Lista do Patrimônio Mundial no Reino Unido

artigo de lista da Wikimedia

Esta é uma lista do Patrimônio Mundial no Reino Unido, especificamente classificada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).[1] A lista é elaborada de acordo com dez principais critérios e os pontos são julgados por especialistas na área.[2]

O Reino Unido – incluindo os Territórios Britânicos Ultramarinos – possui 31 sítios do Patrimônio Mundial. A listagem da UNESCO contém um sítio localizado entre Inglaterra e Escócia e compartilhado com a Alemanha (as Fronteiras do Império Romano) e outros 17 sítios inteiramente na Inglaterra, 5 na Escócia, 3 no País de Gales, 1 na Irlanda do Norte e 1 em cada um dos territórios ultramarinos de Bermudas, Gibraltar e Santa Helena. Os primeiros sítios no Reino Unido a serem inscritos na lista do Patrimônio Mundial foram: Calçada do Gigante; o Castelo e Catedral de Durham; Desfiladeiro de Ironbridge; Parque Real de Studley; Stonehenge e os Castelos e Muralhas do Rei Eduardo em Venedócia em 1986. O sítio mais recente acrescentado à lista é o Lake District, inscrito em 2017.[3]

A constituição da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (comumente referida como UNESCO) foi ratificada em 1946 por 26 nações, incluindo o Reino Unido. Sua proposta é promover a "conservação e proteção do patrimônio mundial de livros, obras de arte e monumentos de história e ciências". O Reino Unido contribui anualmente com 130 mil libras esterlinas ao Fundo do Patrimônio Mundial, que financia a preservação de sítios nos países em desenvolvimento. Algumas propriedades designadas abrangem múltiplos sítios que compartilham localização geográfica ou herança cultural comuns.

A Comissão Nacional do Reino Unido para a UNESCO auxilia e aconselha o Governo britânico na manutenção dos Sítios do Patrimônio Mundial de acordo com as políticas relativas à UNESCO. A Comissão Nacional do Reino Unido para a UNESCO realizou uma pesquisa em 2014 sobre o Valor da UNESCO para o Reino Unido e concluiu que os sítios de Patrimônio Mundial geraram uma renda de 85 milhões de libras esterlinas de abril de 2014 a março de 2015, através de sua associação com a rede global.

Os critérios de seleção i-vi são relativos à cultura enquanto os critérios de seleção vii-x são relativos à natureza. Vinte e três propriedades são designadas como bem "cultural", quatro como "natural" e uma como "misto". A repartição dos sítios por classificação foi semelhante às proporções globais; dos 890 sites da Lista do Patrimônio Mundial, 77.4% são culturais, 19.8% são naturais e 2.8% são mistos. Saint Kilda é o único Patrimônio Mundial misto no Reino Unido. Originalmente preservado apenas por conta de seus habitats naturais, em 2005, o sítio foi expandido para incluir a comunidade que habitava o arquipélago; o sítio tornou-se um dos 25 sítios mistos em todo o mundo. Os sítios naturais são a Costa Jurássica; Calçada do Gigante; as Ilhas Gough e Inacessível e a Ilha Henderson. O restante dos sítios são bens culturais.

Em 2012, o Comitê do Patrimônio Mundial acrescentou o sítio Cidade Mercantil Marítima de Liverpool à Lista do Património Mundial em perigo, citando comprometimentos à integridade do traçado urbano do local.[4] O sítio foi definitivamente removido da Lista do Patrimônio Mundial em 2021.[5][6]

Bens culturais e naturais editar

O Reino Unido possui atualmente os seguintes lugares declarados como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO:

