Parque Buenos Aires
Parque Buenos Aires é um parque público localizado no bairro de Higienópolis (distrito da Consolação), na região central da cidade de São Paulo, outrora chamado Praça Buenos Aires. O local conta com 22,2 mil metros quadrados de extensa área verde.[1] Em sua frente está a Avenida Angélica (antiga Rua Itatiaia), tendo em um dos lados a Rua Piauí, de outro a Rua Alagoas, e ao fundo, a Rua Bahia. O parque fica aberto todos os dias da semana, das 6 às 19 horas.[2]
Parque Buenos Aires
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Localização | Avenida Angélica, 1500 (Higienópolis), São Paulo, SP |
Tipo | Público |
Área | 22.2 mil m² |
Inauguração | 20 de setembro de 1913 (111 anos) (Praça) 2 de dezembro de 1988 (36 anos) (Parque) |
Administração | SVMA |
Inicialmente uma praça, o Parque Buenos Aires foi transformado em parque em 1987. A praça original foi criada a partir de uma área desapropriada pela Prefeitura em 1912, com o objetivo de preservar a vista sobre o Vale do Pacaembu. Criado pelo paisagista francês Bouvard, o projeto original contava com uma elevação central com um mirante, onde foi instalado um telescópio e espelho d'água que permitia uma vista de frente para a Avenida Angélica.
Contrastando com a arquitetura desenvolvida e fortes casarões que sobreviveram ao tempo, o parque retorna às origens da natureza, sendo considerado um local ideal para sua contemplação.[3]
Além disso, o local disponibiliza uma área verde que também é utilizada como palco de apresentações culturais.[2] O parque possui espaço infantil, aparelhos de ginástica e locais apropriados para cães,[2] e conta com espaço para contemplação, caminhadas, relaxamento, passeio e sanitários.[2]
O parque é conhecido como "Praça das Babás", principalmente pelos moradores da região de Higienópolis.[4]
História
editarEm 1912, a Prefeitura de São Paulo desapropriou uma área da região central da cidade, inaugurando em 20 de setembro de 1913[5] a Praça Higienópolis. Em setembro do mesmo ano, seu nome foi alterado para Praça Buenos Aires.
Durante a gestão do prefeito Raymundo da Silva Duprat, o urbanista e paisagista francês Joseph Antoine Bouvard foi contratado para projetar a construção de parques e praças que trouxessem beleza à cidade. Seu trabalho, conhecido como Plano Bouvard, tinha como colaborador o também paisagista francês Cochet.[carece de fontes] Essa parceria resultou na implantação de um estilo conhecido como "paysager", que propõe um refinado paisagismo com o setor lúdico, proporcionando lazer no uso de espaços livres e mantendo os padrões higiênicos da expansão de grandes cidades.[carece de fontes]
Foi em 1916 que as obras da praça, encabeçadas pelo arquiteto paisagista francês Bouvard, foram concluídas, e o espaço foi entregue à população como mais uma opção de área verde, contendo cercamento, espelhos d´água, esculturas e outros elementos de infraestrutura. O objetivo principal dessa construção era a manutenção da vista sobre o Vale do Pacaembu. O projeto ainda incluía uma elevação na parte central do espaço com direito a mirante e telescópios de observação.[6]
O local era considerado praça, até que em 2 de dezembro de 1987 foi transformado no Parque Buenos Aires, tal qual conhecemos hoje.[2] A mudança foi realizada pelo então prefeito Jânio Quadros. Em 1992, foi tombado pelo CONPRESP, visando a preservar as suas características.[7] Compactado numa região de extrema presença de prédios e fluxo de automóveis, o Parque Buenos Aires transformou-se em um tradicional ponto de tranquilidade na sempre agitada vida da cidade.
