Paula Elisabete Cerioli

Paula Isabel Cerioli (português europeu) ou Paula Elisabete Cerioli (português brasileiro) (em italiano: Paola Elisabetta Cerioli, no Dialeto bergamasco: Póle Elisabéda Ceriòi, em latim: Paula Elizabeth Cerioli, batizada Costanza Onorata Cerioli, 28 de janeiro de 1816 – 24 de dezembro de 1865[1]) foi uma religiosa italiana, fundadora das congregações de religiosos e religiosas da Congregação da Sagrada Família de Bérgamo. Foi proclamada santa pelo Papa João Paulo II em 16 de maio de 2004.[2]

Paula Elisabete Cerioli
Santa e Madre
Nascimento 28 de janeiro de 1816
Soncino
Morte 24 de dezembro de 1865 (49 anos)
Comonte di Seriate
Nome de nascimento Costanza Onorata Cerioli
Nome religioso Irmã Paula Isabel Cerioli
Progenitores Mãe: Francisca Corniani
Pai: Francisco Cerioli
Veneração por Igreja Católica
Beatificação 19 de março de 1950
Roma
por Papa Pio XII
Canonização 16 de maio de 2004
Roma
por Papa João Paulo II
Festa litúrgica 24 de dezembro e 23 de janeiro
Portal dos Santos

Biografia editar

Batizada como Costanza Cerioli, nasceu na família dos nobres e ricos Francisco Cerioli e Francisca Corniani, no dia 28 de janeiro de 1816, em Soncino, Cremona, Itália.

Delicada, inteligente e sensível, dona de um físico frágil, aprendeu cedo a lidar com o sofrimento, alertada pela sabedoria cristã da mãe, que lhe mostrava a miséria presente nas famílias dos camponeses. Aos onze anos, foi entregue às Irmãs Servas da Visitação da cidade de Alzano Maggiore,[3] para completar sua formação religiosa e cultural, com as quais ficou até os dezesseis anos, destacando-se pela bondade e caridade.

Aos dezenove anos, obedecendo à vontade dos pais, casou-se com o nobre e rico Gaetano Busecchi-Tassis,[4] de quase sessenta anos, herdeiro dos condes Tassis. Vivendo no palácio do marido, em Comonte, Bergamo, dedicava-se à família e às obras de caridade da igreja. Embora amasse o marido, se casamento não foi feliz, seja pelos ciúmes do marido, seja principalmente morte dos quatro filhos; três logo após o nascimento e o outro, Carlos, com dezesseis anos.

Abatida, continuou cuidando do marido, já bem idoso e doente, até 1854, quando ele faleceu.[5] Assim, com trinta e oito anos, viúva, sozinha e dona de grande fortuna, isolou-se do mundo. Ficou retirada em sua casa, dedicando-se às obras de caridade, nas quais aplicou todo o patrimônio.

Virtudes heróicas editar

Mesmo tendo experimentado o "amargo pão do sofrimento", pela morte dos filhos e marido, pouco tempo depois, fundou colégios para crianças órfãs e abandonadas; instituiu escolas, cursos de Catecismo, exercícios espirituais, recreações festivas e assistência às enfermas. Vencendo todos os tipos de dificuldades, desejou fundar uma Congregação religiosa feminina e outra masculina que seguisse o modelo evangélico do mistério de Nazaré, constituído por Maria e José, que acolhem Jesus para doá-lo ao mundo.

Orientada espiritualmente pelos dois bispos de Bérgamo, em 1857, junto com seis companheiras, fundou o Instituto das Irmãs da Sagrada Família.[6] Nesse dia, Costanza vestiu o hábito e tomou o nome de madre Paula Elisabete. Em 1863, realizou seu grande sonho: fundou o Instituto dos Irmãos da Sagrada Família,[7] para o socorro material e a educação moral e religiosa da classe camponesa, na época, a mais excluída da sociedade italiana.

O carisma da Sagrada Família era o objetivo a ser alcançado, como modelo de ajuda e conforto, aprendendo dela como ser famílias cristãs acolhedoras, unidas no amor, na fraternidade, na fé forte, simples e confiante. Com muita inspiração, ela própria escreveu as Regras[8] para os seus institutos, que foram aprovadas pelo bispo de Bérgamo.

Consumida na intensa atividade assistencial e religiosa, com apenas quarenta e nove anos de idade, morreu na Véspera de Natal de 1865, em Comonte, Bérgamo. Deixou entregue aos cuidados da Divina Providência o já estabelecido Instituto feminino e a semente plantada do outro, masculino.

Madre Paula Elisabete Cerioli foi beatificada pelo Papa Pio XII em 1950, durante o Ano Santo. Foi declarada santa pelo Papa João Paulo II em 2004.

Referências