  Parque Real de Studley com as Ruínas da Abadia de Fountains
Bem cultural inscrito em 1986, modificado em 2012.
Localização:   North Yorkshire
Criado em torno das ruínas da Abadia cisterciense de Fountains e do castelo de Fountains Hall, no condado de North Yorkshire, o esplêndido conjunto paisagístico formado por uma série de jardins e canais do século XVIII, diversas plantações e perspectivas panorâmicas do século XIX e o palácio neogótico de Studley Royal, conferem a este sítio um valor excepcional. (UNESCO/BPI)[7]
  Stonehenge, Avebury e Sítios Associados
Bem cultural inscrito em 1986, modificado em 2008.
Localização:   Wiltshire
Criado em torno das ruínas da Abadia cisterciense de Fountains e do castelo de Fountains Hall, no condado de North Yorkshire, o esplêndido conjunto paisagístico formado por uma série de jardins e canais do século XVIII, diversas plantações e perspectivas panorâmicas do século XIX e o palácio neogótico de Studley Royal, conferem a este sítio um valor excepcional. (UNESCO/BPI)[8]
  Castelos e Muralhas do Rei Eduardo em Venedócia
Bem cultural inscrito em 1986.
Localização:   Gwynedd
Situados no antigo principado de Gwynedd, na região norte do País de Gales, os catelos de Beaumaris e Harlech foram construídos por Jaime de São Jorge, o mais brilhante engenheiro militar de sua época. De igual modo, os recintos fortificados de Caernarfon e Conwy mantêm-se em estado de conversação admirável e constituem não somente um valioso testemunho da obra colonizadora e defensiva levada a cabo por Eduardo I de Inglaterra ao longo de seu reinado (1272-1307), como também um exemplo excepcional da arquitetura militar medieval. (UNESCO/BPI)[9]
  St Kilda
Bem natural inscrito em 1986, com extensões em 2004 e 2005.
Localização:   Hébridas Exteriores
Este arquipélago vulcânico de paisagens espetaculares, formado pelas ilhas de Hirta, Dun, Soay e Boreray, faz frente às costas das Hébridas e possui algumas das mais altas falésias do continente europeu, onde vivem imensas colônias de espécies pouco comuns de aves marinhas em perigo de extinção, em particular fradinhos e gansos-patola. Despovoado em 1930, o arquipélago de Saint Kilda possui vestígios que atestam uma presença constante do homem nestas paisagens isoladas e inóspitas da região das Ilhas Hébridas Exteriores por mais de 2 mil anos. Entre tais vestígios, destacam-se os sistemas de exploração agrários denominados cleits e as tradicionais casas de pedra das Highlands, frágeis pegadas de um assentamento humano com economia de subsistência baseada na avicultura, agricultura e ovinocultura. (UNESCO/BPI)[10]
  Desfiladeiro de Ironbridge
Bem cultural inscrito em 1986.
Localização:   Shropshire
Símbolo mundialmente célebre da Revolução Industrial, a região mineira de Ironbridge apresenta todos os elementos – desde as minas até as locomotivas – que contribuíram para o auge industrial da região circunvizinha desde o século XVIII. Em suas cercanias, localiza-se o alto-forno de Coalbrookdale, construído em 1708, que traz à memória o descobrimento da fundição de coque. A ponte que dá nome à localidade – primeira de metal em todo o mundo – exerceu uma influência considerável na tecnologia e arquitetura de épocas posteriores. (UNESCO/BPI)[11]
  Calçada dos Gigantes
Bem natural inscrito em 1986.
Localização:   Antrim
