2016, apresentou uma candidatura ao PD para as eleições municipais, em Roma. Obteve 2 282 votos, sem ser eleita.[23]
Vereadora de Florença editar
Em fevereiro de 2017, foi nomeada vereadora do município de Florença, pelo prefeito Dario Nardella, sucedendo Nicoletta Mantovani. Foi responsável pela cooperação e relações internacionais, feiras, conferências, marketing territorial, atração de investimentos e turismo.[24] Em julho de 2018, foi substituída pelo prefeito.[25]
Referências
- ↑ a b c d e f g «Paola Concia - Biografia» (em italiano). Paolaconcia.it. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Anna Paola Concia» (em italiano). Dati.camera.it. 11 de abril de 2018. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ Parise, Lello (9 de abril de 2008). «Il pm-scrittore e l'omosex dichiarata 'Noi, la strana coppia del Pd'» [O PM-escritor e a homossexual declararam 'Nós, o estranho casal do Pd'] (em italiano). La Repubblica. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Gayleft: Benedino e Concia eletti portavoce» [Gayleft: Benedino e Concia eleitos porta-vozes] (em italiano). Gay.it. 16 de janeiro de 2006. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ a b Sabbadini, T. (5 de agosto de 2011). «Il matrimonio di Paola Concia» [O casamento de Paola Concia] (em italiano). Vanity Fair. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ Gianforte, Marianna (25 de agosto de 2013). «Anna Paola Concia: ho sposato Ricarda ma in Italia non vale» [Anna Paola Concia: Casei com Ricarda mas na Itália não é válido] (em italiano). Il Centro. Consultado em 3 de junho de 2022
- ↑ «Gay, riconoscimento unioni. Concia fa ricorso in tribunale» [Gay, reconhecimento dos sindicatos. Concia recorre à Justiça] (em italiano). La Repubblica. 3 de outubro de 2012. Consultado em 3 de junho de 2022
- ↑ «Gay: tribunale Roma nega trascrizione nozze Paola e Ricarda Concia, ricorso in sede Ue» [Gay: Tribunal de Roma nega transcrição do casamento de Paola e Ricarda Concia, apelação da UE] (em italiano). Adnkronos. 11 de fevereiro de 2013. Consultado em 3 de junho de 2022. Arquivado do original em 4 de março de 2016
- ↑ «Anna Paola Concia» (em italiano). Partido Democrático. Consultado em 2 de junho de 2022. Arquivado do original em 11 de outubro de 2016
- ↑ Chancellor, Alexander (13 de agosto de 2010). «Italy's 'summer of homophobia'» (em inglês). The Guardian. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Deputati - CONCIA Anna Paola» (em italiano). Camera.it. Consultado em 2 de junho de 2022. Arquivado do original em 21 de abril de 2014
- ↑ Zuccolini, Roberto (29 de fevereiro de 2008). ««Corsa» ai candidati gay Sfida tra Pd e sinistra» [«Corrida» para candidatos gays: desafio entre o Partido Democrata e a esquerda] (em italiano). Corriere della Sera. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «L'Arcigay: votiamo solo chi ci sostiene, mai Rutelli» [Arcigay: só votamos em quem nos apoia, nunca Rutelli] (em italiano). La Repubblica. 2 de março de 2008. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Anna Paola Concia: chi è?» [Anna Paola Concia: quem é ela?] (em italiano). Gay.it. 15 de abril de 2008. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Arci: campagna contro le discriminazioni» [Arci: campanha contra a discriminação] (em italiano). Libero.it. 30 de junho de 2009. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Omofobia, affossata la legge. Il Pdl la blocca, polemiche nel Pd» [Homofobia, a lei abandonou. O PDL bloqueia, polêmica no PD] (em italiano). La Repubblica. 13 de outubro de 2009. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Stop a legge contro omofobia "Incostituzionale la norma sui gay"» [Pare a lei contra a homofobia "A lei sobre gays é inconstitucional"] (em italiano). La Repubblica. 26 de julho de 2011. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Elezioni: Legnini e Pezzopane Capilista, I 21 Candidati Del PD» [Eleições: Legnini e Pezzopane Capilista, os 21 Candidatos do PD] (em italiano). AbruzzoWeb. 8 de janeiro de 2013. Consultado em 2 de junho de 2022. Arquivado do original em 8 de novembro de 2017
- ↑ «Elezioni 2013. Fini, Ingroia, Di Pietro, Giannino, Bonino, Concia...gli esclusi» [Eleições 2013. Fini, Ingroia, Di Pietro, Giannino, Bonino, Concia... os excluídos] (em italiano). Blitz quotidiano. 26 de fevereiro de 2013. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ Concia, Anna Paola (17 de março de 2015). «La Germania è il nostro miglior partner commerciale» [A Alemanha é o nosso melhor parceiro comercial] (em italiano). ilRottamatore.it. Consultado em 2 de junho de 2022. Arquivado do original em 7 de novembro de 2017
- ↑ Fittipaldi, Emiliano (28 de setembro de 2015). «Vedi Renzi e poi lavori: il trionfo dei fedelissimi» [Ver Renzi e depois trabalhar: o triunfo dos leais] (em italiano). Espresso Repubblica. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ Mussini, Cecilia (2 de maio de 2016). «Dall'Italia alla Germania e ritorno. Intervista a Paola Concia» [Da Itália para a Alemanha e vice-versa. Entrevista com Paola Concia] (em italiano). Gli Stati Generali. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «Elezioni Roma 2016, Pd: le preferenze ai candidati» [Eleições Roma 2016, Pd: preferências para candidatos] (em italiano). Roma Today. 7 de junho de 2016. Consultado em 2 de junho de 2022
- ↑ «La Giunta comunale» [A Câmara Municipal] (em italiano). Città di Firenze. Consultado em 2 de junho de 2022. Arquivado do original em 11 de novembro de 2017
- ↑ «Giunta, il sindaco ha annunciato la nuova composizione» [Giunta, o prefeito anunciou a nova composição] (em italiano). Città di Firenze. 16 de julho de 2018. Consultado em 2 de junho de 2022
