Pedro Celestino Negrete

Pedro Celestino Joseph Negrete y Falla (Carranza, 14 de maio de 1777 – Bordéus, 11 de abril de 1846) foi um político e militar espanhol naturalizado mexicano que serviu como membro do governo provisório do México após a abolição do Primeiro Império Mexicano, devido à rebelião dos apoiadores do Plano de Casa Mata.[1][2][3]

Pedro Celestino Negrete
Pedro Celestino Negrete
Pedro Celestino Negrete
Membro do Supremo Poder Executivo
Período 1 de abril de 1823
a 10 de outubro de 1824
Junto a Guadalupe Victoria, José Mariano Michelena, Miguel Domínguez, Nicolás Bravo e Vicente Guerrero
Antecessor(a) Monarquia constitucional
Agustín I
Sucessor(a) República federal
Guadalupe Victoria
Dados pessoais
Nome completo Pedro Celestino Joseph Negrete y Falla
Nascimento 14 de maio de 1777
Carranza, País Basco, Espanha
Morte 11 de abril de 1846 (68 anos)
Bordéus, França
Nacionalidade espanhol, mexicano
Progenitores Mãe: Margarita Falla y Bollain
Pai: Joseph Negrete y Lama
Esposa María Josefa Olavarrieta
Partido Partido Liberal
Profissão político e militar
Assinatura Assinatura de Pedro Celestino Negrete
Serviço militar
Lealdade Exército realista
Graduação General

Combateu ao lado de Agustín de Iturbide no exército realista, durante a Guerra da Independência do México.[4] Foi colaborador próximo de Iturbide, a quem pressionou para que abdicasse da coroa do Império Mexicano.[4]

Início de vida e serviço militar editar

Pedro Celestino Joseph Negrete y Falla nasceu em 19 de maio de 1777 em San Esteban, no Valle de Carranza, província de Vizcaya. Negrete serviu no exército de seu país natal, foi seminarista em Vergara e guarda-marinha em Ferrol.

Em 1802, partiu para Nova Espanha, onde, como tenente da fragata, perseguiu os corsários. Em 1808, iniciou-se uma rebelião de mercadores, o que obrigou Negrete a deixar o país, voltando em 1810 para fazer parte do exército realista e lutar contra os insurgentes. Em 1811, se tornou coronel nos exércitos de Puebla, Toluca, Querétaro e os dragões da Espanha. Posteriormente, foi promovido a brigadeiro.

Supremo Poder Executivo editar

Em 1821, Negrete aderiu ao Plano de Iguala.[4] Depois que Agustín de Iturbide se coroou imperador do México, decidiu apoiar o Plano de Casa Mata e, usando sua amizade com Iturbide, pressionou-o a abdicar. Após a abdicação de Iturbide, o poder executivo ficou sem representação e assim o congresso criou um governo provisório composto pelos generais Pedro Celestino Negrete, Nicolás Bravo e Guadalupe Victoria; no entanto, por ausência destes dois últimos,[4] José Mariano Michelena, Miguel Domínguez e o general Vicente Guerrero foram designados em seu lugar. Negrete presidiu duas vezes o Poder Executivo Supremo.[4][5] Em 4 de outubro de 1824, promulgou-se a Constituição dos Estados Unidos Mexicanos, adotando o sistema de governo federal republicano, representativo e popular.[4]

O país foi dividido em 19 estados, 4 territórios dependentes do centro e do Distrito Federal. Além disso, o governo foi dividido em poderes legislativo, executivo e judiciário. Esta constituição foi amplamente inspirada na separação de poderes das constituições francesa, estadunidense, e de Cádiz. Esteve em vigor de 4 de outubro de 1824 a 30 de abril de 1836, sendo substituída pela reescrita centralista de Santa Anna.

Últimos anos e morte editar

Em 10 de outubro de 1824, o general Guadalupe Victoria assume o cargo de primeiro presidente do México. Embora o forte de San Juan de Ulúa — último reduto do poder espanhol no México, no porto de Veracruz — tivesse sido abandonado em 1825, alguns peninsulares ainda alimentavam noções de restauração da monarquia, aproveitando o descontentamento geral contra o governo independente. Então, os frades Joaquín Arenas e Francisco Martínez, junto a alguns oficiais militares mexicanos e espanhóis, incluindo Negrete e Echávarri, se rebelaram contra o governo de Guadalupe Victoria. Em 9 de janeiro de 1827, essa conspiração foi descoberta. Os líderes foram julgados, os frades foram condenados à morte e Negrete e Echávarri foram exilados.[4][5] Pedro Celestino partiu para Bordéus, na França, onde acabou morrendo em 1846, aos 68 anos.

Referências

  1. Mas, Magdalena. «El triunvirato de Guadalupe Victoria, Nicolás Bravo y Celestino Negrete». INEHRM Secretaría de Gobernación (em espanhol). Consultado em 22 de dezembro de 2021. Arquivado do original em 22 de julho de 2011 
  2. «Manifesto del Supremo Poder Ejecutivo». 500 años de México en documentos (em espanhol). Consultado em 22 de dezembro de 2021 
  3. «31 de marzo de 1831». Gobierno Federal (em espanhol). Consultado em 22 de dezembro de 2021. Arquivado do original em 6 de outubro de 2010 
  4. a b c d e f g Gómez, Juana Vázquez (1997). Dictionary of Mexican Rulers, 1325-1997 (em inglês). Westport: Greenwood Publishing Group. p. 62 
  5. a b Anna, Timothy E. (2001). Forging Mexico, 1821-1835 (em inglês). Lincoln: University of Nebraska Press. p. 201