Aos pés das falésias fronteiriças ao planalto de Antrim, na Irlanda do Norte, a Calçada dos Gigantes, formada por 40 mil colunas de basalto, se une suavemente ao mar. Sua fantástica aparência têm inspirado lendas de gigantes que cruzaram o mar e chegaram até as costas da Escócia. Os estudos que têm como objeto estas formações geológicas nos últimos três séculos têm constribuído para o desenvolvimento das ciências da terra mostrando que esta paisagem espetacular foi originada pela atividade vulcânica cenozoica há 50 ou 60 milhões de anos. (UNESCO/BPI)[12]
  Catedral e Castelo de Durham
Bem cultural inscrito em 1986, modificado em 2008.
Localização:   Durham
Construída entre o final do século XI e início do século XII para conservar as relíquias de São Cuteberto, evangelizador da Nortúmbria, e das de São Beda, o Venerável, a Catedral de Durham o mais esplêndido monumento da arquitetura normanda em Inglaterra, bem como um testemunho da importância das primeiras comunidades monásticas beneditinas neste país. A audácia inovadora de suas abóbadas prefigura a arte gótica. Por detrás da catedral, ergue-se o castelo, uma antiga fortaleza normanda que serviu de residência aos bispos-príncipes de Durham. (UNESCO/BPI)[13]
  Fronteiras do Império Romano
Bem cultural inscrito em 1987, estendido em 2005 e 2008.
Localização:   Alemanha/  Reino Unido
Este sítio é composto por duas seções da fronteira do Império Romano (limes romanus) que datam de seu apogeu (século II) e se estendem por mais de 550 km pela Alemanha, seguindo sentido noroeste-sudeste até a região do Danúbio. O sítio foi inscrito como uma extensão da Muralha de Adriano (Reino Unido), que já figurava na Lista do Patrimônio Mundial desde 1987. O limes romanus possuía comprimento total de 5 mil km e cortava todo o continente deste a costa atlântica setentrional da Grã-Bretanha até o Mar Negro. Desde então, seu traçado se orientava ao Mar Vermelho para chegar pelo Norte da África até alcançar novamente a costa do Atlântico. As duas seções do limes abrigam vestígios de muralhas, fossos, fortes, citadelas, torres de vigia e habitações civis. Alguns destes elementos foram descobertos através de escavações arqueológicas ou foram reconstruídos, enquanto outros se perderam eternamente. A Muralha de Adriano, que possui comprimento de 118 km, é um notável exemplo da maneira em que se organizava uma zona militar na Roma Antiga. (UNESCO/BPI)[14]
  Cidade de Bath
Bem cultural inscrito em 1987.
Localização:   Somerset
Fundada pelos romanos próximo a fontes termais, a cidade de Bath tornou-se um importante centro da produção de lã na Idade Média. No século XVIII, durante o reinado de Jorge III, transformou-se em uma elegante cidade de edifícios neoclássicos em estilo palladiano que se integram harmonicamente com o conjunto formado pelas termas romanas. (UNESCO/BPI)[15]
  Palácio de Blenheim
Bem cultural inscrito em 1987.
Localização:   Oxfordshire
Nas proximidades de Oxford, em meio a um parque romântico criado pelo célebre paisagista Capability Brown, ergue-se o Palácio de Blenheim doado pela nação inglesa a John Churchill, primeiro Duque de Marlborough, em reconhecimento à vitória que obteve sobre as tropas franco-bávaros em 1704. Construído entre 1705 e 1722, este palácio caracterizado por seu estilo eclético e um retorno às fontes inspiradoras de raízes nacionais, é um exemplar perfeito de residência principesca do século XVIII. (UNESCO/BPI)[16]
  Palácio, Abadia de Westminster e Igreja de Santa Margarida
Bem cultural inscrito em 1987, modificado em 2008.
Localização:   Londres