Em outubro de 2010, a proibição do uso roupas de banho no parque causou polêmica entre seus frequentadores. O secretário municipal Eduardo Jorge garantiu que iria rever as condições da situação.[8] Em setembro de 2016, outra polêmica envolvendo o parque se iniciou. Dessa vez, o contrato da empresa que prestava o serviço de vigilância ao local não foi renovado, o que resultou na ausência de segurança não somente deste parque, mas também dos parques Aclimação, Alfredo Volpi, Cemucam, Colina de São Francisco, Independência, Juliana de Carvalho Torres, Vila Leopoldina-Orlando Villas-Boas, Linear do Sapê, Luis Carlos Prestes, Mário Covas, Parque do Povo, Previdência, Raposo Tavares, Trianon e Zilda Natel.[9] Por causa da falta de seguranças, o Parque Buenos Aires teve de alterar o horário de funcionamento e passou a encerrar as atividades diariamente às 19 horas.[10][2]
Fauna e flora
editarAves de pequeno porte, como pardais, tico-ticos, pombos e periquitos, encantam os visitantes e auxiliam na polinização das diversas espécies vegetais do parque, que vão de pequenos arbustos a árvores de grande porte, como embaúbas, canelas, sibipirunas e um jequitibá-rosa com quarenta metros de altura. Já foram registradas mais de 73 espécies no parque Buenos Aires desde a sua abertura. Algumas dessas espécies, como pau-brasil, peroba e pinheiro-do-paraná, estão ameaçadas de extinção.[6]
No parque é possível avistar com facilidade aves como tico-tico, sabiá-laranjeira e sanhaçu-cinzento, entre outras, apresentando também ocorrência de gambás-de-orelha-preta e vegetações compostas por áreas ajardinadas, alamedas e gramados.[6] Na copa das árvores, é possível observar a rabilonga alma-de-gato, o pica-pau-de-cabeça-amarela ou joão-velho e a algazarra de casais de bem-te-vizinho-de-penacho-vermelho.[2]
Espaço para os cães
editarO parque tem a área dos cães, feita especialmente para os cachorros, apresentando área cercada e de terra batida onde eles podem correr livres da correia[11] e se socializar.[2] Também pensando nos cães, o parque possui fontes de água especiais para que eles possam se refrescar.[12][6]
Todos os frequentadores do Parque Buenos Aires têm o direito de passear com seus animais de estimação, mas seguindo as normas de conduta previstas nas leis municipal 13 131/01 e estadual 11 531/03.
Arte no parque
editarO parque possui esculturas de arte espalhadas, entre elas uma de autoria de Caetano Fraccaroli, chamada "Mãe", que foi vencedora de um concurso nacional sobre o tema no ano de 1964. Pesando 24 toneladas e esculpida de apenas um bloco de mármore, ela foi instalada em frente ao espelho d’água. Outras esculturas são "O Tango", de Roberto Vivas, esculpida em bronze e granito no ano de 1996, "Veado Atacado" e "Leão Atacado", ambas vindas da França e executadas em bronze pela Frondies d’art ou Val d’cane e uma cópia de uma escultura de Lasar Segall.[13] Na comemoração dos 96 anos do parque, em 2009, foram feitas diversas intervenções artísticas, que serão doadas ao parque ao final da mostra "Oxigênio".[5]
Atividades no parque
editarO Parque Buenos Aires possui atividades gratuitas, como Lian Gong, Tai Ji Qi Gong, Rádio Taissô e Tai Chi Chuan, durante vários horários de segunda a domingo, não sendo necessária nenhuma inscrição,[14] além de área para apresentações culturais (Praça das Mães), playground, espelho d’água, aparelhos de ginástica (barras e pranchas), cercado para cães, espaço para contemplação, caminhadas e relaxamento, passeio e sanitários.
Dentro do local não é permitido andar de bicicleta e skate.[15] No Parque Buenos Aires há um espaço para descarte de lixo eletrônico, onde aceitam todos os tipos de eletrodomésticos com exceção de pilhas e baterias.
Referências
- ↑ Parque Buenos Aires no Guia da Semana.
- ↑ a b c d e f g h «Portal da Prefeitura da Cidade de São Paulo». www.prefeitura.sp.gov.br. Consultado em 14 de abril de 2017
- ↑ Alcantara, Vilma. «5 motivos para conhecer o Parque Buenos Aires - Passeios Baratos em São Paulo». passeiosbaratosemsp.com.br. Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ Paulo, Felipe Souza. «'Qual o problema do uniforme branco? Ganho mais que muita gente em escritório'». BBC Brasil. Consultado em 14 de abril de 2017
- ↑ a b "Parque Buenos Aires ganha intervenções artísticas em seu aniversário de 96 anos", Folha de S.Paulo, 14/9/2009, pág. C6
- ↑ a b c d http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/meio_ambiente/folder_buenos_aires.pdf
- ↑ Resoluções CONPRESP[1] no Portal da Prefeitura de São Paulo.
- ↑ Fabio Pagotto (29 de outubro de 2010). «Proibição de biquíni em parque provoca polêmica na cidade». Diário de S. Paulo (42 250). São Paulo: Grupo Bom Dia. 10 páginas. ISSN 1519-6771
- ↑ «Trianon, Buenos Aires e outros 11 parques ficam sem segurança - São Paulo - Estadão». Estadão
- ↑ http://www.dothnews.com.br. «Haddad suspende radar-pistola para guarda vigiar parque». www.diariodolitoral.com.br. Consultado em 1 de maio de 2017
- ↑ «Parque Buenos Aires | Da Redação | VEJA SÃO PAULO». 20 de março de 2015
- ↑ Cinco parques com espaços para soltar a cachorrada na Veja São Paulo.
- ↑ «Parque Buenos Aires»
- ↑ «Parque Buenos Aires». Catraca Livre
- ↑ Alcantara, Vilma. «5 motivos para conhecer o Parque Buenos Aires - Passeios Baratos em São Paulo». passeiosbaratosemsp.com.br. Consultado em 25 de abril de 2017