Paulo de Meneses Bentes, ou simplesmente Paulo Bentes, (Manaus, 19 de agosto de 1908Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1979) foi um advogado, engenheiro agrônomo, jornalista e político brasileiro, outrora deputado federal pelos estados do Amazonas e do Pará.[1][2][3]

Paulo Bentes

Paulo Bentes
Deputado federal pelo Amazonas
Período 1949-1951
Deputado federal pelo Pará
Período 1955[nota 1]
1957-1958
Dados pessoais
Nascimento 19 de agosto de 1908
Manaus, AM
Morte 5 de dezembro de 1979 (71 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Alma mater [nota 2]
Partido UDN (1947–1954)
PSD (1954–1958)
PSP (1958–1965)
MDB (1966–1979)
Profissão advogado, engenheiro agrônomo, jornalista

Dados biográficos editar

Filho de Antônio da Gama Bentes e Ester de Meneses Bentes. Advogado e engenheiro agrônomo,[nota 2] foi também jornalista, escritor e poeta. Fundador da Academia Acriana de Letras e da Academia Carioca de Letras, trabalhou como procurador da Justiça Eleitoral no Acre e fundou a Legião Amazônica, entidade destinada a defender os recursos naturais da região. Diretor de colônias agrícolas nos estados do Amazonas, Pará e Bahia, exerceu cargos semelhantes na Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) e no Jardim Botânico de Brasília.[1]

Ingressou na UDN pouco antes de findo o Estado Novo e foi eleito suplente de deputado federal pelo Amazonas em 1947, sendo efetivado em 1949 com a morte de Vivaldo Lima.[4][2] Não reeleito em 1950, Paulo Bentes transferiu-se para o Pará onde elegeu-se deputado federal via PSD em 1954.[1][3] Contudo, seu novo mandato foi breve, pois em 6 de fevereiro de 1955 foram realizadas eleições suplementares onde Teixeira Gueiros e Paulo Bentes foram realocados como suplentes, enquanto Gabriel Hermes e Lobão da Silveira tornaram-se parlamentares efetivos.[5][nota 1][nota 3] Convocado a exercer o mandato, Paulo Bentes disputou um mandato de deputado federal pelo PSP do antigo Distrito Federal em 1958, mas não obteve sucesso.[3] No ano seguinte foi nomeado presidente do Banco da Amazônia.[1]

Quando o Regime Militar de 1964 impôs o bipartidarismo sob o tacão do Ato Institucional Número Dois,[6] Paulo Bentes seguiu para o MDB. Não obstante a isso, trabalhou como assessor especial (1975-1977) do general Osvaldo Domingues, secretário de Segurança do Rio de Janeiro durante o governo Faria Lima.[1]

Notas

  1. a b Em 1954 o Pará elegeu seis deputados federais pela Aliança Social Democrática (PSD-PRP) e três pelo PSP. Meses depois a Aliança Social Democrática perdeu uma cadeira para o PTB, que elegeu Gabriel Hermes, enquanto Lobão da Silveira manteve a outra nas mãos do PSD, com Teixeira Gueiros e Paulo Bentes na suplência, conforme a ata da 256ª sessão extraordinária do Tribunal Regional Eleitoral do Pará de 25 de fevereiro de 1955.
  2. a b Não foi possível determinar em quais universidades Paulo Bentes foi graduado; a Câmara dos Deputados, por exemplo, cita apenas a "Escola de Agronomia" e "Faculdade de Direito" ao mencionar a formação superior do mesmo.
  3. Posteriormente à recomposição da bancada paraense, Teixeira Gueiros foi efetivado deputado federal em 1957 ante a eleição de Lameira Bittencourt para senador, enquanto Paulo Bentes exerceu o mandato de forma dispersa.

Referências

  1. a b c d e BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Paulo Bentes no CPDOC». Consultado em 23 de outubro de 2021 
  2. a b BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Paulo Bentes». Consultado em 23 de outubro de 2021 
  3. a b c BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 23 de outubro de 2021 
  4. BRASIL. Câmara dos Deputados. «Biografia do deputado Vivaldo Lima». Consultado em 16 de outubro de 2021 
  5. BRASIL. Tribunal Regional Eleitoral do Pará. «Resultado das eleições gerais no Pará – 1945 a 2006». Consultado em 23 de outubro de 2021 
  6. BRASIL. Presidência da República. «Ato Institucional Número Dois de 27/10/1965». Consultado em 26 de julho de 2017