Reconstruído a partir de 1840 na cercania de importantes vestígios medievais, o Palácio de Westminster é um exemplar eminente, coerente e completo do estilo neogótico. Este monumento forma um conjunto de grande significado histórico e simbólico com a célebre Abadia de mesmo nome – na qual têm sido coroados todos os soberanos britânicos desde o século XI – e a pequena igreja medieval de Santa Margarida, de estilo gótico perpendicular. (UNESCO/BPI)[17]
  Ilha Henderson
Bem natural inscrito em 1988.
Localização:   Ilhas Pitcairn (Territórios Britânicos Ultramarinos)
Situada no Pacífico Oriental, a Ilha Henderson é um dos poucos atóis do mundo que conserva praticamente intactos seus ecossistemas. Sua condição isolada permite observar em boas condições a dinâmica da evolução das ilhas e a seleção natural das espécies. É particularmente importante por dez espécies endêmicas de plantas e quatro de aves terrestres. (UNESCO/BPI)[18]
  Catedral de Cantuária, Abadia de Santo Agostinho e Igreja de São Martinho
Bem cultural inscrito em 1988.
Localização:   Kent
Situada no condado de Kent, a pequena cidade de Cantuária é a sede da primazia da Igreja Anglicana. Seus monumentos mais importantes são: a humilde Igreja de São Martinho, a mais antiga da Inglaterra; as ruínas da Abadia de Santo Agostinho da Cantuária, que trazem à memória a missão evangelizadora empreendida por este no ano de 597 nos reinos da Heptarquia; e a soberba Igreja-Catedral de Cristo, cenário do assassinato do Arcebispo Thomas Becket no ano de 1170, cuja arquitetura abriga com incrível harmonia os estilos românico e gótico perpendicular. (UNESCO/BPI)[19]
  Torre de Londres
Bem cultural inscrito em 1988.
Localização:   Londres
Imponente fortaleza carregada de história, a Torre de Londres converteu-se com o tempo em um dos mais importantes símbolos da monarquia britânica. Foi erguida em torno da Torre Branca, construída por Guilherme, o Conquistador às margens do Tâmisa para proteger a cidade e consolidar seu poder. Esta edificação, modelo exemplar da arquitetura militar romana, exerceu uma grande influência sobre as construções defensivas em todo o reino. (UNESCO/BPI)[20]
  Ilhas Gough e Inacessível
Bem natural inscrito em 1995, estendido em 2004.
Localização:   Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha (Territórios Britânicos Ultramarinos)
Situadas no Altântico Sul, a Ilha Gough e a Ilha Inacessível figuram entre os menos alterados ecossistemas insulares marinhos da zona temperada fria. Ambas as ilhas possuem imponentes falésias que se erguem como altas torres em meio ao oceano e abrigam uma das mais importantes colônias de pássaros do planeta. Além disto, apresentam a característica de não abrigar nenhum mamífero. A Ilha Gough abriga doze espécies endêmicas de plantas e duas de aves terrestres: a galinhola e o rowettie de Gough. Por sua vez, a Ilha Inacessível conta com duas espécies endêmicas de aves, oito de plantas e dez de invertebrados, no mínimo. (UNESCO/BPI)[21]
  Cidade Velha e Cidade Nova de Edimburgo
Bem cultural inscrito em 1995.
Localização:   Lothian
Capital escocesa desde o século XV, Edimburgo oferece a face duplicada de sua Cidade Antiga, dominada por uma fortaleza medieval, e de sua Cidade Nova, construída em estilo neoclássico a partir do século XVIII. O traçado desta última exerceu uma grande influência no urbanismo de outras cidades europeias. A abundância de edifícios de grande valor nestas zonas históricas tão distintas, assim como sua harmoniosa justaposição, conferem à cidade seu caráter único. (UNESCO/BPI)[22]
  Greenwich Marítimo
Bem cultural inscrito em 1997.
Localização:   Londres
O conjunto de edifícios de Greenwich, um subúrbio de Londres, e o parque no qual se encontram simbolizam os esforços artísticos e científicos da Inglaterra durante os séculos XVII e XVIII. A Queen's House - do arquiteto Inigo Jones - foi a primeira villa palladiana na Inglaterra, enquanto o complexo abrigou até pouco tempo a Real Escola Naval, foi projetado por Sir Christopher Wren. O parque, baseado em conceito original do paisagista francês André Le Nôtre, contém o antigo Observatório Real, com os trabalhos de Sir Christopher Wren e do cientista Robert Hooke. (UNESCO/BPI)[23]
  Coração Neolítico das Órcades
Bem cultural inscrito em 1999.
Localização:   Órcades
O grupo de monumentos neolíticos da Ilhas Órcades compreende uma grande tumba com câmaras funerárias (Maeshowe), dois círculos de pedras cerimoniais (as Rochas de Stenness e o Círculo de Brodgar) e um local de povoamento (Skara Brae), assim como alguns sítios funerários, lugares cerimoniais e assentamentos humanos que todavia não foram explorados. Em seu conjunto, estes vestígios formam uma importante paisagem cultural pré-histórica, ilustrativa do modo de vida do homem neste remoto arquipélago do norte da Escócia há 5 mil anos. (UNESCO/BPI)[24]
  Cidade Histórica de Saint George e Fortificações Relacionadas, Bermudas
Bem cultural inscrito em 2000.
Localização:   Bermudas
Fundada em 1612, a cidade de Saint George é um exemplo excepcional dos primeiros assentamentos urbanos ingleses no Novo Mundo. Suas fortificações são um vívido exemplo da evolução da engenharia militar inglesa entre os séculos XVII e XX, assim como de sua adaptação aos avanços da artilharia com o decorrer do tempo. (UNESCO/BPI)[25]
  Paisagem Industrial de Blaenavon
Bem cultural inscrito em 2000.
Localização:   Torfaen
A paisagem dos arredores de Blaenavon evidencia o papel preponderante desempenhado pela região do sul do País de Gales a nível mundial, ao longo do século XIX, na produção de ferro e carvão, já que todos os elementos necessários para esta podem ser encontrados no local: minas de ferra e hulha, caldeiras, uma rede ferroviária primitiva, fornos de fundição, casas de operários e vestígios da infraestrutura social da comunidade. (UNESCO/BPI)[26]
  Moinhos do Vale do Derwent
Bem cultural inscrito em 2001.
Localização:   Derbyshire
Situado na Inglaterra Central, o Vale do Derwent abriga várias fábricas de algodão que datam dos séculos XVIII e XIX e sua paisagem industrial oferece um grande interesse histórico e tecnológico. A indústria têxtil moderna teve sua origem nas manufaturas de Cromford, nas quais se aplicaram pela primeira vez as invenções de Richard Arkwright à produção em grande escala. As residências operárias e outros manufaturas conservam-se intactas e constituem um testeminho do desenvolvimento socioeconômico da região. (UNESCO/BPI)[27]
  Saltaire
Bem cultural inscrito em 2001.
Localização:   West Yorkshire
Situado na região oeste do condado de Yorkshire, Saltaire é um povoado industrial construído na segunda metade do século XIX que têm se conservado íntegro e em bom estado. Suas fábricas têxteis, edifícios públicos e residências operárias se destacam pelo estilo harmonioso e grande qualidade arquitetônica. Seu traçado urbanístico permaneceu intacto em seu conjunto e oferece uma imagem vívida da aplicação das ideias do paternalismo filantrópico na Era vitoriana. (UNESCO/BPI)[28]
  New Lanark
Bem cultural inscrito em 2001.
Localização:   South Lanarkshire
Situada numa magnífica paragem da Escócia, a pequena aldeia de New Lanark foi o local onde o filantropo utópico Robert Owen estabeleceu uma comunidade industrial modelo no início do século XIX. As imponentes construções das manufaturas têxteis, as espaçosas e bem projetadas residências dos operários, o digno edíficio do instituro de educação e a escola são, todavia, testamentos do ideal humanista que inspirou a ação de Owen. (UNESCO/BPI)[29]
  Reais Jardins Botânicos de Kew
Bem cultural inscrito em 2003.
Localização:   Grande Londres
Estes jardins constituem um verdadeira paisagem histórica, cujos elementos são ilustrativos das distintas etapas pelas quais passou a arte paisagística entre os séculox XVIII e XX. As coleções botânicas de Kew, integradas por documentos e plantas conservadas ou vivas, foram enriquecidas consideravelmente ao longo dos séculos. Desde sua criação em 1759, estes jardins prestaram uma contribuição contínua e importante ao estudo da diversidade das plantas, assim como suas aplicações econômicas. (UNESCO/BPI)[30]
  Paisagem Mineira da Cornualha e de Devon Ocidental
Bem cultural inscrito em 2006.
Localização:   Cornualha / Devon
A paisagem do Condado de Cornualha e do oeste do Condado de Devon sofreu uma grande transformação no século XVIII e início do XIX, devido ao rápido auge da exploração de cobre e estanho. Os profundos poços mineiros, as oficinas, as fundações, as cidades novas, as pequenas propriedades e os portos e indústrias anexos refletem o prolífico e inovador espírito que impulsionou o desenvolvimento industrial da região, onde se produzia 2/3 do cobre mundial no século XIX. Os numerosos vestígios industriais dão conta da contribuição de ambos os condados à Revolução Industrial no restante da Grã-Bretanha, assim como a influência decisiva desta região no mundo minerador. A tecnologia da Cornualha - máquinas, edifícios industriais e equipamentos de mineração - expandiu-se pelo mundo inteiro. Cornualha e o oeste de Devon foram motores da rápida difusão da tecnologia mineradora. (UNESCO/BPI)[31]
  Canal e Aqueduto Pontcysyllte
Bem cultural inscrito em 2009.
Localização:   Wrexham
O Canal de Pontcysyllte, que corta o nordeste do País de Gales por 18 km, é uma autêntica proeza da engenharia civil da Revolução Industrial. Sua construção, que remonta ao início do século XIX, exigiu superar importantes obstáculos geográficos e realizar importantes e audazes obras de engenharia, já que foi construído sem nenhuma sustentação. A ponte-canal, projetada pelo célebre engenheiro Thomas Telford, é uma obra precursora tanto pela tecnologia empregada, como por sua monumental arquitetura metálica. O recurso simultâneo do ferro fundido e forjado permitiu a construção de arcos breves e resistentes, que dão à ponte-canal um aspecto imponente e elegante. O sítio foi inscrito na lista do Patrimônio Mundial na qualidade de obra-prima do gênio criativo humano, assim como síntese notável dos conhecimentos técnicos da Europa à época. Com sua inscrição, se reconhece também seu caráter de conjunto inovador que inspirou muitos outros projetos de engenharia no mundo inteiro. (UNESCO/BPI)[32]
  Ponte sobre o Rio Forth
Bem cultural inscrito em 2015.
Localização:   Fife
Esta ponte ferroviária que cruza o estuário do rio Forth na Escócia é a maior ponte multi-estaiada de mísula do mundo. Foi inaugurada em 1890 e continua transportando passageiros e carga. Sua distintiva estética industrial é resultado da união de componentes estruturais de maneira direta e discreta. Inovadora em estilo, material e escala, a Ponte do Forth é um importante feito na concepção de pontes e construção durante o período em que os trens passaram a dominar as viagens de longa distância. (UNESCO/BPI)[33]
 
 
Grandes cidades termais da Europa
Bem cultural inscrito em 2021.
Localização: Auvergne-Rhône-Alpes
Este bem é compartilhado com:   Alemanha,   Áustria,   Bélgica,   Chéquia,   Itália e   Reino Unido.
Este site transnacional abrange as famosas estâncias balneares localizadas em onze cidades de sete países europeus: Baden bei Wien (Áustria); Spa (Bélgica); Františkovy Lázně, Karlovy Vary e Mariánské Lázně (Chéquia); Vichy (França); Bad Ems, Baden-Baden e Bad Kissingen (Alemanha); Montecatini Terme (Itália) e Cidade de Bath (Reino Unido). O desenvolvimento de todas essas localidades deveu-se à existência de nascentes de água mineral em seus territórios, bem como ao auge das curas termais na Europa desde o início do século XVIII até a terceira década do século XX. Daí a criação de grandes centros termais para um público internacional abastado, o que influenciou a sua estrutura urbana porque a vida da cidade se organizou em torno dos edifícios e estâncias ("kurhaus" e "kursaal", em alemão) dedicados às terapias termais. Construídos com suntuosas colunatas, galerias e salas, esses edifícios foram projetados para incentivar a prática do banho e o consumo de águas minerais, e também para explorar o seu potencial econômico. As estâncias termais criaram ainda inúmeros jardins, salas de conferências, casinos, teatros, hotéis, residências mansões e infraestruturas especificamente destinadas à condução de águas termais. Todas as construções foram integradas em complexos urbanos de grande beleza paisagística, zelosamente organizados para a administração de terapias e a realização de atividades recreativas. O conjunto desses spas é representativo da importância da troca de valores humanos, bem como da evolução da ciência, da medicina e da balneoterapia. (UNESCO/BPI)[34]
  Paisagem de ardósia do Noroeste de Gales
Bem cultural inscrito em 2021.
Localização: Gales do Norte
A paisagem de ardósia do noroeste do País de Gales ilustra a transformação que a mineração industrial de ardósia provocou no cenário rural tradicional das montanhas e vales do maciço de Snowdon. O território, que se estende do alto da serra até a costa marítima, apresentava oportunidades exploradas e limitações superadas pela industrialização em larga escala empreendida por proprietários de terras e investidores de capital, que reconfiguraram a paisagem agrícola em pólo. Indústria de produção de ardósia durante a Revolução Industrial (1780-1914). O sítio serial é composto por seis componentes, cada um dos quais inclui pedreiras e minas relíquias, sítios arqueológicos relacionados ao processamento industrial de xisto, assentamentos históricos, tanto vivos quanto remanescentes, jardins históricos e grandes casas de campo, portos e docas, e sistemas ferroviários e rodoviários que ilustram as ligações funcionais e sociais da paisagem industrial relíquia da ardósia. O local foi internacionalmente importante não apenas para a exportação de ardósia, mas também para a exportação de tecnologia e mão de obra qualificada desde a década de 1780 até o início do século XX. Este setor teve um papel preponderante e foi modelo para outras pedreiras de ardósia em diferentes partes do mundo. Ele oferece um exemplo importante e notável de troca de materiais, tecnologia e valores humanos. (UNESCO/BPI)[35]

Lista Indicativa editar

Em adição aos sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, os Estados-membros podem manter uma lista de sítios que pretendam nomear para a Lista de Patrimônio Mundial, sendo somente aceitas as candidaturas de locais que já constarem desta lista.[36] Desde 2012, o Reino Unido possui 8 locais na sua Lista Indicativa.[37]

Sítio Imagem Localização Ano Dados UNESCO Descrição
Cais de Chatham e suas Defesas   Kent 2012 Cultural: (ii)(iv)
Creswell Crags   Nottinghamshire / Derbyshire 2012 Cultural: (iii)
Laboratório Paisagístico de Darwin   Londres 2012 Cultural: (iii)(vi)
Flow Country   Caithness 2012 Natural: (ix)(x)
Ilha de Santa Helena   Atlântico Sul 2012 Natural: (x)
Mousa, Velha Scatness e Jarlshof: o Zenith da Idade do Ferro de Shetland   Shetland 2012 Cultural: (iii)(iv)
Mosteiro Geminado de Monkwearmouth-Jarrow   Tyne and Wear 2012 Cultural: (ii)(iii)(iv)(vi)
Ilhas Turcas e Caicos   Caribe 2012 Natural: (x)

Sítios removidos editar

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), através do seu órgão interno Comité do Património Mundial, pode eventualmente retirar a designação de um local ou bem como Patrimônio da Humanidade, modificar sua extensão territorial ou os componentes desta designação e ainda, por fim, remover totalmente um sítio da Lista do Patrimônio Mundial. Tais medidas são contempladas pela organização mediante constantes ameaças à integridade e preservação do bem designado e sua permanência inalterada na Lista do Patrimônio Mundial em perigo. Desde 2021, o Reino Unido conta um sítio removido oficialmente da Lista do Patrimônio Mundial:

  Cidade Mercantil Marítima de Liverpool
Bem cultural inscrito em 2004, removido em 2021.
Localização: Merseyside
Este sítio inclui seis setores do centro histórico e da zona portuária da cidade de Liverpool, que patenteiam a história do desenvolvimento de um dos mais importantes centros do comércio marítimo mundial nos séculos XVIII e XIX. A cidade de Liverpool não só desempenhou um papel importante na prosperidade do Império Britânico, mas também se tornou o principal ponto de trânsito para toda uma série de movimentos humanos em massa para a América: o comércio de escravos e a emigração das populações da Europa Setentrional. Liverpool também foi uma cidade pioneira na criação de tecnologias e métodos de gestão portuária, bem como sistemas de transporte modernos. O local compreende um grande número de edifícios comerciais, civis e públicos importantes, especialmente aqueles no local do planalto de St. George. (UNESCO/BPI)[38]

Ver também editar

Referências

  1. «World Heritage Convention». UNESCO 
  2. «Critérios operacionais da Convenção para o Património Mundial» (PDF). UNESCO. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  3. «UNESCO awards Lake District as World Heritage Site status». BBC News. 9 de julho de 2017. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  4. «Liverpool – Maritime Mercantile City Threats to the Site (2012)». Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  5. «UNESCO strips Liverpool Waterfront from World Heritage List». The Guardian. 21 de julho de 2021 
  6. «Unesco retira Cidade Mercantil Marítima de Liverpool da lista de patrimônios mundiais». Correio do Povo. 21 de julho de 2021 
  7. «Parque de Studley Royal y ruinas de la abadía de Fountains». UNESCO. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  8. «Stonehenge, Avebury y sitios asociados». UNESCO. Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  9. «Castillos y recintos fortificados del rey Eduardo I». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  10. «San Kilda». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  11. «Garganta de Ironbridge». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  12. «Calzada y Costa de los Gigantes». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  13. «Catedral y Castillo de Durham». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  14. «Fronteras del Imperio Romano». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  15. «Ciudad de Bath». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  16. «Palacio de Blenheim». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  17. «Palacio y Abadía de Westminster incluyendo la Iglesia de Santa Margarita». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  18. «Isla de Henderson». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  19. «Catedral, Abadía de San Agustín e Iglesia de San Martín en Canterbury». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  20. «Torre de Londres». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  21. «Islas Gough y Inaccesible». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  22. «Ciudad Vieja y Ciudad Nueva de Edimburgo». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  23. «Greenwich Marítimo». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  24. «Núcleo neolítico de las Orcadas». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  25. «Ciudad Histórica de Saint George y Fortificaciones Anejas». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  26. «Paisaje Industrial de Blaenavon». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  27. «Fábricas del Valle del Derwent». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  28. «Saltaire». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  29. «New Lanark». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  30. «Jardines Botánicos Reales de Kew». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  31. «Paisaje Minero de Cornualles y el Oeste de Devon». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  32. «Puente-Canal y Canal de Pontcysyllte». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  33. «Puente sobre el río Forth». UNESCO. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  34. «The Great Spa Towns of Europe». UNESCO 
  35. «The Slate Landscape of Northwest Wales». UNESCO 
  36. «World Heritage List Nominations». UNESCO 
  37. «Tentative Lists - United Kingdom». UNESCO 
  38. «Liverpool - Cidade Marítima e Mercantil». UNESCO 

Ligações externas editar